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O Que é A Filosofia

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Por:   •  13/2/2014  •  2.727 Palavras (11 Páginas)  •  372 Visualizações

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PAULA 01 – INTRODUÇÃO À FILOSOFIA – PROFESSOR GIVALDO MATOS

“Cada aula de filosofia procura provocar uma sacudidela nos jovens, faze-los ‘quebrar a cabeça’, derrubar suas certezas e provocar suas dúvidas, violar suas virgindades, faze-los perder irreparavelmente inocências e canduras. Toda aula de filosofia exerce violência para provocar no outro um movimento. Um movimento rumo ao... imprevisível”.

REVISTA VEJA: Como se ensinava filosofia nas grandes escolas gregas?

LUC FERRY: “Ao contrário do que ocorre nas nossas, nas escolas gregas não havia discursos, mas exercícios de aprendizado da sabedoria. Um exemplo: na escola estóica, no século IV A.C., Zenão de Cítio, o primeiro estóico, pedia a seus alunos que pegassem um peixe morto na feira e o amarrassem em uma coleira para levá-lo para passear como se fosse um cachorro. Quando passavam, quase todos olhavam e zombavam. O que pretendiam? Que os alunos não temessem o que os outros diziam. O sábio não é apenas aquele que vence o medo do olhar alheio, do que os outros pensam. O sábio não se importa com as convenções artificiais dessas “boas pessoas”. Ele desvia o olhar para concentrar-se na natureza, no cosmos. Vive em harmonia com a ordem natural, com ele próprio e com o mundo”.

1 – O que é a Filosofia? Para que serve? Qual a diferença entre Filosofia e Ciências? Duas perspectivas falsas: conhecimento inacessível e conhecimento alienante.

Conceito: Atribui-se ao filósofo Pitágoras de Samos (séc. V a.C.) o uso pela primeira vez da palavra ‘filosofia’. É um termo composto de duas raízes gregas: philo + sophia. Philo, derivada de philia, relaciona-se à amizade e amor fraterno. O segundo termo – sophia – quer dizer sabedoria. Então, etimologicamente, a junção destas duas palavras vem a significar ‘amizade pela sabedoria’ ou ‘amor pelo saber’. Pitágoras, ao ser admirado pela sua sabedoria, respondeu: “Ninguém pode dizer-se sábio a não ser Deus. Quanto a mim, sou filósofo (amigo da sabedoria)”.

Características, consoante o conceito etimológico:

1) Humildade – Desde o início, a pessoa verdadeiramente sábia parte do reconhecimento dos limites do seu saber. Assume a posição de que não possui a certeza absoluta acerca de muitas questões. Uma tendência contrária, no entanto, é geralmente vista nos estabelecimentos e em pessoas que lidam com o saber: o dogmatismo, a crença de que se possui a verdade absoluta. Esta é uma atitude que gera grandes empecilhos ao processo do aprendizado, porque na medida em que se crê tudo saber, não se exercita mais aquele desejo, ansiedade e sede pelo conhecimento.

2) Seriedade - Ele não estava mais disposto a aceitar aquelas respostas descabidas, inverificáveis, que não tinham nenhuma preocupação com a racionalidade e com a lógica.

2 - A Atitude e a Reflexão Filosófica

Atitude Filosófica – disposição de analisar todo pensamento que se oferece como resposta ou imaginário, vindo do exterior, em ideias, doutrinas, dogmas, etc.

Reflexão Filosófica – disposição de analisar os poderes e limites da razão. Nasce a Teoria do Conhecimento. Questionamos acerca da possibilidade da própria razão fabricar imagens, capazes de enganarem até a si mesma. Será que a razão pode conhecer tudo? Quais são os limites da razão? Como ela desenvolve o conhecimento? Ela é confiável, em suas formulações acerca da realidade? Qual a relação entre ‘razão perfeita’ e ‘esquizofrenia’, doença que incapacita a própria razão de fugir de suas fantasias?

Para pensar: O movimento filosófico surge espontaneamente no ser humano ou existem seres que dificilmente darão liberdade ao impulso filosófico?

“Observa o helenista Pierre Aubenque, em O Problema do Ser em Aristóteles, embora o desejo de conhecer seja uma tendência natural dos humanos, a abertura da Metafísica também afirma que a filosofia, nascida do espanto, não é um impulso espontâneo, mas nasce de uma pressão sobre nossa alma, causada por uma aporia, isto é, por uma dificuldade que nos parece insolúvel”. Chauí, Marilena. Introdução à História da Filosofia. Pg. 329

Isto significa que, para Aristóteles, uma pessoa que não tem dúvidas nenhuma não pode sofrer esta pressão na alma, pois nada lhe parece insolúvel, tudo já está resolvido, claro. Por outro lado,quando existe a percepção da complexidade da realidade, quando somos confrontados com os argumentos contrários à nossa perspectiva, quando os analisamos com honestidade intelectual, instala-se em nós este espanto!

3 - Tipos de conhecimento

O que é conhecimento? É a apreensão de algum dado da realidade, externa ou interna a nós. É o resultado da relação entre o observador e o objeto observado. É construído a partir de nossas experiências com o mundo, com pessoas, com a literatura, etc. Podemos falar basicamente em quatro tipos: o senso comum, a religião, a ciência e a filosofia.

3.1 - Senso comum – Também chamado de conhecimento empírico ou vulgar, porque obtido ao acaso, através de experiências não planejadas. É construído também a partir da escuta das respostas do meio onde se vive. Pela difusão e repetição de um determinado conceito, acaba-se por tomá-lo como verdadeiro.

O conhecimento empírico é também chamado de conhecimento popular ou comum. É aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou critérios de análise. Foi o primeiro nível de contato do homem com o mundo, acontecendo através de experiências casuais e de erros e acertos. É um conhecimento superficial, raso; onde o indivíduo, por exemplo, sabe que nuvens escuras é sinal de mau tempo, contudo não tem ideia da dinâmica das massas de ar, da umidade atmosférica ou de qualquer outro princípio da climatologia. Enfim, ele não tem a intenção de ser profundo, mas sim, básico.

“Adquire-se independentemente de estudos, pesquisas, reflexões ou aplicações de métodos” (FACHIN, 2002, p. 9).

“É conseguido na vida cotidiana, fundamentado em experiências vivenciadas ou transmitidas de pessoa para pessoa, fazendo parte das antigas tradições [...]”. (FACHIN, 2002).

“Pode também derivar de experiências casuais sem fundamentações.” (FACHIN, 2002; OLIVEIRA, 1999). “É considerado um conhecimento prático, pois sua ação se processa segundo os conhecimentos adquiridos nas ações anteriores, sem nenhuma relação científica metódica ou teórica.” (FACHIN, 2002, p. 10).

http://mariliacoltri.blogspot.com.br/2012/01/tipos-de-conhecimento-do-empirismo.html

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