REFLEXÕES SOBRE A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Tese: REFLEXÕES SOBRE A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cs98110 • 14/10/2014 • Tese • 1.058 Palavras (5 Páginas) • 558 Visualizações
REFLEXÕES SOBRE A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Toda teoria pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico. É a filosofia que, expressando uma concepção de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia, definindo seus objetivos e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não existe educação neutra. Ao trabalhar na área de educação, é sempre necessário tomar partido, assumir posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o reflexo da escolha de uma filosofia de vida (Haydt, 1997, p. 23).
Com a epígrafe acima, inicia-se uma discussão sobre a filosofia da educação, buscando referencial que clarifique sua função na área educacional. A filosofia pode contribuir para que a educação seja pensada, analisada e refletida, saindo assim do ativismo, ou seja, do fazer pelo fazer, sem respaldo que norteie o porquê e o para quê destina-se esse fazer.
Ao pensar filosoficamente, o educador foge da simplicidade, da ingenuidade e das explicações mágicas ao interpretar os problemas do cotidiano, buscando aprofundar sua análise, não se satisfazendo com as aparências, buscando a causalidade dos fatos de forma inquieta e intensa.
Silva (1992, p. 32), em um texto de bastante relevância, discute que professores e professoras, em seu fazer diário, preocupam-se em demasia com métodos e técnicas em um verdadeiro endeusamento dessas questões, como se a educação pudesse melhorar a partir da metodologia de ensino, não querendo aqui minimizar a importância das metodologias; porém, atentando para que, por vezes, se esquecem de buscar base conceitual que respalde e sustente tais metodologias, o que deixa bastante explícito na seguinte citação:
[...] qualquer método ou técnica encontra seus fundamentos numa psicologia educacional, o que, por sua vez, encontra seus fundamentos numa filosofia da educação. O culto indiscriminado da técnica somente terá fim quando os professores se lembrarem dessa ligação, ou pelo menos, começarem a refletir sobre certas coisas que, para eles, supostamente são reservadas só para iniciados ou privilegiados. A educação brasileira não precisa de pílulas «metodologicol»; ela precisa, isso sim, é de uma injeção de filosofia e política.
A citação vai ao encontro das idéias de Severino (2001), que nos faz entender que é tarefa da filosofia da educação «intencionalizar a prática educacional», dando respaldo para que essa prática seja pensada, refletida, construída e reconstruída, enfim, seja uma prática não apenas empírica, mas também reflexiva, que se aporte na epistemologia. Para tal, entende que a filosofia não deve ser vista como uma ciência isolada, mas sim que busca se apoiar em fundamentos históricos e sociológicos.
Procurando contextualizar o surgimento da filosofia da educação, Severino (2001, p. 121) aponta que o pensar contemporâneo busca na ciência, na razão, a explicação para as causas primeiras, fugindo de toda espécie de transcendentalismo tão presente no pensar medieval, sendo assim «o racionalismo naturalista moderno transfigura a cosmovisão da cultura ocidental e instaura uma avassaladora dessacralização da natureza e da cultura». Fato este que, antes de tudo, atinge as ciências naturais, e, a seguir, as humanas das quais se originam as ciências da educação. Nessa perspectiva, a educação passa a ser pensada por meio da ciência, tendo a filosofia da educação a função de justificar a utilização de recursos técnico-científicos que levem ao máximo o desempenho dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
A educação brasileira é atingida por essa forma de pensar, segundo Severino (2001, p.122), nos ideários escolanovistas, que emergem como contraponto à educação tradicional jesuítica, a qual influencia por séculos a escola brasileira. Para a Escola Nova:
A educação é considerada o único instrumento apropriado para a construção de uma sociedade laica e justa, gerenciada por um aparelho estatal que se inaugura a partir de um projeto político iluministicamente concebido e juridicamente implementado.
O escolanovismo é fortemente influenciado pelas idéias de John Dewey, de quem Anísio Teixeira é interlocutor no Brasil. As idéias da Escola Nova aportam-se na psicologia do desenvolvimento, o que faz com que essa disciplina seja, até os dias atuais, bastante prestigiada nos cursos de formação de professores,
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