Por que a Filosofia começa com Tales?
Tese: Por que a Filosofia começa com Tales?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: charllesg • 26/4/2013 • Tese • 1.073 Palavras (5 Páginas) • 568 Visualizações
1. Leia com atenção o juízo abaixo:
“A proposição de Tales de que a água é o absoluto ou, como diziam os antigos, o princípio, é filosófica; com ela, a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é em nossa percepção sensível; um afastar-se deste ente imediato – um recuar diante dele. Os gregos consideraram o sol, as montanhas, os rios etc. como forças autônomas, honrando-os como deuses, elevados pela fantasia a seres ativos, móveis, conscientes, dotados de vontade. Isto gera em nós a representação da pura criação pela fantasia – animação infinita e universal, figuração, sem unidade simples. Com esta proposição está aquietada a imaginação selvagem, infinitamente colorida, de Homero; este dissociar-se de uma infinidade de princípios, toda esta representação de que um objeto singular é algo que verdadeiramente subsiste para si, que é uma força para si, autônoma e acima das outras, é sobressumida e assim está posto que só há um universal, o universal ser em si e para si, a intuição simples e sem fantasia, o pensamento de que apenas um é. Este universal está, ao mesmo tempo, em relação com o singular, com a aparição, com a existência do mundo.”. (HEGEL, 1978, p. 9).
Fonte: HEGEL, G. W. F. Preleções sobre a história da filosofia, 1971, p. 203 apud Os Pré-socráticos: fragmentos, doxografias e comentários. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
Com base no juízo de Hegel sobre Tales, responda à seguinte pergunta, fundamentando seu ponto de vista de modo argumentativo:
Por que a Filosofia começa com Tales?
(Peso: 4 pontos)
Resposta
Tales questionava racionalmente a natureza, mas com certeza outros também eram adeptos a esses princípios. Então, por que ele foi o divisor do mundo mitológico e mágico para o racional? Simplesmente porque ao tentar achar repostas as suas perguntas Tales vendo que o alimento é úmido e a geração dos seres também é úmido, formulou a suposição que o principio de todas as coisas úmidas é a água. Hoje nós sabemos que essa resposta é equivocada, mas na época foi visto como muito plausível, porque era algo que realmente tornava todo um só, como Hegel nos mostra no texto acima. A proposição da água traz credibilidade a forma filosófica de pensar, atraindo mais adeptos, começando então, a filosofia. A partir daí os mitos e a magia dos deuses controlando a natureza foram ficando cada vez mais distantes. Cito uma afirmação de Friedrich Wilhelm Nietzsche que vai ao encontro do exposto: "a filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisália [sic], está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego".
2. Leia com atenção o texto abaixo:
“Joana foi obrigada a comparecer diante do tribunal, acusada de cometer uma infração de trânsito da qual era, na verdade, inocente. O juiz fez-lhe a pergunta de praxe: se ela se declarava inocente ou culpada. Eis o dilema de Joana: Ou me declaro inocente ou me declaro culpada. Se me declaro culpada, deverei pagar uma multa por infração que não cometi. Se me declaro inocente, precisarei passar mais um dia inteiro no tribunal. Ou terei de pagar multa por delito que não cometi ou terei que passar outro dia inteiro no tribunal.”. (SALMON, 2002, p. 18).
Fonte: SALMON, W. C. Lógica. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
Com base no texto, responda às seguintes perguntas:
O dilema apresentado é raciocínio válido ou inválido?
Quantas proposições há no dilema?
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