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O Nome Da Rosa

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Por:   •  11/11/2014  •  747 Palavras (3 Páginas)  •  230 Visualizações

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“O Nome da Rosa” é um romance que se passa em 1327, século XIV, num mosteiro beneditino na Itália Medieval, onde ocorre a morte de sete monges, ao longo de sete dias e sete noites, no qual as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. Guilherme William de Baskerville, um monge franciscano, que é também um filósofo e utilizava-se da ciência e conseqüentemente da razão para a solução dos crimes, e um noviço que o acompanha, Adso von Melk, enfrentam a resistência de alguns religiosos do local e alguns que crêem ser obra do demônio, até que ele descobre as causas dos crimes estava ligada a manutenção de uma biblioteca, onde poucos monges tinham acesso às publicações sacras e profanas.

A informação restrita a poucos, representava a dominação e o poder. Era a idade das trevas, em que o conhecimento pertencia a poucos, e estes poucos deixavam que os outros permanecessem na ignorância.

A época em que se passa a história do filme, é a Alta Idade Média, onde é retomado o pensamento de Santo Agostinho, um dos últimos filósofos antigos e o primeiro dos medievais. Santo Agostinho defendia que a fé revelava verdades ao homem de forma direta e intuitiva. A razão é posterior à fé. Santo Agostinho estabelece precisamente que os cristãos podem e devem tomar da filosofia grega pagã, tudo aquilo que for importante e útil para o desenvolvimento da doutrina cristã, desde que seja compatível com a fé. Isto vai constituir o critério para a relação entre o cristianismo (Teologia e doutrina cristã) e a filosofia e a ciência dos antigos. Por isso é que a biblioteca tinha que ser secreta, porque ela incluía obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do cristianismo medieval. O acesso à biblioteca, que continha o maior acervo cristão do mundo, é restrito porque também havia ali, um saber que é estritamente pagão, especialmente os textos de Aristóteles, e que pode ameaçar a doutrina cristã. O velho bibliotecário faz um comentário acerca do texto de Aristóteles: “a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto faz desmoronar todo este mundo.” O dogmatismo religioso encarava o conhecimento como potencialmente perigoso para a fé cristã.

“O Nome da Rosa” era uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras.

No decorrer do filme, o monge Franciscano e Renascentista William de Baskerville, descobre que os mortos que eram encontrados com a língua e os dedos roxos, era porque eles desfolhavam os livros, cujas páginas estavam envenenadas, para que ninguém profanasse a determinação de não ler o livro. Quem profanasse, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura. Essas mortes eram o resultado do dogmatismo religioso de um monge, empenhado em impedir que um livro julgado perdido, de Aristóteles, sobre o riso, pudesse ser conhecido.

Este é um dos aspectos mais profundos e bem conseguidos do romance: parte dos crimes que assolam a humanidade têm por base o dogmatismo intolerante de quem pensa ter o monopólio da verdade e o direito de a impor aos outros.

Refletindo em seu contexto filosófico, vemos os conceitos de certo e errado, de bem e mal, da moral cristã, do que está por trás dos conceitos e crenças atuais, mesmo que por contraste com o conjunto de questionamentos que ecoam dos séculos

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