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Racionalismo

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Por:   •  4/12/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.300 Palavras (10 Páginas)  •  325 Visualizações

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Universidade Estadual do Mara

Aluno: Italo Everton Pinheiro

Filosofia

Professor : João José

Racionalismo

São Luis – MA

05/12/2014

Racionalismo

O racionalismo é uma corrente filosófica baseada nas operações mentais para definir a viabilidade e efetividade das proposições apresentadas. Essa corrente surgiu como doutrina no século I antes de Cristo para enfatizar que tudo que é existente é decorrente de uma causa. Muito tempo depois, já na Idade Moderna, os filósofos racionalistas adotaram a matemática como elemento para expandir a idéia de razão e a explicação da realidade. Dentre seus adeptos, destacou-se o francês René Descartes que elaborou um método baseado na geometria e nas regras do método cientifico. Suas idéias influenciaram diversos outros intelectuais, com Spinoza e Leibniz. Este, por exemplo, desenvolveu o método de cálculo infinitesimal e defendeu o Racionalismo dizendo que algumas idéias e princípios são percebidos pelos nossos sentidos, mas não estão neles as origens. Seus argumentos tinham grande amparo da geometria, da lógica e da aritmética. As elaborações de Descartes também impulsionaram muito o método científico em função das quatro regras que utilizou para elaborar seu método racionalista. As regras diziam que jamais se deveria acolher algo como verdadeiro enquanto não fosse verificado, que era preciso fragmentar as dificuldades para examiná-las mais de perto, que era preciso impor ordem aos pensamentos e, por fim, fazer enumerações e revisões para não correr o risco de omissões.

A partir da Idade Moderna, o Racionalismo obteve grande crescimento como corrente filosófica e não se pode desvincular essas idéias das aplicações matemáticas. Tradicionalmente, o Racionalismo era definido pelo raciocínio como operação mental, discursiva e lógica para extrair conclusões. As inovações humanas apresentadas com o advento do Renascimento consolidaram o Racionalismo com o acréscimo de elaborações e verificações matemáticas. Para o Racionalismo, tudo tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada empiricamente. O Racionalismo foi importante elemento do mundo Moderno para superar o mundo Medieval, pois privilegia a razão em detrimento das experiências do mundo sensível, ou seja, o método mítico como se tinha acesso ao conhecimento durante a Idade Média. Assim, o Racionalismo é baseado na busca da certeza e da demonstração.

O Racionalismo se tornou central ao pensamento liberal, que, por sua vez, pretende propor e estabelecer caminhos para alcançar determinados fins em nome do interesse coletivo. Assim, o Racionalismo está na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social, abrindo espaço para as soluções racionais de problemas econômicos e/ou urbanos com base em soluções técnicas e eficazes.

Racionalismo em descartes (inatista)

Descartes distingue três tipos de idéias: inatas, adventícias e factícias. As idéias adventícias são aquelas que nos chegam a partir dos sentidos, as factícias são provenientes da nossa imaginação, uma combinação de imagens fornecidas pelos sentidos e retidas na memória cuja combinação nos permite representar (imaginar) coisas que nunca vimos.

A grande questão, porém é a de saber se todas as nossas idéias se podem explicar destes dois modos. Será o triângulo uma idéia adventícia? Como explicar então a sua perfeição? Será uma idéia factícia? Como explicar nesse caso a sua universalidade? E a idéia de Deus? Como explicar que seres finitos e imperfeitos como os homens são, possam ter a idéia de um ser infinito e absolutamente perfeito?

A resposta de Descartes é a de que para além das idéias adventícias e factícias os homens possuem idéias inatas, idéias que, nascidas conosco, são como que a marca do criador no ser criado à sua imagem e semelhança.

Estas idéias inatas, claras e distintas, não são inventadas por nós, mas produzidas pelo entendimento sem recurso à experiência. Elas subsistem no nosso ser, em algum lugar profundo da nossa mente, e somos nós que temos liberdade de pensá-las ou não. Representa as essências verdadeiras, imutáveis e eternas, razão pela qual servem de fundamento a todo o saber científico.

Como Descarte escreve:

“(...) quando começo a descobri-las, não me parece aprender nada de novo, mas recordar o que já sabia. Quero dizer: apercebo-me de coisas que estavam já no meu espírito, ainda que não tivesse pensado nelas. E, o que é mais notável, é que eu encontro em mim uma infinidade de idéias de certas coisas que não podem ser consideradas um puro nada. Ainda que não tenham talvez existência fora do meu pensamento elas não são inventadas por mim. Embora tenha liberdade de as pensar ou não, elas têm uma natureza verdadeira e imutável.”

Méditations Métaphysiques, “Méditation cinquième”, p. 97-99.

Quais são então as idéias inatas? Fundamentalmente os conceitos matemáticos e a idéia de Deus.

Num texto dirigido à princesa Elisabeth, Descartes escreve (1645):

“A primeira e a principal [das idéias inatas] é que há um Deus de quem todas as coisas dependem, cujas perfeições são infinitas, cujo poder é imenso, cujos decretos são infalíveis...”

Como diz Koyré:

“Do desmoronamento das suas primeiras certezas, Descartes apenas salvará as que não dependem da filosofia: a crença em Deus e na Matemática.”

Este inatismo traduz a profunda confiança que Descartes tem na razão. Fonte de todo o conhecimento seguro e verdadeiro, faculdade universalmente partilhada, a razão ou bom senso é aquilo que define o homem como homem, o que o distingue dos outros animais.

"O bom senso é a coisa que, no mundo, está mais bem distribuída: de fato, cada um pensa estar tão bem provido dele, que até mesmo aqueles que são os mais difíceis de contentar em todas as outras coisas não têm de forma nenhuma o costume de desejarem [ter] mais do que o que têm.

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