A Geografia da Fome
Por: Elane Santos • 10/9/2018 • Resenha • 732 Palavras (3 Páginas) • 717 Visualizações
Geografia da fome é uma obra do autor brasileiro Josué de Castro, ela foi publicada em 1946.
A obra relata com base no espaço o problema da fome no Brasil. José de Castro acredita que a fome é causada por uma temática problemática endêmica e epidêmica. O resultado de sua obra acabou com o mito que afirmava a fome ocorria por influências climáticas ou pela improdutividade de alguma parte da população. Ele dividiu seu estudo em cinco regiões, respeitando as características alimentares delas, e com base nos estudos e no aprofundamento das mesmas, ele concluiu que a fome não havia fatores naturais, e sim, políticos.
Dividida em 348 páginas, cinco capítulos, glossário e introdução. O primeiro aborda sobre e área Amazônica; o segundo é abordado o Nordeste açucareiro; terceiro as áreas de subnutrição: Centro Sul; e por fim, o estudo do conjunto brasileiro.
As diferenças climáticas, culturais e territoriais, segundo seus estudos seriam fatores que impediam a unificação da área geográfica alimentar, e com base nisso ele afirma que o Brasil se dividia em cinco áreas alimentares diferentes. Ou seja, cada região citada por ele possuía suas próprias características que influenciavam no modo de sua alimentação. E assim, o mesmo divide o mapa da fome do Brasil em duas etapas: Área da fome- onde ao menos metade da população possui um estado nutritivo carente (subdividida em fome endêmica e epidemia de fome); Área de subnutrição.
A área Amazônica possui sua alimentação voltada com o problema da agricultura na área local, o estresse dos seus rios para os locais conseguirem obter peixes e derivados é visto como um impasse. Sua crítica é voltada ao isolamento da área e o extrativismo existente, que por sua vez, para o mesmo significa a causa da fome endêmica na imensa região.
O Nordeste Açucareiro é citado também, o mesmo inicia falando sobre o desmatamento da área de mata original para a implantação da cana de açúcar. Para o mesmo a área possui fertilidade na terra, mas a mesma é usada para fins de mercadorias a destroem, resultando na fome endêmica e desnutrição dos solos. É relatado também que índios e escravos que possuíam seu espaço o restituía, mas o manejo das atuais famílias não possui tal preocupação.
No Sertão Nordestino a fome é distribuída como epidemia, ou seja, a fome epidêmica. A principal causa seria o sue clima semiárido, que por sua característica possui áreas escassas e irregulares de chuvas, sendo propício para o empobrecimento do solo e as crises de fome na região. O autor também critica um pouco sobre a obra ‘’Os Sertões’’ de Euclides da Cunha, para Josué, os locais sem seca no sertão não produz grande quantidade de alimento para sustentar os grupos humanos locais.
O Centro e Sul são vistos como a fome de subnutrição. Na região central tem algumas doenças específicas à alimentação, mas a produção de alimentos pelo clima mais equilibrado e solos férteis se destaca com facilidade. A região Sul é vista como o lugar de maior abundância do país, é caracterizada pelo mesmo como a região de melhor abastecimento e classe social.
Por fim, o autor fala da fome como um problema generalizado no Brasil, a carga do passado com os grupos humanos que quase nunca viviam em plena harmonia com o seu ambiente natural. A agressividade com o manejo para manter de pé os planos mercantis geraram um problema.
O homem em primeiro contato com a natureza possuía em seu instinto o objetivo de extrair e preservar. Com as mudanças dos seus métodos o cenário e paisagem também passaram a mudar. O livro retoma o histórico de manejo dos solos como um dos fatores do problema da fome em algumas regiões, e por outro lado, analisa de forma minuciosa fatores naturais que também contribuem para a desigual distribuição de alimentos.
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