Resenha – Ética e Pós-Modernidade: desafios a uma educação para a sustentabilidade
Por: Níllia Nogueira • 26/4/2019 • Resenha • 1.336 Palavras (6 Páginas) • 381 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
NÍLLIA NOGUEIRA FERREIRA
ATIVIDADE – RESENHA
Pinheiro - MA
2018
Resenha – Ética e Pós-Modernidade: desafios a uma educação para a sustentabilidade
O autor Paulo Eduardo de Oliveira, na apresentação de seu texto, tem a preocupação de instigar o leitor à reflexão analisando os desafios que a pós-modernidade apresenta para uma educação voltada à dimensão da sustentabilidade, principalmente na questão ética. Aborda pontos relevantes nesse contexto, bem como Moral Moderna, A Pós-Modernidade em Foco, O Mal-estar Pós-Moderno, Ética Pós-Moderna, A Impossibilidade de Construir uma Moral Geral e Desafios para uma Educação em Vista da Sustentabilidade.
De forma esclarecedora chama positivamente a atenção quando expõe que a cultura ocidental, desde o século XV até o século XIX, sofreu uma profunda transformação afastando-se de uma concepção religiosa do mundo, na qual tudo tinha referência ao sagrado e aproximando-se de uma mentalidade apoiada exclusivamente na razão humana. Onde "A principal característica dessa mentalidade era a confiança ilimitada na razão humana: a razão pode tudo e, por isso, nós vivemos numa época de certeza, pensavam as pessoas daquele tempo." (p. 1). Ele cita que, “Os principais resultados desse modo de pensar foram a Revolução Industrial e os avanços que a tecnologia trouxe para a humanidade.” (p. 1) Chama-se de modernidade a esse período.
Postas essas considerações o autor afirma que o período citado acima,
“Trata-se de um novo paradigma para a compreensão do saber humano, com repercussão no modo de vida das pessoas em todos os aspectos. Sobretudo no que diz respeito à questão da sustentabilidade ambiental, econômica e social, o paradigma moderno trouxe os mais graves problemas para a humanidade, como o aumento da distância entre as classes sociais, a degradação em escala do meio ambiente, a concentração de renda, o inchaço do meio urbano, entre outros fatores.” (p. 2)
Ante o exposto apresenta-se um conjunto de conhecimentos sobre a moral moderna argumentando sobre a visão de modernidade em superação ao que foi o medieval com contribuições de alguns pensadores. “A razão humana não precisava mais depender de explicações metafísicas (religiosas e filosóficas) para orientar a moral, os princípios e os valores” (p. 2). De certa maneira, os homens tornaram-se senhores de si mesmos, do seu futuro e consequentemente da história. A modernidade era o desencantamento da organização religiosa do mundo, bastavam os princípios da razão (a lógica e o raciocínio) para orientar a moral e a escolha de valores.
A concepção determinista do mundo foi fortemente atacada pela influência do indeterminismo. Com o surgimento da incerteza como uma categoria permanente a presença de uma mentalidade volátil, provisória, flexível foi favorecida. “Essa era a nova mensagem que as transformações culturais trouxeram. Nasce, assim, a pós-modernidade.” (p. 2).
Segundo o autor,
“[...] a pós-modernidade permite uma abertura para um novo modo de compreender o ser humano e sua relação com o meio ambiente e a sociedade. As questões que dizem respeito à sustentabilidade são, assim, mais reconhecidas em seu valor. Não se trata apenas de uma visão racional e utilitarista da natureza, por exemplo, mas de uma dimensão relacional mais profunda e integradora. Por outro lado, a pós-modernidade, segundo alguns autores, exibe um vínculo muito forte com a mentalidade consumista de nossa época, o que compromete, sem dúvida, todo o empenho pela construção de uma sociedade sustentável.” (p. 3).
Alertando que pensar a pós-modernidade tornou-se, mais do que um modismo intelectual, uma necessidade premente, o tópico sobre A PÓS-MODERNIDADE EM FOCO inicia-se com o destaque de um ponto relevante, pois a pós-modernidade “não se trata apenas de um movimento de pensamento, mas de uma revolução no campo das ideias e dos valores” (p. 3). Desse modo, as questões acerca da natureza da pós-modernidade nos colocam um problema igualmente significativo: o da avaliação do próprio conceito de modernidade.
Para desmistificar o problema o autor faz relação com exemplos familiares: “a música moderna era o que chamamos música clássica (Beethoven, Bach, Mozart). A música pós-moderna, no entanto, configura-se nos novos ritmos, no rock pesado, no funk e numa série de outras ‘extravagâncias musicais’, entre outros.” (p. 4). Isso que ocorre em campos tão diversos como a música também influencia o campo da moral (dos valores e costumes).
O texto alerta ainda sobre o mal-estar decorrente de todas as transformações culturais gerado pela pós-modernidade:
“porque as coisas pareciam mais definidas e claras e, hoje, tudo parece confuso, incerto, sem regras bem estabelecidas. Perdemos as certezas e não sabemos mais por onde caminhar. Antigamente, os pais sabiam o que ensinar a seus filhos. E hoje? Há muitas dúvidas. Muitos pais e mães se omitem, simplesmente porque não sabem ao certo o que é o bem ou o mal: tudo parece estar misturado.” (p. 5)
Assim, a pós-modernidade pode representar possibilidade de libertação das amarras e da rigidez racional, mas também pode gerar mal-estar. Na medida em que subverte a ordem de um mundo fixado no determinismo, em todos os campos, gera desconforto e insegurança.
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