A População e Geografia (DAMIANI)
Por: Iuri Santos • 1/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.843 Palavras (8 Páginas) • 181 Visualizações
A população tem mudanças significativas na história, sendo tratado pelo autor partindo do século XVII sob uma visão Malthusiana, até o século XX sob ótica marxista, trabalhando com ideias como superpopulação relativa, de Marx, e superpopulação absoluta, de Malthus.
Segundo DAMIANI a teoria malthusiana torna a miséria necessária, pois seria um mecanismo para regular ou equilibrar o crescimento populacional, ou seja, para Malthus a população não poderia ter um poder de consumo igualitariamente burguês, porque isso causaria necessidade maior de recursos naturais, acarretando em escassez de alimentos por ritmo aritmético.
Marx diverge da concepção de população Malthusiana, leva em consideração a questão de relações de trabalho e população, diferente de Malthus que voltava a relação da população e os alimentos.
Com o avanço tecnológico e a expulsão da mão de obra rural, fato que as máquinas tomam seus empregos ou os deixam mais precarizações. Os trabalhadores descartados deste processo formam uma reserva, para o mercado. Estratégia para manter as precarizações salariais e ter a disponibilidade de mão-de-obra, podendo assim, o crescimento do mercado, sem qualquer preocupação com a oferta da mão de obra. Os trabalhadores que alcançam o trabalho formal para manter seu emprego tendem a aceitar ofertas absurdas com excedentes horas de trabalho. O trabalhador assalariado é uma odisseia na terra; um homem apavorado com a instabilidade e a possibilidade de sua demissão seja por reformas de austeridade ou o avanço tecnológico.
O Neomalthusianos ressurge após a segunda guerra mundial, adaptada aos avanços, faz uma correlação entre a quantidade populacional com a disponibilidade de recursos naturais, sendo adotada em politicas publicas. o crescimento populacional na década de 20 no países europeus tinha aspecto positivo, mas começa a surgir preocupação com o decréscimo na taxa de natalidade. Já nos países desenvolvidos a taxa de natalidade era altíssima e somada à queda da taxa de mortalidade que houve em decorrência ao acesso á técnicas de higiene e tecnologias nos setores alimentício e médico-hospitalar, resultou na explosão demográfica e para reverter este quadro, foram adotadas medidas de controle de natalidade, fomentando o planejamento familiar atingindo vários países do “terceiro mundo”. Esta estratégia de esterilização da população foi fomentada pelo Banco mundial e FMI que ao oferecer empréstimos a estes países, exigiam do governo o emprego de políticas públicas no controle da natalidade de sua população.
O primeiro indicio de superpopulação eclodia nos países subdesenvolvido e problemas de escassez de alimentos e nos países desenvolvidos começa a existir a concentração da população urbanizada o que supervaloriza alguns produtos que antes abundantes como água, espaço, luz, etc. A partir dos anos 50 acentua-se um extremo entre subdesenvolvidos e desenvolvidos, pois é notória a miséria no primeiro. A dinâmica populacional é composta por elementos como a natalidade, mortalidade e a migração da população e a partir do estudo e comparação destes dados é possível traçar um perfil qualitativo comportamental da população, como por exemplo, a relação entre o aumento do nível de escolaridade e redução do número de filhos.
A taxa de mortalidade seria expressa pelo número de óbitos multiplicados por mil e dividido pelo número da população total: Nº de óbitos x 1000 a expectativa de vida ao nascer, e assim, identifica o perfil socioeconômico de cada país, portanto, se a taxa de mortalidade é alta, resulta na redução da expectativa de vida, sendo uma característica de um país subdesenvolvido, mas se o país apresenta uma taxa baixa, pressupõe-se que é um país que oferece maior qualidade de vida para seus habitantes, sendo assim, uma característica de um país desenvolvido. O desenvolvimento do capitalismo desencadeou um grande fluxo migratório, tornando a migração mais um componente das dinâmicas populacionais.
A migração tem um caráter estratégico no desvendamento da relação entre a dinâmica populacional e processo de acumulação de capital, para além da concepção de crescimento natural. Em análise ao fluxo migratório presente nos países da Europa e América Latina, autores como Pierre George definem migração muito além de apenas deslocação humana, mas como irradiação geográfica de um sistema econômico e estrutura social. Movimentos que comprovam o processo de expropriação e exploração latifundiárias e trabalhistas, tendo como estímulo tanto as migrações internacionais, como as migrações internas (rural-urbana e rural-rural), marcaram o desenvolvimento do capitalismo em países como o Brasil. A migração tinha caráter secundário até os anos 60, tendo partir daí uma inversão: o crescimento natural aparece como subordinado da análise da migração. Portanto, segundo Damiani, abrem perspectivas de análise dos dramas humanos, nascidos das contradições e constrangimentos recentes de nossa sociedade, e das relações e valores, que, de maneira deteriorada ou não, são preservados, definindo os termos da reprodução e da vida. A análise da demografia traz como benefício, um mapeamento quantitativo como também qualitativo, traçando o perfil econômico mundial. Auxiliando assim, na elaboração de estratégias no controle do movimento populacional, como por exemplo, o fomento à migração em países desenvolvidos por apresentarem população economicamente ativa baixa, ou o fomento ao planejamento familiar em países subdesenvolvidos, por apresentarem uma grande taxa de natalidade, ou no planejamento de construção e oferecimento de serviços públicos como escolas, hospitais, etc. O conceito de população é um método de conhecimento e controle sobre as pessoas, porém, não carrega consigo uma carga histórica, daí a necessidade de substituí-lo por outro conceito que possibilitasse a agregação da história humana.
Assim, foi substituído pelo conceito de produção do homem, tendo em vista que o homem, como também a história, é mutável, estando em um processo de mudança constante. O homem é ser integrante da natureza, e seu desenvolvimento está voltado na relação entre si e a natureza como também na relação com outros semelhantes a si.
Com sua racionalidade e através de instrumentos e técnicas adquiridas historicamente, sobrepõe-se à natureza extraindo recursos que ela lhe oferece, a fim de satisfazer seus desejos e necessidades. E no sentido de atender estas necessidades aprimora suas tecnologias, criando “objetos sociais e abstratos”, como por exemplo, o mercado ou o desenvolvimento da indústria. Neste contexto percebemos que a atividade humana é fundamentada na relação social e na coletividade, ou seja, o homem não vive só, é um ser social. Na prática da produção, o homem se depara com uma relação dicotômica simultânea. Produção compreende a domínio, porém, compreende também à alienação. O primeiro está ligado à natureza e o segundo a sua própria produção. Como em todas as relações humanas, na produção não seria diferente. Em analise aos fatos históricos de seu desenvolvimento, o homem sempre produziu e produzirá em detrimento de algo, como por exemplo, a exploração do trabalhador assalariado, pontuando também que esta condição de menoscabo, não se aplica apenas aos menos favorecidos, a situação que também exemplifica é a alienação ao consumismo das classes com mais poder aquisitivo, inculca-se a ideologia de quanto mais o homem produz, mais precisa consumir, sempre sem levar em conta sua posição humanizada, mas sim sua posição puramente consumista, ou seja, o consumismo irá impactar as relações humanas. Deste modo, fortalecem-se os contrastes dessa produção, criando de maneira regionalizada, carências que vão sendo superadas e substituídas por outras mais complexas, concomitantemente à evolução humana.
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