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A Revisão Bibliográfica

Por:   •  20/9/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.814 Palavras (8 Páginas)  •  156 Visualizações

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 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ[pic 1]

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

COLEGIADO DE GEOGRAFIA

KAYALLA PEREIRA DE MOURA

GABRIEL VIEIRA MOREIRA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - ÁREAS DE RISCO NO MUNICÍPIO DE ILHÉUS - BA, O CASO DO ALTO DO AMPARO

        

UESC – BAHIA

2015

KAYALLA PEREIRA DE MOURA

GABRIEL VIEIRA MOREIRA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - ÁREAS DE RISCO NO MUNICÍPIO DE ILHÉUS - BA, O CASO DO ALTO DO AMPARO

Revisão Bibliográfica de Metodologia do Trabalho Científico apresentado à Universidade Estadual de Santa Cruz, para fins de aprovação na disciplina, ministrada pela Profª. Dra. Ana Amélia Lavenerè - Wanderley, no Curso de Licenciatura em Geografia.

        

ILHÉUS – BAHIA

2015

O MUNICÍPIO

Pertencente à microrregião Ilhéus-Itabuna, o município de Ilhéus está localizado a cerca de 450 km ao sul da capital baiana Salvador. Banhado a leste pelo Oceano Atlântico, Ilhéus possui um litoral com cerca de 80 km de praias, conferindo-lhe um alto potencial balneário, e que, somado às belezas continentais pertinentes à porção de Mata Atlântica e aos ecossistemas locais, torna a cidade altamente propícia ao desenvolvimento de atividades relacionadas ao turismo (ANDRADE, 2003).

Foi através da produção de cacau, principalmente no início do século XX, que Ilhéus despontou como potência econômica, gerando muito lucro aos donos de roças de cacau, além de promover a construção de parte da infraestrutura urbana, como igrejas, prédios, residências, etc., fixadas até hoje à paisagem da cidade. Contudo, a partir da década de 80, a produção de cacau começou a entrar em declínio, devido dentre outros fatores, à queda dos preços no mercado internacional motivados pela expansão da cacauicultura no Sudeste da Ásia e, sobretudo, à disseminação do fungo (Crinipellis perniciosa) conhecido popularmente como "vassoura de bruxa", pelos cacauais, reduzindo drasticamente a produção do fruto (ANDRADE, 2003).

De acordo com Barbosa, Gomes e Moraes (2009), findado o período em que se deu o apogeu da cacauicultura e, consequentemente a crise desta, a organização espacial do município de Ilhéus, tornou-se produto dos problemas socioeconômicos da região, havendo dessa maneira uma intensa migração do campo para a cidade, resultado do desemprego que assolou as grandes propriedades produtoras de cacau.

Destaca-se ainda, nas palavras de Franco (2008), que o intenso fluxo migratório para a cidade de Ilhéus se deu, sobretudo, devido à cidade deter uma maior infraestrutura se comparada às demais da região cacaueira, além de sua localização geográfica privilegiada, estando no litoral aliada à possibilidade de ligação com outras regiões, tornando-se atrativa também pelas perspectivas de empregos oriundas do setor turístico e pesqueiro.

Em suma, como reflexo dessa crise houve desemprego em massa, desembocando em outros problemas sociais, tais como pobreza, favelização e violência, tráfico de drogas, dentre outros. A partir de então, a economia ilheense gira principalmente em torno do Distrito Industrial, constituído principalmente por indústrias moageiras de cacau, e do polo de informática; além de serviços como o comércio e o turismo.

Nesse sentido, grande parte da população que retirava sua renda mensal da produção cacaueira, foi marginalizada com a falência de fazendas produtoras do fruto, assim, buscaram a cidade para tentarem conseguir um emprego e se manter financeiramente. Acontece que as várias famílias - de baixo poder aquisitivo - que migraram para as áreas mais centrais do município, bem como os que se estabeleceram nas zonas periféricas, encontraram nas encostas dos morros o lugar mais propício financeiramente para edificarem suas casas, haja vista que nesses locais, não era necessário que se pagasse para adquirir uma área para residir.

Para Nunes et.al. (2014), a ocupação das encostas em Ilhéus gera um grave problema no que tange o contexto social e ambiental, pois a ocupação desses locais acontece de forma irregular, isto é, fora de padrões que prezem pela segurança das pessoas que nesses locais se encontram.

Dando um enfoque ao Alto do Amparo, este morro fica localizado na zona norte da cidade de Ilhéus - BA, mais precisamente no bairro do malhado. A população que reside neste morro sofre constantemente com os deslizamentos de terra, sempre frequentes seja no período de inverno, seja no período do verão com as chuvas torrenciais. É uma população de baixa renda e de baixo nível de escolaridade, como constata um estudo de Barbosa, Gomes e Moraes (2009), que diz que,

Quanto ao grau de escolaridade das famílias entrevistadas, identificou-se que 31% dos moradores possuem o ensino médio completo, seguidos por 28,5% que possuem o ensino fundamental incompleto. Apenas 5,7% dos entrevistados são analfabetos. Os dados demonstra o perfil socioeconômico dos moradores, sendo que, a principal atividade desenvolvida no morro do Alto do Amparo concentra-se na prestação de serviços, 23% (pintor, encanador, eletricista, etc.). Num patamar mais abaixo 20%, segue a atividade comercial (vendedor de loja, carregador, etc.). Outro aspecto que merece atenção é o grande número (26%), de atividade na classe “outros” (doméstica, feirante, vendedor ambulante, peixeiros).

Salientando ainda que,

No morro Alto do Amparo, a mão de obra ativa está inserida predominantemente no mercado informal, Mais de 50% da mão de obra ativa esta inserida no mercado informal, sem carteira de trabalho assinada, desta forma, não tem assegurado seus direitos trabalhistas, sem perspectiva de melhoria na qualidade de vida, onde as famílias sobrevivem em sua maioria com menos de 1 salário mínimo. Na análise sobre essa variável, observou-se que cada família possui em média 1 trabalhador responsável pelo sustento dos seus dependentes. A renda familiar predominante é abaixo de um salário mínimo (49%), seguidos por 40% que ganham entre 1 a 2 salários. É importante ressaltar que o perfil socioeconômico descrito acima evidencia um quadro de pobreza grave, e reflete na comunidade local um sentimento de abandono e incerteza quanto ao futuro de suas vidas, tendo em vista que essa população encontra-se inserida de modo precário nas estruturas sociais de organização do trabalho, por não possuírem qualificação profissional que possibilite o acesso a melhores empregos e consequentemente melhor salários, sobrevivendo apenas com o mínimo necessário para suprir suas necessidades básicas, reflexo de uma estrutura social desigual, que tem sua origem nas relações entre o capital e o trabalho.

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