Principais características e tipos de mitos
Artigo: Principais características e tipos de mitos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Sandhra • 4/4/2014 • Artigo • 983 Palavras (4 Páginas) • 609 Visualizações
Mitologia
O pensamento mítico é uma explicação da realidade desprovida de qualquer rigor metodológico. Contrapõe-se ao logos, que tenta explicar a realidade utilizando-se de conceitos racionais. Na antiguidade, o mito ia de encontro aos interesses da aristocracia rural, uma vez que a economia da polis era essencialmente agrária. Todos tinham deveres para com os deuses, às cerimônias religiosas eram obrigações cívicas. As narrativas míticas respondiam a questões como a origem do universo, vida e morte, condição humana, etc. Assim o mito era a visão de mundo grega, transmitida de geração para geração, durante séculos, por meio oral, tornando-se um aspecto essencial da vida comunitária, pois criava bases para a construção e compreensão da realidade.
Mito é uma narrativa tradicional de conteúdo religioso, que procura explicar os principais acontecimentos da vida por meio do sobrenatural. O conjunto de narrativas desse tipo e o estudo das concepções mitológicas encaradas como uns dos elementos integrantes da vida social são denominados mitologia.
“O mito só fala daquilo que realmente aconteceu do que se manifestou, sendo as suas personagens principais seres sobrenaturais, conhecidos devido àquilo que fizeram no tempo dos primórdios. Os mitos revelam a sua atividade criadora e mostram a “sobrenaturalidade” ou a sacralidade das suas obras. Em suma os mitos revelam e descrevem as diversas e frequentemente dramáticas eclosões do sagrado ou sobrenatural no mundo. É está “informação” ou eclosão do sagrado (sobrenatural), que funda que dá origem ao mundo tal como ele é hoje. Sendo também graças à intervenção de seres sobrenaturais que o homem é o que é hoje”.
Mircea Eliade
Vivemos num mundo cercado por mitos que nos levam a compreender os acontecimentos atuais. Nossas vidas, embora muitas vezes não percebamos, sempre seguimos rumos destes mitos, estão por toda parte, seja num ato religioso, ou na origem e formação de um povo e nos seus costumes. Ao contrário do que o senso-comum veicula, mito não é sinônimo de ideia falsa. Mas fazemos essa relação, porque normalmente consideramos mito como expressão cultural de povos primitivos ou inferiores, que, sem saber como explicar a realidade, inventavam histórias fantasiosas e arbitrárias. O mito, constituindo-se no imaginário social como um modo de pensar oposto ao pensamento científico e lógico, é tomado, pejorativamente, como narrativa enganosa e falsa. Os mitos nos levam a entender o tempo e o espaço cotidianos pelo espaço e o tempo sagrado. Devido a isto, nas linguagens míticas os relatos sempre começam com a expressão “naquele tempo” ou “no princípio”.
O mito é uma narrativa tradicional de profundo poder de explicação e significado simbólico, compartilhada pelos membros de uma sociedade. Os mitos são definidos como uma explicação dos fatos atuais através de acontecimentos primordiais, que se encontram sempre presentes, sendo que, pelo rito, se faz a ligação do atual ao primordial. Deste modo, os mitos, ao se referirem aos acontecimentos primordiais, estão nos trazendo uma explicação do atual, pois esses acontecimentos ocorreram em determinados espaços e tempos sagrados. Essa referência a um contexto transcendente válida o espaço e o tempo profanos, dando sentido à cotidianidade.
Suas principais características são: Narra como as coisas foram em um passado remoto e impreciso; Faz referência ao fabuloso e ao sobrenatural. Ex.: deuses, semideuses, heróis, seres fantásticos etc.; Não se importa com contradições, não segue necessariamente uma coerência lógica; Modo de transmissão essencialmente oral; Sua legitimidade repousa na autoridade
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