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Teoria e a política dentro do movimento feminista e suas diversas ramificações sob o modo de produção capitalista global

Por:   •  25/10/2016  •  Artigo  •  1.336 Palavras (6 Páginas)  •  446 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O debate iniciado a seguir busca-se estabelecer a relação entre a teoria e a política dentro do movimento feminista e suas diversas ramificações sob o modo de produção capitalista global.

Vale dizer, que desde sua gênese o movimento feminista nunca foi algo homogêneo e se desdobrou de maneira igual em países diferentes. Isso tanto do campo teórico quanto do campo prático. Entretanto, aparentemente dentro da militância havia uma maior convergência entre as feministas.

Hoje, mesmo após grandes conquistas do movimento que são advindas de muita luta, reflexão e debates, parece existir um vale entre a teoria e a prática política. O desmembramento entre as diferentes teorias feministas com as diferentes militâncias feministas se dá primeiramente pela dificuldade teórica de nortear as práticas, segundo pela desarticulação com a dimensão histórica de ambos os lados.

O que será tratado neste trabalho é justamente a questão que se faz dentro das encruzilhadas feministas que perpassam as tensões entre as identidades políticas e de gênero, as políticas de justiça e também a necessidade de reconhecimento da diferença, que nos aproxima de um movimento crítico a partir de um ponto de vista da totalidade.

BREVE HISTÓRIA

A partir do século XIX onde os meios de produção cresciam de maneira desenfreada, a mulher foi integrada no mercado de trabalho, possibilitando um aumento na força de trabalho disponível. Isso nos traz uma nova dinâmica dentro do próprio sistema de produção, aumentando substantivamente a exploração da classe trabalhadora e trazendo consigo um momento singular do processo histórico contemporâneo.

O movimento de mulheres se associava e se mesclava com as diversas expressões dos movimentos sociais que se fundaram nesse período em toda a Europa e nos Estados Unidos: a luta por redução na jornada de trabalho, salários, condições de vida e de trabalho infantil e direito de organização. A militância e a organização do movimento de mulheres estava sob a influência das manifestações amplas da classe trabalhadora em geral. Na abordagem de gênero e história se faz marcante as transformações do século XIX, pois a sociedade industrial capitalista implicava e impunha uma nova racionalidade, uma nova ordem.

A crescente intensificação dos movimentos sociais, em pleno século XIX, também recrudesceu o despontar do feminismo, trazendo em seu seio os primórdios do espírito de democracia moderna e que, até então, somente haviam sido registrados como “gestos ou escritos feministas”. Até mesmo o que se denomina feminismo pré-1789, no período da França Revolucionária – abrangendo todos os aspectos da emancipação das mulheres e incluindo qualquer luta ou manifestação projetada para elevar seu status social, político e econômico – não pode deixar de ser pensado a partir da interpretação relacional e conjuntural, pois se trata de um período intenso e conturbado, de avanços econômicos e progressos que se fundem a muitos protestos e rebeliões. Ainda partindo dessa perspectiva vivenciada em pleno florescer dos movimentos de reivindicação social presentes nos séculos XVIII e XIX – de exclusão social e inacessibilidade à educação e às condições melhores de vida e de trabalho –, vale ressaltar que a participação da mão-de-obra feminina na estrutura ocupacional, nas formações sociais capitalistas decorre, principalmente, das exigências do aparato produtivo em determinadas conjunturas ante as variações cíclicas da economia.

AS ENCRUZILHADAS

As feministas revolucionaram muitos dos rumos das investigações em curso ao colocarem a mulher e o gênero no centro dos debates até então levantados. Entre as principais consequências dentro dos estudos culturais está: a valorização da esfera privada e das esferas públicas alternativas (estas mais frequentadas por mulheres, principalmente das “subculturas” de jovens adolescentes das classes trabalhadoras); o deslocamento da categoria de classe como mecanismo primário de dominação (o que abriria espaço para outros vetores de subordinação social); e maior preocupação com questões sobre subjetividade, identidade, sexualidade, desejo e emoção, possibilitando maior compreensão da dominação/subordinação em nível subjetivo. Estudar como a subjetividade se posiciona contraditoriamente fez com que as pesquisadoras compreendessem que as categorias da identidade raramente formam unidades sociais monolíticas; ao contrário, estão sempre em complexa e conflitiva inter-relação com outras identidades e relações de poder (por exemplo, para uma trabalhadora negra lésbica, as categorias gênero, raça, classe e orientação sexual não constituem elementos homogêneos, mas derivam seus significados de outras categorias sociais). Por último, devido a seu compromisso histórico com o movimento de mulheres, para o feminismo a subordinação e a dominação estavam marcadas no próprio corpo, excedendo aí seus limites puramente teóricos. Em decorrer disso, a insistência na análise das dimensões subjetivas e simbólicas das experiências das mulheres, junto com o projeto político de intervenção nas estruturas do cotidiano dessas mulheres – projeto que orientou desde o princípio as pesquisas feministas dentro do campo dos estudos culturais, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos –, equipou as teorias com poderosos instrumentos para “cortar” na materialidade tanto da cultura como do poder. Se, por um lado, como nos mostra a autora, o entrelaçamento entre teoria e política no feminismo foi forjado histórica e conjunturalmente

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