A Geografia da População
Por: Pablo Fernandes • 13/7/2024 • Resenha • 790 Palavras (4 Páginas) • 58 Visualizações
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Curso: Geografia
Disciplina: Geografia da População
Professora: Lirian Melchior
Aluno: Pablo Fernandes Calazans
RESENHA
Resenha acerca do livro “População e Geografia” (p 11 a 28 e 77 a 83), lançado em 1991 pela geógrafa, pesquisadora e professora universitária Amélia Luisa Damiani.
A autora aborda no capítulo 2 “Concepções sobre a população” (p 11 a 28), teorias populacionais como a teoria malthusiana, neomalthusiana e marxista, deixando claro a importância de retornar a esses pensamentos para que possamos entender as bases de entendimento da população do século XX e na segunda parte da leitura, no capítulo 4 “População e Geografia” (p 77 a 83), Damiani questiona a forma em como os fenômenos humanos são estudados e aborda a relação do homem com a natureza e a relação entre os homens.
A pesquisadora mostra que para Malthus a miséria era um mal necessário para o desenvolvimento da sociedade, um obstáculo positivo, como ela mesmo cita, para manter em equilíbrio o crescimento populacional e a produção de alimentos, onde o crescimento populacional cresce numa progressão geométrica enquanto o crescimento da produção de alimentos cresce em uma progressão aritmética, sendo esse crescimento populacional determinado pela paixão entre os sexos.
Além de destrinchar os pontos básicos da Teoria de Malthus, a pesquisadora mostra que apesar do mesmo ter feito seus estudos em torno dos séculos XVIII e XIX, suas idéias ainda vivem através do pensamento neomalthusiano do século XX influenciando em práticas adotadas atualmente no que diz sentido a políticas relacionadas ao controle populacional.
Encerrando a explicação das bases da Teoria de Malthus, Damiani destaca que diante do crescimento das desigualdades, são os pobres que ficam com as consequências e acabam convivendo com a fome e miséria.
Abordando a Teoria de Marx, a autora explora o conceito de superpopulação onde a problemática não gira em torno do crescimento populacional, mas sim na desproporção do crescimento populacional e dos meios de subsistência. Marx vai dizer que “A superpopulação é relativa e não está ligada diretamente ao crescimento absoluto da população, mas aos termos históricos do progresso da produção social, de como se desenvolve e reproduz o capital.”, pois sendo um sistema capitalista, a finalidade da produção é o lucro e não a satisfação das necessidades da população.
Essa população relativa se relaciona a uma massa de trabalhadores que vão regular os salários e se tornam material humano disponível dependendo das necessidades do capital e enquanto uma pequena parcela da população se beneficia da acumulação de riquezas, a autora deixa claro que ao mesmo tempo uma grande parcela da população vai ficar com a acumulação da miséria, onde além do contexto da exploração por si só, Damiani cita José de Souza Martins que diz que o excedente populacional “Significa também dominação e exclusão econômica e política.”
Já o neomalthusianismo que toma forma a partir da Segunda Guerra Mundial faz uma análise do crescimento populacional nos países considerados subdesenvolvidos e o seu reflexo no mundo, levando em conta alterações sociais e econômicas e a autora questiona as falhas deixadas pelos malthusianos quando diz “O malthusianismo não explicaria a produção concomitante e contraditória da riqueza e da miséria, da superprodução de alimentos e da fome.” Segundo a mesma, essa abordagem trouxe políticas agressivas, reacionárias e fundamentaria ações imperialistas e nesse sentido pode-se considerar o malthusianismo ou neomalthusianismo como estratégias políticas com boas taxas de eficácia.
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