A População e Geografia
Por: hugomartinez • 26/9/2018 • Resenha • 4.405 Palavras (18 Páginas) • 376 Visualizações
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA.
HUGO FRANKLIN LIMA MARTINEZ[1]
RESENHA: “População e Geografia”.
Amélia Luisa Damiani[2]
SALVADOR
2016
1 Introdução
Iniciando com teorias sobre a população, a autora nos traz grandes contribuições para se pensar o próprio conceito e no que de inicial é possível refletir sobre um olhar mais atento o qual visa expor não só como “uma representação, mas, nos dá uma idéia, sobre uma realidade que – cronologicamente e ontologicamente, nos precede ser a real e incontestável realidade de uma parte da população a qual está à margem de se tronar produtiva”. Desta forma, enquanto no conceito das teorias abordadas nós teríamos um melhor entendimento sobre o espaço em que esta população está inserida em um contexto social, político e até filosófico.
É importante a percepção da diferença entre diferentes correntes de pensamentos, para a compreensão do que será exposto no decorrer do livro, pois a autora irá apresentar não só as idéias de Malthus como as contrapõem com as de Marx e traz também conceitos históricos, científicos e geográficos, demonstrando o aproveitamento de contingente populacional considerado atualmente como um excedente populacional não produtivo para o estado. Contrapondo as teorias malthusianas, temos as idéias de Marx que traduz aproveitamento de capital humano como reserva de postos de trabalho.
Após perpassar por pensamentos de diversos teóricos a autora nos aponta meios reflexivos para pensar população no espaço geográfico através da onomasiológica de interação homem e meio, assim é possível entender população e geografia.
Damiani discorre inicialmente uma critica sobre qual geografia é a melhor para o estudo da população, se a analítica (física) a humana ou a interação entre ambas, assim surge à nova geografia, ela cita o quantitativísmo como avaliação superficial, que na nova geografia não há mais espaço para conteúdos numéricos os quais são indiferentes.
A autora critica tal abordagem puramente analítica no estudo de uma dinâmica demográfica, pois, se faz necessário relacionar números com qualidade e neste contexto existem vidas. Em um cotidiano conjugando e fazendo parte de um conjunto de potencialidades social de relações e interações. Desta forma ela afirma que é possível abstrair o quantitativísmo tendo à inversa do qualitativíssimo a inda que dentro da dinâmica complexidade humana.
Neste primeiro momento a autora afirma que população constitui a base e o sujeito de toda atividade humana, reafirmando a complexidade humana, permeando um momento histórico, seriam necessários estudos de refinados teóricos com metodologias e praticas buscando resultado da interação humana-populacional em um contexto antropológico como construção social, que transita entre vários elementos arbitrariamente tomados os quais tendem a refletir um capital cultural no qual são aplicados na prática tendo em vista o contexto histórico de um dado país levando em conta a realidade sensível em movimento de seus contextos.
Desta maneira ela afirma o embate em relação à geografia da população a qual é compreendida como primeira aproximação dos fenômenos urbanos, políticos, econômicos e mais, uma constituição, tendo como sentido, o primeiro capítulo dos tratados de geografia humana. Damiani percorre teóricos mais afirma que é preciso ir mais além, pois mesmo assim seria impossível esgotar o todo complexo estrutural do estudo população, porém ela parte de um ponto para trazer luz sobre um entendimento a respeito de população no século XX, mas, diz que isto não define o problema, pois, uma recuperação evolutiva do pensamento sobre população ao longo do tempo não seria precisa em determinar tais fatos, porém a composição atual destas teorias nos ajuda a retomar as dinâmicas da mesma. Carl O. Sauer, em um artigo descreve que: ”Se reduzimos os limites da geografia, o campo maior ainda existirá, será só a nossa consciência que terá diminuído. P.142, revista Geographia – Ano. II– N o4 – 2000”.[3] Sauer, Carl O. A Educação de um Geógrafo. Berkeley: Univ. of California press, 1983. pp.331-379.
2 Capitulo
Sobre Malthus a autora parte pelo processo do pauperismo que deixa de ser um problema individual e passa a ser um problema social na Inglaterra do século XVIII/XIX, o qual torna todos que são privados dos meios de manutenção e assim acabam se tornado um encargo para a sociedade/estado, ela descreve que o homem malthusiano pode ser abstraído do nada e ou apenas o meio pelo qual Malthus empregou em sua práxis tentando oferecer síntese em relação aos conflitos de classes menos favorecidas da época, através de suas teorias da população, Malthus polemizava com os socialistas utópicos cujas obras eram embasadas nos idéias de Marx o qual teorizava sobre o salário.
Ela acrescentou que nas reflexões de Malthus as questões relevantes à natureza demográfica permeiam por leis naturais que envolvem crescentes demográficas geométricas X produção de subsistência de maneira aritmética, transcorrendo assim em um processo no qual a grande maioria da população que é pobre não consegue ascender socialmente e uma minoria acaba se tornando paupérrima. A miséria se faz necessária para controle de natalidade e através deste, a inversão do ciclo migratório o qual propicia condições ideais para produzir alimentos e assim a continuidade do ciclo demográfico, “Damiani, neste momento não citou Henry George para complementar o a questão do pauperismo, pois o mesmo complementaria o texto sobre as tais questões já que suas teorias versam sobre a terra.”.
A autora pergunta se Malthus não estaria de alguma forma fugindo ou subestimando as relações sociais e econômicas, dentro do contexto histórico em que viveu, fazendo valer de uma relação numérica abstrata. Assim Damiani afirma que Malthus utiliza do determinismo paupérrimo, com intenção de legitimar as idéias burguesas levando a simples constatação de uma população excedente de forma contemplativa da miséria formal, incentivada pelas paixões humanas, reflexo de sua natureza antropofágica tendo como pressuposto conjunção carnal, Damiani descreve como os pensamentos de Malthus estão permeando a sociedades contemporâneas, através dos pensamentos neomalthusianos do século XX, já que suas teorias servem como pressupostos através de leis endógenas a pensadores em demografia. Os quais pensam justificar equilíbrio nas economias de seus países.
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