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A Geografia Conceitos e Temas

Por:   •  19/8/2019  •  Resenha  •  9.063 Palavras (37 Páginas)  •  650 Visualizações

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Espaço, um conceito chave da Geografia

        O autor insere o assunto mostrando que o conceito de Espaço é tido como vago. Eles propõe então mostrar o que era este conceito nas quatro correntes do pensamento geográfico. Em seguida, ele se encarrega de elucidar o que se entende por práticas espaciais para o estudo do espaço geográfico.

  • Espaço e Geografia tradicional

        De 1870, data em que os estudos geográficos se iniciam na universidade, até 1950, quando ocorre a revolução teorético-quantitativa. Esta privilegiou os debates sobre paisagem e região. "os debates incluíam o conceito de paisagem, região natural e região-paisagem, assim como os de paisagem cultural, gênero de vida e diferenciação de áreas". Envolvia geógrafos vinculados ao positivimo e ao historicismo, ou seja, deterministas, possibilistas, culturais e regionais.         A abordagem espacial era considerada secundária, não sendo um conceito chave da geografia tradicional. Aparece nas obras de Ratzel e Hartshorne (no segundo, de modo implícito).

        O espaço em Ratzel é visto como fundamental para a vida do homem (Moraes, 1990), ele desenvolve então os conceitos de território e espaço vital, ambos com fortes raízes na ecologia. O primeiro está ligado a apropriação de uma porção do espaço por um determinado grupo, já o segundo expressa as necessidades territoriais de uma sociedade em função de seu desenvolvimento tecnológico do total de população e dos recursos naturais. Portanto o espaço aparece na geografia através da geografia política.

        Para Hartshorne (1939), o espaço é fundamental para o geógrafo descrever e analisar a interação e integração de fenômenos em termos de espaço. Ele entende o espaço como espaço absoluto, independente de qualquer coisa. Trata-se de uma visão Kantiana, influenciada por Newton, em que o espaço (e o tempo) se associam a todas as dimensões da vida. O espaço para ele é uma área, um receptáculo que contém as coisas, onde cada área é única (unicidade).

        Notas do Lucas: O conceito de espaço não era tido como central na geografia tradicional, sendo nela trabalhos com mais vigor os conceitos de paisagem, região natural, região-paisagem, paisagem cultural, gênero de vida e diferenciação de áreas. Envolvida geógrafos deterministas, possibilistas, culturais e regionais. Seus expoentes foram Ratzel, com sua abordagem espacial por meio do território e do espaço vital, fortemente ligado a geografia política; e Hartshorne, com seu conceito de espaço absoluto, onde o espaço é um receptáculo que contém as coisas, onde cada área é única (unicidade).

  • Espaço e Geografia Teorético-quantitativa

        A partir de 1950, surge uma outra corrente geográfica, esta se utliza da unidade epistemológica da ciência, do raciocínio hipotético-dedutivo e de modelos (matemáticos). A geografia passa a ser considerada como ciência social (Schaffer 1953), outros vão além e dizem ser uma ciência espacial (Bunge 1966).

        O espaço é tido como o conceito-chave da disciplina. O conceito de paisagem é deixado de lado, enquanto o de região é reduzido ao resultado de um processo de classificação de unidades espaciais segundo procedimento de agrupamento e divisão lógica com base em técnicas estatísticas. Lugar e território não são considerados significativos.

        O conceito de espaço é visto de duas formas não excludentes: planície isotrópica e representação matricial.

        A planície isotrópica resume uma concepção de espaço derivada de um paradigma racionalista e hipotético-dedutivo, seu ponto de partida é a homogeneidade dos espaços e seu ponto de chegada são as diferenciações espaciais que são vistas como expressando um equilíbrio espacial. Sendo a distância a variável mais importante, pois ela determina em um espaço previamente homogêneo a diferenciação espacial.

        Já a representação matricial é quando o espaço é representado por uma matriz com base nos temas movimento, redes, nós, hierarquias e superfícies. Constituiu eixos operacionais que permitiram extrair um conhecimento sobre localizações e fluxos, hierarquias e especializações funcionais.

        Trata-se de uma visão limitada de espaço, onde valoriza-se muito a distancia e relega ao plano secundário ou inexistente os agentes sociais, o tempo e as transformações, privilegiando-se uma noção de equilíbrio (espacial), interessante ao pensamento burguês. A representação matricial contibuiu bem em relação as localizações e fluxos, hierarquias e especializações funcionais, embora alguns de seus pressupotos como a planície isotrópica, a racionaldiade economica, a competição perfeita e a a-historicidade dos fenômenos sociais não se encaixem bem com a realidade.

        Notas do Lucas: Surgida na década de 50, esta considera o Espaço como conceito-chave. O conceito de paisagem é deixado de lado, lugar e território não são considerados significativos, e o de região é reduzido a uma classificação e agrupamento sob bases técnicas estatísticas. O conceito de espaço é tido como uma planície isotrópica e ou uma representação matricial. Na primeira, ela parte de áreas homogêneas e busca a diferenciação espacial; já na segunda, trata-se da representação do espaço de forma funcional e baseada nos movimentos, redes, nós, hierarquias e superfícies. Esta visão de espaço é tida como limitada, pois valoriza muito as distâncias e relega os agentes sociais, tempo e as transformações ao segundo plano.

  • Espaço e Geografia crítica

        A década de 70 viu o nascimento da geografia critica baseada no materialismo histórico e na dialética, onde intensos debates entre geógrafos marxistas e não-marxistas ocorreram. O Espaço reaparece como conceito-chave, e identificação das categorias de análise do espaço é outra preocupação dos geógrafos críticos.

        A discussão sobre o espaço se projeta nas contradições sociais e espaciais vistas em países centrais e periféricos, ancorada na crise do capitalismo durante a década de 60. Na obra de Lefebvre (1976), coloca-se em discussão o espaço social, não sendo ele um espaço absoluto nem um espaço como produto social, mas sim o locus da reprodução social das relações de trabalho.

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