A Espacialidade Dentro da Geografia
Por: João Pires • 27/9/2019 • Dissertação • 1.490 Palavras (6 Páginas) • 210 Visualizações
A espacialidade se promove dentro da Geografia como uma ferramenta de percepção acerca das mudanças provocadas pela ação humana , nas mais diferentes esferas, dentro do planeta Terra. Essas mudanças, promovidas a partir da interação humana com o espaço, desenvolvem a diferenciação espacial que surge com as diferenciações sociais (economia,política e cultura) e também com as naturais( vegetação, solo, clima) (Smith,1988). Essa mudanças espaciais são perceptíveis aos olhos de todos mas cabe a geografia uma maior atenção em sua análise, pois, a partir do entendimento dessas diferenças podemos descobrir como elas foram se perpetuando e manejando o meio. Dessa forma, são desenvolvidos três aspectos que são usados como ferramentas para o geógrafo no momento de estudo do espaço. A localização, a escala e o arranjo espacial. A primeira tem como função a demarcação da localidade onde as ações humanas se perpetuam em suas mais diversas áreas, delimitando pro geográfico onde estão acontecendo essa mudanças no espaço, criando uma análise de diferenciação espacial já que diferentes ações acontecem em espaços distintos. Milton Santos em seus estudo surge com a criação dos fixo e fluxos, sendo o primeiro uma demarcação fixa, "encravada" ,como ele mesmo diz , na terra urbana ou rural e o segundo daria uma importância para o primeiro levando em conta que são os fluxos que vão criando, ao longo do tempo, a valorização dos fixos e, desse modo, acentuando as diferenciações espaciais. A segunda ferramenta, denominada escala, aparece para o geógrafo como uma forma de organização espacial e de diferenciação. Podemos ter diferentes análises de acordo com a escala que usamos para estudo, seja regional, nacional e global, dentro disso temos diferenciações espaciais macro ou micro. O terceiro aspecto seria o arranjo espacial, caracterizado por ser um elemento de organização do espaço, como as diferentes ações humanas vão sendo efetivadas dentro do espaço de acordo com as necessidades aparentes das épocas, servindo para o pesquisador como uma forma de analisar a lógica presente nos diferentes espaços estudados e como esses espaços foram sendo promovidos ao longo do tempo. Assim sendo, usando como base a espacialidade e essas três funções pertencentes a ela, o estudo da diferenciação espacial se torna possível e imprescindível para a geografia, pois é dessa forma que podemos construir uma rica análise espacial e desenvolver questionamentos perante isso.
Questao 2.
Através dos estudos e da relação com o espaço a nossa volta, podemos perceber as contrariedades existentes e concluir que, embora estejamos em um período onde a tecnologia e, consequentemente, o desenvolvimento de recursos e seu manejo encontram um alto grau de evolução, o acesso a essa materialização ainda se encontra distante de muitos, o que deveria ser concebido como uma via de mão dupla, como apresenta Jean Drèze e Amartya Sem no prefácio de "Glória Incerta: A Índia e suas contradições", entre o crescimento econômico e a expansão das capacidades humanas, acaba ganhando outros contornos já que apenas parte da população tem acesso a essa troca de forma justa e equilibrada. O crescimento econômico deve estar atrelado, de fato, ao desenvolvimento e a ampliação de serviços de acesso à educação, saúde e aos demais serviços que proporcionam uma qualidade de vida e que desenvolvam no indivíduo capacidade de autonomia (Pinker,2018). Com essa capacitação desenvolvida, esse indivíduo tem a possibilidade de prosperar, gerando conhecimento e recursos que beneficiam a economia e fazem com que ela busque novos meios de crescer. Tomando como exemplo esse modelo de crescimento econômico atrelado diretamente ao desenvolvimento das capacidades humanas e o retorno dessas capacidades para economia temos o modelo asiático de desenvolvimento nos últimos anos, iniciado no Japão e hoje difundido em outras partes da Ásia. Temos um crescimento econômico massivo e um investimento alto nas condições e na capacitação dos indivíduos, que ao longo prazo proporciona frutos para a sociedade em relação a sua capacidade de inserção dentro da sociedade e na criação de conhecimento. Dessa forma, o crescimento econômico não deve ser demonizado como uma ferramenta de exclusão que beneficia apenas uma parcela da sociedade, o questionamento vem do manejo desse crescimento e como essa distribuição está sendo feita e se as necessidades básicas estão sendo cumpridas em paralelo (Souza,1996). Lembramos que muito dessa exclusão, que acaba sendo atrelada e refletida apenas no desenvolvimento econômico, ainda se enraíza em problemas sociais e culturais, dificultando o acesso pleno de todos os indivíduos as mesmas garantias, exemplo disso é a forma como a mulher é tratada ainda em diferentes sociedades, sendo em muitas ainda proibida de ser inserida dentro do acesso à educação e aos meios econômicos, atrapalhando o seu crescimento e demonstrando que a liberdade tem papel definitivo no desenvolvimento (Sen,2010).
Questao 3.
Globalização e a falsa ideia de homogeneização espacial: por uma geografia dos lugares no século XX
A globalização carrega em si uma ideia muito forte de superação de todas as barreiras. Ideia que enquanto idealizada se traduz como um aumento de liberdade, uma maior dinamicidade das comunicações e um acesso mais rápido ao conhecimento e a cultura. Fatores muito importantes para o crescimento de autonomia dos indivíduos que a partir desses progressos conseguem ter acesso a melhorias em suas vidas. Mas será que toda essa condição, disponibilizada pelo desenvolvimento globalizado, chega a todos? O que enxergamos dentro do espaço são diferentes evoluções dessa globalização que ,muitas vezes, se explica pelo fato de que, a globalização, atua de forma diferente de acordo com o espaço condicionante que ela se encontra.
Essas dualidades, presentes no desenvolvimento da globalização, se sustentam muito nas questões econômicas que ela se enquadra, o desenvolvimento
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