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A Geografia Agrária

Por:   •  5/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  527 Palavras (3 Páginas)  •  295 Visualizações

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Observações sobre o vídeo apresentado na última aula, 02/05/2017, ‘‘Território e conjuntura política: a geografia e o pensamento progressista contemporâneo.’’ Palestra do Prof. Dr. Carlos Walter Porto-Gonçalves.

O professor inicia sua fala chamando a atenção para a perca de sentido que vários conceitos vêm sofrendo, especialmente o conceito de território, que nas palavras dele tem sofrido uma “prostituição pela polissemia adquirida”. Tal conceito, como ele diz, até os anos 80 era tido como “a base natural do estado”, e que não era muito problematizado pela geografia, dando o exemplo dele mesmo que só veio a trabalhar com este conceito quando se deparou com camponeses do Acre e da Bolívia que disseram não querer terra, mas sim território.

Segundo o professor, este conceito começou a ser desnaturalizado pelos indígenas e camponeses, e que atualmente ele é banalizado, pois sofre também um esvaziamento epistemológico.

Dá ênfase que não existe território sem territorialidade, e existe um processo de territorialização, que geralmente é fruto de tensões territoriais. O conceito de território pressupõe de terra, mas é muito mais que a terra como meio de produção.

Traz em pauta as reivindicações dos movimentos na década de 80, não somente no Brasil, mas também na América do Sul, trazendo como referência as marchas que aconteceram na Bolívia e no Equador, que tiveram o mesmo nome “marcha por la vida, la dignidad y por el território”, apontando que por efeito delas, estes foram os dois primeiros países do mundo que não se consideram um estado nacional, mas sim estado plurinacional, que mostra que existem várias nacionalidades/territorialidades/temporalidades convivendo no mesmo espaço. Estes países também foram os primeiros a introduzir a natureza como uma portadora de direitos.

Faz uma crítica ao colonialismo interno que marca o Brasil atual, mostrando que poucos se orgulham de dizer que o Brasil é o mais indígena da América, tendo 325 etnias que correspondem a 0,4% da população brasileira, ao passo que na Bolívia existem 36 que correspondem a 62%, trazendo detalhes da chamada “geografia da opressão”, que nos marcou colonialmente, esta que era a geografia do latifúndio, da monocultura, da escravidão e do racismo. Aponta que estes componentes atravessaram os tempos e ainda hoje nos constituem socialmente, por meio de hábitos históricos.

Rasga críticas ao termo “geografia progressista”, fazendo adendos com a situação de um passado recente no Brasil, do processo de colonização sulista que é evidente atualmente, onde o índio, o negro e o camponês só atrapalham, gerando uma das principais tensões territoriais que hoje faz uma violência imensa com os povos menos desfavorecidos.

A idéia eurocêntrica de ciência desqualifica outras formas de conhecimento, e esta idéia vem em forma de progresso e desenvolvimento, como forma de apropriação da natureza.

Retrata o antipovismo social da sociedade conservadora em que vivemos que traz um componente contra qualquer condição de apoio social aos mais desamparados.

Quanto a crítica da geografia, para ele é necessário que a geografia seja verbo e não substantivo, pois além de estudar somente o espaço geográfico, nos interessa os sujeitos que marcam este espaço, fazendo pensar uma geografia que começa pelas

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