A Geopolítica do Capitalismo Mundialização
Por: karaq • 23/1/2017 • Resenha • 756 Palavras (4 Páginas) • 1.125 Visualizações
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG[pic 1][pic 2]
Instituto de Geociências - IGC
Disciplina: Geografia da Mundialização
Professor: Igor Torres
Aluna: Karen Raquel Silva Melo
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Resenha: Capítulo V – A Geopolítica do Capitalismo
David Harvey em seu livro A Produção Capitalista do Espaço, mais especificamente no quinto capítulo, A Geopolítica do Capitalismo, publicado pela primeira vez na revista Social relations and spatial structures, edição de 1981, aborda a permanente necessidade das forças capitalistas de implementar a circulação da produção. O autor apresenta as principais características do capitalismo, como processo cíclico, e seu modo de produção.
Em sua análise do processo da circulação de capital, Harvey cita Marx e elenca dez aspectos, objetivando fundamentar seu argumento. Após tais apontamentos, somos estimulados a pensar na inevitabilidade das crises que, segundo o autor, poderiam ser somente minimizadas mediante a expansão ou reestruturação geográfica.
No texto, Harvey demonstra que o capitalismo tem como principal elemento o excedente, tanto do capital como da força de trabalho, pois só assim a circulação é possível. Porém, seguindo a lógica apresentada, para que o excedente exista é preciso que haja um acúmulo de capital na mão de poucos, em detrimento da exploração da força de trabalho de muitos. Fatores como o êxodo rural e a concentração de renda dos negociantes oriunda da exploração dos produtos do campo, possibilitaram a ocorrência da concentração social e geográfica do excedente, sendo que tal “reunião de excessos” foi preponderante para o desenvolvimento capitalista.
Como possibilidades para absorção dos excedentes, David Harvey indica os deslocamentos temporais e espaciais. Porém, a mobilidade do capital e da força de trabalho não tem o poder para solucionar definitivamente ou acabar com as crises que, conforme o autor já demonstrou, são inerentes ao capitalismo. Somos informados de que a existência da plena capacidade de mobilização do capital e da força de trabalho depende e necessita da criação de infraestruturas físicas e sociais fixas e inalteráveis. No entanto, existem capitais que possuem características que impedem a circulação “rápida”, como exemplificado por Harvey, o capital imobilizado e dentro dos estoques de consumo. Além disso, existem áreas de negócio que para que evoluam possuem necessidade de um maior tempo de amadurecimento, como, novamente o autor exemplifica, a produção de ciência e tecnologia, justiça e infraestrutura. Partindo de tais preceitos, percebemos a existência de fatores que aceleram a circulação enquanto outros desaceleram, mostrando a necessidade da concomitância de processos para que o capitalismo permaneça em equilíbrio dinâmico e não entre em crise.
A expansão ou reestruturação geográfica do capital, ou seja, o “ajuste espacial”, é apresentada como estratégia para manter a condição desigual entre as economias avançadas e aquelas que são consideradas não avançadas ou mesmo as não capitalistas. Conforme David Harvey afirma, através de mudanças geográficas é possível manter o acúmulo e postergar a crise, mas quando os conflitos geopolíticos “aparecem” ocorre a solução imediata ou a formação de uma nova crise.
Tendo como escopo evitar crises e promover uma instabilidade, Harvey propõe a formação de alianças regionais de classe, estabelecidas sobre o poder estatal em um determinado território. Novas configurações elaborariam representações dinâmicas capazes de verificar como as contradições são geradas devido as transformações histórico-geográficas, ou seja, como se expressa a produção da organização espacial. Como o capitalismo tem a capacidade de invalidar os “bloqueios” espaciais e de eliminar o espaço através de investimentos e de inovações tecnológicas, os limites geográficos foram redefinidos. No entanto, existe a necessidade que o capital e a força de trabalho sejam “unidos” em algum espaço para que a fabricação ocorra.
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