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ÉTICA PROFISSIONAL

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Por:   •  30/11/2014  •  8.966 Palavras (36 Páginas)  •  243 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

“A sociedade cobra das empresas uma atuação responsável e o consumidor tem consciência da efetividade de seus direitos. Portanto, exige-se das empresas uma nova postura que explique suas preocupações com questões sociais (responsabilidade social) e com a ética”. Formen tini e Oliveira (2003)

A responsabilidade social empresarial é um estilo de gestão que olha além de seus próprios interesses e considera que seu sucesso tem relação com o sucesso de seus stakeholders e com o desenvolvimento sustentável da sociedade e do meio ambiente. Seu objetivo é gerar valor em três dimensões: econômica, social e ambiental.

Dessa forma,surge um novo conceito, a cidadania corporativa, segundo a qual, assim como o indivíduo ou cidadão tem seus valores, direitos e responsabilidades nas suas relações, a empresa também compartilha de valores, direitos e responsabilidades com todos os seus relacionamentos.

O conceito de responsabilidade está relacionado ao fato de o indivíduo assumir as consequências de seus atos, reconhecendo-se como autor deles, sejam positivos ou negativos. Uma empresa é, basicamente, uma rede de diálogos; sua estrutura é constituída por promessas, através das quais tarefas e responsabilidades são distribuídas, decisões são compartilhadas e trabalhos delegados, partindo de contatos e relacionamentos. A organização com uma gestão socialmente responsável é aquela que assume as consequências de seus atos em todos os seus relacionamentos e se preocupa em antever as consequências sociais que poderão ocorrer desses atos.

A empresa, em sua razão de ser, está comprometida com a busca de melhores resultados, que não serão alcançados sem o parâmetro de um conjunto de valores éticos. Definidos os fins específicos da atividade organizacional, é importante definir os meios adequados e os valores que serão incorporados na atividade e identificar quais são os valores éticos da sociedade na qual está inserida a organização e quais os direitos que essa sociedade reconhece às pessoas.

Para complementar a aula, será utilizada uma publicação do Instituto Ethos, (www.ethos.org.br): “Reflexão 4 – A ética nas organizações”, que pode ser baixada pelo link <http:// www.uniethos.org.br/Uniethos/Documents/reflexao_04.pdf>.

Para entendermos o desenvolvimento da responsabilidade social nas empresas, vamos utilizar o capítulo “Aspectos históricos” do texto. Nesse capítulo, o autor apresenta as publicações a partir dos anos 60 que derivam dos valores éticos das “antigas classes médias dos Estados Unidos”, que durante mais de quarenta anos se mantiveram na defensiva. E esses valores derivados da tradição cristã incluem a honradez, a laboriosidade, o altruísmo, a mentalidade cívica, a prática religiosa e o auto controle ou a disciplina pessoal.

Apresenta também outro artigo de 1969, “Toward professionalism in business management”, de Kenneth Andrews, que defende sua tese de que a direção de negócios só será profissional quando “aceitar um código ético independente e que se encontre acima do mando máximo da empresa, de tal modo que o diretor deva respeitá-lo de maneira absoluta”.

Outro ponto importante na história da responsabilidade social foi a abertura pelos jesuítas de um centro de reflexão para os banqueiros e os bolsistas católicos em 1980, em Wall Street, que desencadeou, cinco anos mais tarde, mais de quinhentos cursos nas escolas de administração. A partir do outono de 1988, ética nos negócios é matéria obrigatória para todos os estudantes de administração de empresas.

Ao mesmo tempo, na década de 80, as escolas de administração da Inglaterra e da Europa também incluíram a disciplina de ética nos negócios. Congressos e pesquisas são desenvolvidos. Entre 1989 e 1990, o Instituto da Empresa reúne diversas associações para uma reflexão acerca dos problemas éticos.

No Brasil, não há uma literatura disponível que permita traçar o desenvolvimento histórico e o atual estado em que se encontra o interesse pela ética nos negócios, mas a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas conta com um Centro de Ética nos Negócios que, no início do segundo semestre de 1998, promoveu o Primeiro Congresso de Negócios, Economia e Ética na América. Nesse sentido, “também faz-se oportuno evidenciar afirmação de Srour considerando que a maioria dos empresários brasileiros ainda confunde ética e legalidade pensando que ‘para ser ético, basta não ser pego’ Isto parece colocar o país em posição distinta da descrita no cenário mundial”.

Os códigos corporativos de conduta marcam a discussão ética dos anos 70. Isso ocorre em resposta aos escândalos internacionais, como Watergate, e em consequência dos movimentos em defesa dos direitos dos consumidores, em franco crescimento. Esses códigos voltam-se contra as práticas danosas e/ou enganosas nas propagandas, embalagens e rotulagens dos produtos.

Duas fases dividem os anos 80. Na primeira metade dessa década, a ética nas empresas é caracterizada pela preocupação com a responsabilidade institucional. Na segunda, a capacidade moral dos indivíduos ganha destaque. Os valores pessoais de um administrador tornam-se uma questão essencial para a empresa.

Em uma pesquisa realizada em 1989 pela Korn/Ferry e pela Columbia University Graduate School of Business, com mais de 1.500 executivos de vinte países, a ética pessoal é classificada como a característica primordial para o presidente da empresa ideal no ano 2000.

O foco de atenção da ética nos negócios, nos anos 90, está centrado em como obter e manter a excelência. Dentro do contexto competitivo e das grandes mudanças, característico da maior parte dos setores da atividade empresarial, busca-se um conjunto de premissas gerenciais que estimulem a integridade pessoal e possibilitem fazer frente ao mercado econômico. Ganha evidência a ideia de que os administradores tomam decisões com implicações éticas, pois a maioria das atividades empresariais tem impacto sobre outras pessoas além daquelas diretamente envolvidas, ficando assim sujeitas a uma avaliação das consequências de benefício ou malefício originadas para todas as contrapartes. As questões éticas básicas devem fazer parte do cálculo para a solução dos problemas enfrentados no cotidiano gerencial de uma organização, pois quem decide faz escolhas entre diferentes cursos de ação e deflagra consequências.

Como pudemos ver neste capítulo, a partir dos anos 40 as questões éticas envolvendo as empresas já estavam sendo questionadas, principalmente na relação com os empregados. Essa reflexão se deve às consequências

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