A Industria Encolhe

A indústria encolhe

Após crescimento recorde de 2010, a produção brasileira agora diminui em consequência da crise econômica mundial.

Sob o impacto da crise econômica mundial e da valorização do real, que dificulta as exportações brasileiras, a indústria nacional cresceu apenas 1,6% em 2011 e diminuiu nos primeiros meses de 2012. Em 2010, a indústria brasileira havia obtido crescimento recorde de 10,1%.

A queda da produção industrial é um mau indício para a economia do país, pois a indústria produz os bens com o maior valor monetário, porque incorporam tecnologia, emprega milhões de brasileiros e responde por metade das exportações: 128 bilhões de dólares (de um total de 256 bilhões) em 2011. O ritmo de criação de empregos também se reduziu: em 2010, foi de 3,4% mais empregos, e, em 2011, apenas 1% a mais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria brasileira viveu um período de crescimento forte na década passada. As empresas passaram a importar grande quantidade de máquinas para modernizar e expandir a produção. As exportações e o consumo interno cresceram. Porém, a partir de 2009, a indústria começou a sofrer os efeitos da crise econômica mundial, o que reduziu a compra dos produtos brasileiros pelas nações em crise e diminuiu os investimentos estrangeiros no nosso país.

Num ambiente de crise, as entidades patronais, como a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), passaram a cobrar medidas do governo para incentivar o setor e para combater a valorização do real ante o dólar (a taxa de câmbio). O real valorizado encarece o preço final dos produtos brasileiros no exterior e facilita a entrada e consequente concorrência de produtos importados, sobretudo da China, no mercado interno. Diante da situação, o governo ampliou o crédito no comércio (para estimular o consumo), reduziu impostos para determinados produtos e reduziu as taxas de juro, buscando estimular a produção.

A indústria e o PIB

O conceito de indústria abrange diversos setores de produção, como o da construção civil, o químico, o farmacêutico, de cerâmicas, de vidros, de alimentos, borrachas, siderurgia, metal-mecânica, automobilístico e de máquinas e equipamentos (bens de capital). Vários desses ramos incluem múltiplas atividades. O petroquímico, por exemplo, envolve desde a extração e o refino de petróleo e combustíveis até tintas e solventes, polímeros, plásticos, fertilizantes e fibras sintéticas.

A indústria é um dos três setores que compõem o Produto Interno Bruto (PIB) (tudo o que o país produz em um ano), ao lado do de serviços e da agropecuária. No PIB nacional, a indústria ocupa a segunda posição: fica atrás dos serviços e à frente da agropecuária. Em 2011, o PIB brasileiro atingiu 4,1 trilhões de reais, e a indústria foi responsável por 972 bilhões desse total.

A participação da indústria nas exportações é crescente. De 1964 a 2011, a exportação industrial passou de 6% para 50,2% do total, segundo dados oficiais. Veja os principais períodos da industrialização no país:

-Do século XIX à primeira República – a pequena indústria brasileira cresce lentamente e voltada para o mercado interno, produzindo alimentos, bebidas, tecidos, utensílios e ferramentas.

-1930-1945 e 1951-1954 (governos de Getúlio Vargas) – criação da indústria de base, empresas estatais de mineração, siderurgia e energia (petróleo e eletricidade), concentrada na