A SALA DE AULA VISTA PELO CINEMA E O PENSAMENTO COMPLEXO

Os Filmes “Ao mestre com carinho” e “Escritores da liberdade” têm em comum o fato de serem todos baseados em fatos reais, os professores protagonistas eram iniciantes na carreira, todos eram não professores que se tornaram educadores e apaixonaram-se pela educação. Enfrentaram grandes desafios diante da rebeldia de alunos, preconceitos de todas as origens, mas se dedicaram de forma intensa ao ensino e preocuparam-se totalmente em construir um ensino mais significativo para os alunos.

Ao Mestre com Carinho: O filme conta a história de Mark Thackeray, um engenheiro de comunicação, negro e desempregado há 18 meses, que assume o cargo de professor da North Quay Secondary School. A classe que ele lecionara era liderada pelos alunos que demonstram comportamento de ter poderes sobre os professores e, para Thackeray, não seria diferente.

Thackeray sofreu vários preconceitos dos alunos por ser um negro, mas enfrentou esse problema mostrando aos alunos que ele também fora de origem muito pobre e que vencera devido ao seu próprio esforço. A partir daí, os alunos passaram a vê-lo como um exemplo de luta, pois a vida deles também não era nada fácil.

Além disso, não se limitou a lecionar as disciplinas somente em sala de aula.

Lutou para levar os alunos para museus para que estes conhecessem a evolução do

homem.

Para essas atitudes pode-se ver o que Morin ( 2010, p. 102) afirma ser a missão da educação que é “preparar as mentes para enfrentar as incertezas que não param de aumentar, levando-as não somente a descobrirem a história incerta e aleatória do Universo, da vida, da humanidade, mas também promovendo nelas a inteligência estratégica e a aposta em um mundo melhor”.

Em Escritores da Liberdade, a realidade e a ficção se misturam, pois são cenas de um filme que narra a história de uma jovem advogada que, por opção, escolhe ser professora da Woodrow Wilson High School e, para isso, enfrenta muitos desafios desde imensos problemas de desagregação social, formação de gangues até os mais variados preconceitos por ser branca ou por acreditar naqueles alunos tidos como indisciplinados ou incapazes de aprender. Ela chama-se, no filme e na vida real, Erin Gruwell e durante a sua luta naquela escola formou, junto com alguns alunos, a Fundação da Liberdade dedicada a disseminar por todo o país o sucesso da sala 203.

Erin Gruwell é hoje a presidente da Freedom Writers Foundation que tem como objetivo promover a filosofia educacional que se preocupa com a diversidade cultural.

Nesses filmes pude observar justamente a preocupação dos protagonistas, em suas aulas, em não fragmentar as disciplinas, pois teciam o todo sem separa-lo das partes, as quais constituíam o todo como constructos do saber. Em Ao Mestre com carinho, em determinado momento, Thackeray percebeu que estava agindo de modo errado com os alunos, pois os tratava como crianças e ensinava os conteúdos sem lhes explicar os significados do que estavam aprendendo. Quando percebeu que poderia tratá-los como adultos que se preparavam para viver além dos muros da escola, preocupou-se em apresentar-lhes os sentidos do que estavam aprendendo, pois passariam a usar esse conhecimento na vida prática, no trabalho e na formação familiar.

Nos filmes analisados, há