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Resenha do filme Em nome da Rosa

Por:   •  4/5/2016  •  Resenha  •  982 Palavras (4 Páginas)  •  467 Visualizações

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RESENHA DO FILME EM NOME DA ROSA

Refletir sobre filosofia é questionar a realidade, impondo-lhe questões e argumentando na tentativa de compreender ideias comuns que usamos todos os dias sem pensar nelas. O próprio fato de se questionar o que é filosofia já é por si só um problema filosófico.

De acordo com Prado Junior (1981, p. 6) a filosofia “é uma especulação infinita e desregrada em torno de qualquer assunto ou questão, ao sabor de cada autor, de suas preferências e mesmo de seus humores”. Nessa perspectiva, entende-se que a filosofia trata de todos os assuntos, porém, cada pessoa, ao seu modo e convicção, possui um ponto de vista diferente, o que torna as especulações uma fonte infinita e sem regras de perguntas e respostas.

Como a filosofia vem tratando de objetos que não são seus e pelos quais não podia dar respostas, entende-se que esta nada mais é que o conhecimento do conhecimento (PRADO JUNIOR, 1981). Ou seja, a filosofia vai para além do conhecimento da própria Ciência, buscando para que o conhecimento serve e a quem ele serve.

É nesse sentindo, reconhecendo a importância e utilidade da filosofia que se procurou analisar o filme “O nome da Rosa”, baseado no romance de Umberto Eco, o qual foi lançado em 1980.

O filme retrata um contexto medieval no qual as cenas escuras refletem o período histórico em que a trama se passa. As vestimentas dos personagens são simples, como se fossem túnicas, porém protegem contra o clima frio. A linguagem é rebuscada pois os personagens são membros da igreja. Como o cenário principal do filme é um mosteiro, nota-se que as construções reafirmam a forte cultura religiosa, permeando espaços mal iluminados, fechados e com poucas janelas.

Nessa época, as ideias da igreja eram baseadas na teoria de Santo Agostinho influenciado por Platão. Os padres “no esforço de converter os pagãos, combater heresias e justificar a fé, desenvolvem a apologética, elaborando textos de defesa do cristianismo” (ARANHA, 1993, p.101). A razão passa a ser considerada auxiliar e subordinada a fé, Deus é quem ilumina a razão e torna possível que o homem pense de forma correta. Podem-se perceber essas características nos monges beneditinos que vivem no mosteiro.

A história é narrada por Adso, um jovem no qual o pai encarregou sua educação a um monge franciscano chamado William. Os dois chegam ao mosteiro pois William participaria de uma reunião em que seria decidido se a igreja deveria doar parte de seus bens. Porém, várias mortes passaram a acontecer no local, fato esse que levou Willian a investigar o que estava acontecendo, pois os beneditinos afirmavam que um demônio rondava o lugar.

O filme demonstra uma certa conotação perversa para a sensualidade, o prazer era considerado um pecado pela igreja, era proibido ter relações sexuais ou desfrutar de sensações de alegria. Não se vê os monges beneditinos rindo justamente por esse motivo. As mulheres se vendiam aos monges apenas em troca de comida, muitas vezes eram mortas pois eles consideravam que elas praticavam ações demoníacas.

William passa a desconfiar que o mistério que ronda o mosteiro poderia ser explicado por acontecimentos que se passaram dentro da biblioteca, já que ali continham obras aristotélicas que eram proibidas por serem contra algumas ideias da igreja. Essas obras estavam sendo traduzidas pelos jovens que morreram assassinados.

Em sua obra, Aranha (1993, p. 102) afirma que “o pensamento de Aristóteles era visto com desconfiança, ainda mais pelo fato de os árabes terem feito interpretações tidas como perigosas para a fé”.

William passa a usar a razão e a ciência para desvendar os fatos. Porém, a chegada de Bernardo Gui, da Santa Inquisição, atrapalha as investigações. A Santa Inquisição

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