Trabalho Sobre Filosofo
Por: NOTMONA • 21/10/2023 • Dissertação • 1.780 Palavras (8 Páginas) • 113 Visualizações
Apresentação
A presente dissertação, explora os principais conceitos da teoria das ideias composta por Platão, que desenvolveu várias teorias que serviram de base para a filosofia antiga. Dentre elas, destaca-se a Teoria das Ideias, que busca responder uma série de questões metafísicas, teoria essa que consiste na existência de dois mundos. Também mostra as principais inspirações para o desenvolvimento da teoria, a concepção de formas e como ela é aplicada na alegoria da caverna, como Platão entende o conceito de corpo e a alma.
Introdução
Arístocles, popularmente conhecido como Platão (428 a.C. — 348 a.C.), foi um dos principais e mais famosos discípulos de Sócrates, com quem ele aprendeu várias virtudes e conhecimentos humanos. Platão se inspirou em duas principais teorias, sendo a primeira a de Heráclito de Éfeso (540 a.C. — 470 a.C.) onde ele afirma que todas as coisas estão mudando, ou seja, Panta Rhei, o que significa que tudo está fluindo, se movendo e em constante mudança. Já a segunda foi a de Parmênides (530 a.C. — 460 a.C.) que diz o exato oposto ao anterior, segundo ele a existência é eterna, imutável e infinita não estando sujeita a mudanças. Platão então com sua teoria das ideias acaba por unir os dois pensamentos, criando o mundo sensível (conhecido também como segunda realidade, mundo concreto ou mundo material) que está sempre mudando e o inteligível (chamado também de primeira realidade, mundo das ideias, supra-sensível ou Topus Uranus) que é imutável.
“A distinção entre dois planos de ser, o sensível e o inteligível, supera definitivamente a antítese entre Heráclito e Parmênides” (REALE; ANTISERI, 2012, p. 138).
Desta forma, o mundo sensível é o universo em que se percebe as formas através dos sentidos, o tato, a visão, a audição, o olfato e o paladar. Já o inteligível encontra-se apenas no intelecto humano, sendo composto por ideias abstratas, eternas e imutáveis, mas também substanciais.
A teoria das formas ou das ideias, como dito anteriormente, foi uma teoria proposta por Platão na tentativa de compreender melhor várias questões metafísicas do mundo ao seu redor, e para tal, ele separou a realidade em dois mundos, um deles sendo o concreto. O mundo sensível é, como o nome sugere, é aquele onde os sentidos determinam a experimentação e o entendimento dos fatos como explicado anteriormente, porém, segundo Platão, todo conhecimento baseado nesse mundo tem uma falsa consciência de si, julgando-se correta, porém, não passa de uma farsa, uma vez que esse mundo é uma cópia do inteligível. Tudo o que se encontra presente no mundo sensível, possui uma contraparte no mundo inteligível que a precede, sendo essa a verdadeira forma do objeto, ou seja, para cada forma que se pode ver, tocar ou escutar existe uma ideia, ou conceito abstrato que é perfeito e antecedente ao objeto em questão, sendo a ideia o conhecimento verdadeiro e o objeto o falso. Então, por exemplo, a ideia de mesa é antecedente a existência das mesas do mundo sensível, que são cópias imperfeitas da ideia.
A metáfora das formas e a alegoria da caverna
Uma maneira de explicar melhor como esses conceitos se encaixam na realidade é a Alegoria da Caverna de Platão, onde, em um diálogo com Glauco[1], Sócrates supõe a ideia de uma caverna com prisioneiros que permaneceram sua vida toda acorrentados e virados para o fundo, atrás deles há uma parede que os impede de ver a saída e uma fogueira que projeta sombras de pessoas que por ali passam. Conseguindo apenas ver as sombras, os prisioneiros interpretam elas como as únicas coisas que existem, até que um dia, um dos prisioneiros consegue se libertar das correntes, sair da caverna e se depara com a luz do sol, que o incomoda por não estar acostumado a essa luz, mas ele se adapta e ele enxerga tudo aquilo que formava as sombras. Após isso, ele volta para caverna e tenta explicar oque viu aos seus companheiros, porém, acostumados a acreditar que só existiam as sombras, eles o chamam de insano e o matam. Essa alegoria não deve ser tomada de forma literal, assim, cada elemento representa um aspecto da realidade onde a caverna representa o corpo humano, uma fonte de engano e dúvida, pois ele só é capaz de produzir um conhecimento conhecimento baseado nos sentidos, no mundo sensível, as sombras são as opiniões e preconceitos do senso comum, eles são falhos pois originam apenas dos sentidos, a saída da caverna seria a busca pelo conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia, esses sendo a luz do sol, que incomoda os olhos desacostumados com essa luz, porém se adaptam ao ambiente, representando a zona de conforto que as sombra da cavernas lhe dava, já que manter-se na ignorância é agradável enquanto a verdade pode ser dolorosa e difícil de se acostumar. De maneira resumida, essa alegoria mostra como seria o primeiro contato do homem com o mundo das ideias e suas verdades.
A relação entre corpo e alma para Platão
É importante falar sobre a concepção de alma para Platão, uma vez que ela não se limita apenas ao princípio da vida, mas também como o do conhecimento, é independente, eterna, e existe desde antes do nascimento até depois da morte, e se une a um corpo de forma temporária e acidental, elas são exclusivamente do mundo inteligível, diferente dos corpos, que são exclusivos do mundo sensível e aprisionam a alma, que estão constantemente em busca da liberdade de seus corpos, pois estes são fracos, imperfeitos e estão em constante mudança até a morte, além de ser uma fonte de distração e tentação, que pode desviar a alma do seu caminho para a verdade e a justiça. A alma está sempre em busca de se livrar do corpo para retornar à primeira realidade, porém, para que isso aconteça, primeiramente ela deve se libertar das reencarnação a qual está presa. Quando um corpo vai a óbito, a alma migra para outro, mas antes faz uma viagem ao mundo das idéias, a viagem e a transmigração está contudo condicionada pelos atos praticados na vida anterior. As almas daqueles que tiveram uma vida virtuosa, são recompensadas de duas maneiras, quando a alma for executar sua nova passagem pelo mundo inteligível, ela terá uma maior exposição às ideias; e a outra é que seu novo corpo no qual irá reencarnar, pertencerá a uma pessoa com um estatuto social mais elevado que o anterior, e os que tiveram uma vida má e egoísta terá uma vida pior no futuro.
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