SOCIOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE APOIO PARA COMPREENSÃO E ADAPTAÇÃO DA GESTÃO ORGANIZACIONAIL ÀS MUDANÇAS SOCIO-CULTURAIS RELIGIOSAS.
Trabalho Universitário: SOCIOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE APOIO PARA COMPREENSÃO E ADAPTAÇÃO DA GESTÃO ORGANIZACIONAIL ÀS MUDANÇAS SOCIO-CULTURAIS RELIGIOSAS.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 5/11/2014 • 1.271 Palavras (6 Páginas) • 631 Visualizações
SOCIOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE APOIO PARA COMPREENSÃO E ADAPTAÇÃO DA GESTÃO ORGANIZACIONAIL ÀS MUDANÇAS SOCIO-CULTURAIS RELIGIOSAS.
Durante o processo de formação social de um indivíduo a sociedade contribui de forma integral determinando parâmetros sociais e comportamentais que se estendem ao ramo empresarial. O maior desafio se encontra como foco principal a compreensão das diferentes ações e comportamentos dos indivíduos integrantes dessa sociedade. Tal processo de socialização, entretanto se estabelece de forma complexa e até cognitiva assumindo vital importância. Quando analisados em determinadas situações e contextos sociais relevantes desse indivíduo, a religião estabelece um controle psico-social na inserção e sua permanência em um determinado grupo ou sociedade.
A socialização é um processo contínuo no qual o indivíduo ao longo da vida aprende identificar hábitos e valores característicos que o ajudam no desenvolvimento de sua personalidade e na integração de seu grupo, tornando-o sociável, hábitos estes que não são inatos. Em estado de isolamento social, o indivíduo não é capaz de desenvolver um comportamento humano, pois este deve ser aprendido ao longo de suas interações com os grupos sociais. (Levy, 1973, P.60)
Atualmente, os termos de compreensão da sociologia tendo como estímulo o foco da explicação da religião e espiritualidade compreendendo o contexto organizacional e suas regras impostas ao coletivo e ao individual numa interação de suma importância para as organizações e a sociedade em geral.
Segundo FERREIRA JORDÃO, Eric Henrique (2013)
“A sociologia pode ser considerada como o resultado de uma tentativa de compreensão das situações sociais, concentrando-se na vida organizacional. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas de interferir no rumo da civilização, entendendo como uma das manifestações do pensamento moderno, surgindo também no declínio da sociedade capitalista.”
De acordo com DURKEIN, (1978) tais influências externas, agem internamente na construção da consciência e valores para a interação em seus grupos respectivos justificando escolhas individuais, mas principalmente coletivas.
As influências sociais pressionam os indivíduos a agir e reagir a estímulos externos de sua sociedade. A religião é uma atividade cultural antiga que sempre influenciou fortemente os indivíduos e grupos. Com o surgimento de ciências como Matemática, física e filosofia, há uma transição do individuo que estava no campo teocêntrico para o antropocêntrico, este segundo baseado na lógica e na razão.
O grande nível de globalização e exportação do país internacionalizou a economia no Brasil que apresentou nos últimos anos uma inclinação muito mais voltada à economia do que a política e a religião. Houve-se a necessidade de adaptar as empresas às formas de comercialização em território estrangeiro, com isso moldando a gestão da empresa à cultura, costumes e religiões internacionais.
Um grande exemplo são as empresas: Sadia, Seara, Perdigão e Frangosul apresentadas no artigo "O impacto da Religião na Gestão dos negócios". Essas empresas adaptaram a gestão de seus negócios á cultura muçulmana e a islâmica. Tais empresas utilizam em sua produção de comercialização de frangos a pratica Halal, que requere certos procedimentos como algumas restrições na alimentação de suas aves, determina que os animais sejam mortos com o peito do frango voltado para Meca e com um corte em movimento meia-lua no pescoço feito por um instrumento afiado com o animal vivo e desperto. Essas empresas além de se adequarem as questões religiosas da região, criaram um marketing excelente em cima dessa questão. Atualmente uma organização para se manter competitiva no mercado deve sempre estar com "mente aberta" a novas oportunidades e saber explorá-las de forma que aumente sua lucratividade.
DÜRKHEIM (1996) determina uma relaciona a religião, entre o sagrado e o profano e como estas questões são exercidas em uma instituição, ligadas a estruturas formais, hierárquicas que são relativamente restritas, regidas por dogmas religiosos que remetem de maneira fundamental num sistema de crenças e rituais.
Em contraponto WEBER (1999), acredita que o capitalismo gera uma transformação dos valores sócio-culturais, alienando a sociedade por desestimular ações sociais.
As ações sociais são transformadoras da sociedade, e só são possíveis através da comunicação entre os outros indivíduos. Para Weber, a ação social
“Significa uma ação que quanto ao sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso. (WEBER: 1991 3)”
Com o avanço da ciência e esclarecimento sobre fenômenos físicos, o ceticismo tem tido representação relevante em nossa sociedade, e conseqüentemente nas organizações de um modo geral. Anteriormente no Ocidente, a Igreja e o Estado eram difundidos no poder sobre os indivíduos e sociedade hoje, porém tal sociedade tem sido afetada pelo desencantamento do mundo, e eliminação da magia secularizada de tempos antigos sendo fragmentadas até os dias atuais. (Weber, 1999).
Apartir desses acontecimentos, a religião nos parâmetros institucionais tem transformado a fé em um objeto de comercialização, ou seja, uma mercadoria.
O pensamento sociológico de Karl Max baseia-se no individualismo social e nas relações humanas estabelecidas por um parâmetro de produção, a exploração dos recursos humanos tendo como conseqüência a transformação do ambiente externo dividindo assim a sociedade de maneira desigual e conflitante, pois se cria duas classes distintas uma a fim de acumular capital (a classe dos proprietários), e a outra a fim de sobreviver, vende sua força de trabalho.
O âmbito organizacional necessita da compreensão desses pensamentos sociológicos e adaptação desse cenário social que influência de diretamente as organizações, o que permite entender a espiritualidade mais voltada para um conjunto de valores e ações voltado para o coletivo de forma mais recomendada que a religião, pois a esta contém crenças e dogmas que podem ser diferentes umas das outras, portanto no contexto organizacional é importante preferir a espiritualidade em vez da religião. Diante o conflito entre a humanização de um ambiente de trabalho e a lucratividade, cabe ao gestor de pessoas avaliar a melhor forma que a espiritualidade e a moral social pode ser inserida dentro desse contexto, a fim de que nenhuma das partes seja prejudicada e o caráter racional do mercado não seja perdido. É preciso observar também questões étnicas e culturais, pois a espiritualidade diz respeito ao indivíduo, sendo de cunho pessoal, e que, se não administrados de forma correta dentro do ambiente organizacional pode gerar conflitos entre os colaboradores. Ela também não pode ser usada como meio de manipulação, pois a mesma deve existir para diminuir conflitos, melhorar a qualidade, aceitação, motivação do serviço. Ela auxilia também na relação individual e de grupo, servindo algumas vezes de mediadora em questões conflituosas.
REFERÊNCIAS:
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Espiritualidade e religião no trabalho: possíveis implicações para o contexto organizacional. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 28, n. 4, dez. 2008 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141498932008000400009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 24 jun. 2014.
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