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Teoria ética filosófica de Aristóteles

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Por:   •  31/5/2014  •  Resenha  •  2.375 Palavras (10 Páginas)  •  403 Visualizações

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2. A ÉTICA ARISTOTÉLICA

O discurso exposto pelo realismo aristotélico[3], considerava o universo como ordenado por leis constantes e imutáveis. Essa ordem rege não só fenômenos naturais, mas também os de ordem política, moral ou estética. Alegando existir uma ciência "primeira", a metafísica, que estuda o ser e procura enunciar que essa ordem torna inteligíveis todos os fenômenos.

Neste cenário, a teoria ética filosófica objetiva estabelecer o bem tanto ao individuo quanto à sociedade num todo. Então, o comportamento ético é o que se considera prudente. Porém, uma questão central que a moral e a ética tratam, e que é muito difícil de responder, é "como devo agir para com os outros?". A visão sob a ética na filosofia grega clássica se faz mais empírica, claramente exposta nas obras de Aristóteles.

"(…) os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos". (ARISTÓTELES, II)

A ética, segundo Aristóteles, serve como condução do ser humano à felicidade, no sentido mais amplo da palavra. E é em toda interação, na dinâmica do convívio social, que se possibilita transparecer os valores éticos e morais humanos, assim como o desenvolvimento destes.

Aristóteles acreditava que o exagero é motivador para a criação de conflitos com outros indivíduos ou com a sociedade, e enquanto tal pode afetar o nosso caráter, com isso os excessos prejudicam a imagem do homem social. E é na observação e reflexão de tais fatos que irá surgir, originar-se a doutrina do justo meio, onde a virtude intermedia pontos extremos, os vícios ou defeitos de caráter. O comedimento, a moderação, o afastamento do excedente vem para amparar a conduta virtuosa.

"Virtude (lat. Virtus). (...). Em um sentido ético, a virtude é uma qualidade positiva do indivíduo que faz com que este aja de forma a fazer o bem para si e para os outros. (...). Na filosofia moderna, a palavra "virtude" passou a designar a força da alma ou do caráter. Neste sentido moral, designa uma disposição moral para o bem. (...) a coragem, a justiça, a lealdade".(JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 271)

Em, A Ética a Nicômaco, principal obra de Aristóteles sobre ética, o pensador esclarece que a finalidade suprema que governa e justifica a maneira do ser humano conduzir seus atos e sua vida é a felicidade, que não está correlatada com os prazeres, nem implicita nas honrarias recebidas pelo ente agraciado, mas numa vida repleta de posturas e comportamentos virtuosos. E o homem dotado de prudência e habituado ao exercício de tal, encontra no justo meio entre os extremos de seus atos e decisões a virtude.

Então, seguindo a concepção do realismo aristotélico de que uma ordem subjacente rege as coisas, a virtude aparece como a medida determinada por esta ordem e pelos fins que a sobredeterminam visando o desenvolvimento pleno do ser humano.

"Costuma-se dizer que nada há que acrescentar nem tirar nas coisas bem-feitas, considerando-se que o excesso ou a falta destrói a perfeição e a justa medida a conserva (...). E a virtude que é mais perfeita e melhor que toda a arte, do mesmo modo que a natureza, tenderá para o meio. (...) Chamo meio da coisa o igualmente distante dos extremos, que é um e idêntico para todos, meio a respeito de nós, o que não é excesso nem falta. E este não é único nem idêntico para todos". (ARISTÓTELES, III)

"A virtude é uma disposição adquirida voluntariamente, consistindo, em relação a nós, em uma medida, definida pela razão conforme a conduta de um homem que age refletidamente. Ela consiste na medida justa entre dois extremos, um pelo excesso, outro pela falta". (ARISTÓTELES, VI)

Portanto, a virtude está no meio termo das decisões de comportamento, de como atuar para uma situação específica, e o vício se dá pela falta ou pelo excesso. Procurando estabelecer uma aplicação de tal conceito, creio que não seria um equívoco dizermos que, em um processo de negociação onde as partes têm interesses diferentes, chegar à satisfação desejável destas (cliente e empresa) é o que podemos chamar de virtude, enquanto que seus opostos são: a exploração do poder aquisitivo do cliente aproveitando o seu desconhecimento quanto ao custo-benefício do objeto da venda e o valor monetário de mercado comum ao mesmo objeto (excessos na margem de lucratividade sobre o custo do pruduto); e a conseção de decontos maiores que o lucro obtido na negociação na tentativa de fidelizar este cliente desvalorizando o valor monetário de mercado do objeto da venda e seu custo-beneficio (ausência de lucratividade sobre o custo do produto).

"(...) a virtude está em nosso poder, do mesmo modo que o vício, pois quando depende de nós o agir, também depende o não agir, e vice-versa. de modo que quando temos o poder de agir quando isso é nobre, também temos o de não agir quando é vil; e se está em nosso poder o não agir quando isso é nobre, também está o agir quando isso é vil. logo, depende de nós praticar atos nobres ou vis, e se é isso que se entende por ser bom ou mau, então depende de nós sermos virtuosos ou viciosos". (ARISTÓTELES, III)

Em suma, para Aristóteles a ética é tratada como a ciência das condutas humanas, objetivando enfim comprometer-se em possibilitar ao homem a garantia da felicidade através de uma vida regida por virtudes morais e éticas. Pois, a razão deve direcionar o cotidiano, e com isso dominar os vícios e criar bons hábitos, e a mediana entre as atitudes, as condutas e as decisões, é o mais importante para estabelecer o equilibrio e proporcionar o bem,assim como o desenvolvimento harmonioso do ser em seu meio.

3. A ÉTICA NA SOCIEDADE BRASILEIRA ATUAL

3.1 O meio social comum

Trazendo a teoria ética aristotélica para a nossa realidade atual, parece-nos a primeira vista que o cidadão brasileiro, em grande parte, esqueceu ou optou por distanciar-se de certos "valores formadores".

Ressaltando que, o comportamento ético é o ato de agir, de decidir, de fazer o bem de fato, por uma conduta virtuosa na comunidade em que estamos inseridos, deste modo conduzimos uma vida mais harmoniosa em sociedade, na busca da felicidade, da liberdade e da justiça. E na filosofia moderna, a conduta virtuosa designa uma disposição moral para o bem individual e comum.

A sociedade brasileira, nas últimas décadas, vem sofrendo grandes alterações,

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