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Platão e Aristoteles

Por:   •  13/4/2016  •  Artigo  •  5.299 Palavras (22 Páginas)  •  261 Visualizações

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Platão e Aristóteles: o apogeu da filosofia grega. (ABBF)

        Platão (cerca 429-348 a.C.), nasceu e viveu em Atenas, e foi discípulo de Sócrates (que não deixou escritos, mas que é o personagem central de grande parte da obra de Platão); sua filosofia estava essencialmente voltada para dentro do homem e para as suas relações sociais e políticas.

        Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo.” “Só sei que nada sei.”

        'Diálogo socrático': o papel do filósofo (ou do profesor) é perguntar, criticar as opiniões, não ensinar, mas ser um “parteiro das almas”, das idéias que nascem no interlocutor.

        A procura do ideal de perfeição no Homem, não no mundo material.

        Platão fundou uma Escola, a Academia, que se destinava à formação de filósofos, para a política. O currículo era: aritmética, geometria, astronomia, música – 10 anos; filosofia (dialética) – 5 anos.

        Segundo Platão: Só o Bem existe verdadeiramente; o Mal = mentira, não existe.

        Os objetos do mundo físico são reflexos, ou sombras, das coisas ideais:

                A Analogia da caverna:

                Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior.

                Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o mundo exterior nem a luz do Sol.

                Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna.

                Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.

                Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões e escala o muro. Sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco, habitua-se à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, deslumbra-se, tem a felicidade de, finalmente, ver as próprias coisas, descobrindo que, em sua prisão, vira apenas sombras.

                Deseja ficar longe da caverna e só voltará a ela se for obrigado, para contar o que viu e libertar os demais. Assim como a subida foi penosa, porque o caminho era íngreme e a luz, ofuscante, também o retorno será penoso, pois será preciso habituar-se novamente às trevas, o que é muito mais difícil do que habituar-se à luz. De volta à caverna, o prisioneiro será desajeitado, não saberá mover-se nem falar de modo compreensível para os outros, não será acreditado por eles e correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna.

(Platão, “A República“)

(Caverna = mundo sensível onde vivemos. Prisioneiros = nós. Luz = verdade (idéias). Sol = o mundo das idéias, ideal. Sombras = coisas sensíveis (que achamos verdadeiras). Grilhões = confiança nos sentidos, opiniões, preconceitos. Instrumento que quebra os grilhões = dialética. Prisoneiro curioso = filósofo. Retorno = diálogo filosófico. )

        Para Platão, as causas dos fenômenos não são processos mecânicos, que os “empurram“, mas o seu propósito final (= o Bem), que os “atrai“. Este ponto de vista, frontalmente oposto às idéias da filosofia natural, é chamado de teleologia e é mais comum nas religiões.

        Apesar disso, como filósofo, Platão não pode ignorar os debates correntes sobre a constituição e as mudanças no mundo material.

        A Química de Platão está resumida a seguir:

                As 4 “raízes“ de Empédocles são chamadas, pela primeira vez, de 'elementos' e não são imutáveis, podem interconverter-se por dispersão, ou por condensação:

[pic 1]

                Provavelmente por influência pitágorica, os 4 elementos eram associados aos 4 sólidos regulares: fogo  tetraedro (por ser o sólido mais “pontudo“, penetraria nas coisas com facilidade), ar  octaedro, água  icosaedro (como é o mais “arredondado“ fluiria melhor) e terra  cubo (seria o mais “estável“).

                As transformações entre os três primeiros elementos, cujos sólidos correspondentes são formados por triângulos, se daria por separação e reagrupamento desses triângulos; a terra seria mais estável também por fugir a essa “regra“.

                A existência de um quinto sólido regular, o dodecaedro, foi um segredo zelosamente guardado pelos pitagóricos. Mais tarde ele foi associado à 'quintessência', material sutil e incorruptível que compunha as regiões mais externas, afastadas, do universo. (Essa idéia perdurou, de certa forma, até o início dos anos 1900, com a noção de éter, que seria o meio onde se propagavam os ondas eletromagnéticas  e só foi desprovada com a célebre experiência de Michelson e Morley.)

[pic 2]

                As explicações fornecidas por Platão para as propriedades dos materiais, baseadas na sua 'Química', são em parte engenhosas, em parte arbitrárias. Por exemplo, sobre os metais: eles contém a natureza da água e, por isso, fundem. O ouro, o mais denso, é formado pelas partes mais finas e uniformes e endurecido por filtração através das pedras. O cobre contém um pouco de terra, portanto é mais duro, apesar de ser mais leve, pois contém interstícios...

                O espaço, informe e permanente, toma a forma dos elementos e é esta que pode se alterar.

...

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