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Análise Crítico-Reflexiva “Sociedade dos Poetas Mortos” e “Escritores da Liberdade”

Por:   •  20/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  1.193 Visualizações

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Análise Crítico-Reflexiva

Dois filmes com contextos socioeconômicos distintos, porém com abordagens metodológicas de ensino-aprendizagem de uma pedagogia inovadora, sem necessariamente fugir do uso da exposição e assimilação factual. Os filmes “Sociedade dos Poetas Mortos” e “Escritores da Liberdade” são exemplos interessantes de como pode ser construído um modelo educacional diferente e interessante para atração de jovens estudantes ao conteúdo ensinado, seja numa escola elitizada como no primeiro filme, seja numa escola periférica como no segundo, este último filme baseado em fatos reais. Desta forma, somos motivados com a possibilidade de realizar tal inovação em escolas brasileiras e melhor a relação de ensino-aprendizagem.

Porém antes de realizarmos paralelos destes filmes com o cenário da educação brasileira, é conivente analisarmos cada filme separadamente em seu próprio contexto e em proposta abordada. Em “Sociedade dos Poetas Mortos ” retrata-se a educação de estudantes secundaristas dentro de um internato masculino aristocrático e bastante tradicional de 1959. Internato este baseado este em quatro conceitos fundamentais: tradição, honra, disciplina e excelência. Características marcantes de internatos deste tipo são retratadas no filme, tais como a execução do castigo da palmatória ou a rigidez para com o ensino e do estudo voltado para as profissões tradicionais, como a medicina, o direito e a engenharia.

Valorizando uma vertente pedagógica tradicional, ou seja, com o ensino regido sob a exposição máxima de factual pelo professor e da assimilação deste conteúdo pelos os alunos sem a menor problematização deste factual ou de uma identificação do conteúdo pelo aluno. Tal educação abala os conceitos de ensino-aprendizado defendidos por Paulo Freire ao transformar seus alunos em máquinas memorizadoras, e não em cabeças pensantes, o que desenvolveria o chamado “pensar errado”, conceito desenvolvido pelo autor .

Contudo, este quadro educacional é abalado com a chegada do professor substituto John Keating, ex-aluno desta instituição e criador da “Sociedade dos Poetas Mortos” em seus tempos de aluno (uma irmandade na qual se faziam reuniões com declamações de poemas e outras atividades culturais). Novo professor de letras, adota o estilo de ensino em que se valoriza a defesa da assimilação do conhecimento com a própria vida. Essa mescla, conhecimento/vida, levou a identificação de seus alunos com o conteúdo ensinado. Exemplo dessa identificação pode ser interpretado com a descoberta da vocação de ator pelo jovem Neil, influenciado pelo aprendizado recebido com as aulas e com a fundação de uma nova Sociedade dos Poetas Mortos.

Porém, o modelo de ensino empregado por John Keating não é bem visto aos olhos dos demais professores da instituição, e por pais de alunos do internato como o pai de Neil, S. Perry. Ao abandonar o estilo metodológico tradicional e, com seu estilo inovador adquirindo popularidade entre os alunos, o professor começa a abalar as estruturas da instituição. Nesse contexto, após um conflito entre um dos alunos e a direção da escola, o professor John Keating é chamado à atenção sobre seus métodos não ortodoxos de ensinar.

Apesar de se comprometer e conversar com seus alunos, os problemas se desenvolvem, com o filme atingindo seu clímax com o suicídio de Neil na mesma noite em que sua atuação teatral é elogiada pelos colegas, porém, não consegue a aprovação e suporte de seu pai para a carreira de ator.

O filme, portanto, representa a importância da figura do professor na vida dos alunos, e exemplifica sua influência positiva quanto à condução de uma metodologia não-tradicional de ensino. Metodologia que ao mesmo tempo em que desenvolve o raciocínio e a criatividade do aluno, permite ao mesmo se desenvolver de modo que possa contribuir para a sociedade como um ser social. Porém, por motivos como a rigidez da instituição sobre a execução de um ensino tradicional e a impopularidade de sua forma inovadora de ensino dentro da direção e dos pais, John Keating é afastado de lecionar no internato.

“Escritores da Liberdade ”, apesar de um enredo diferente, com realidades temporais e socioculturais distintas das de “Sociedade dos Poetas Mortos”, demonstra também a utilização de uma abordagem inovadora por uma professora recém-formada quando se comparada com a pedagogia utilizada pelo restante dos professores da escola. Dois pontos interessantes deste filme e que permitem traçar uma relação mais clara com a educação brasileira, se comparada com o primeiro filme, são: a realidade socioeconômica de seus alunos e à infraestrutura da instituição escolar.

Ambientada num bairro periférico, a escola antes vista como uma instituição de nível consideravelmente alto, após determinadas políticas de inclusão social, passa a ser vista como um antro de alunos divididos em quatro “tribos” majoritárias: os brancos, os negros, os latinos e os asiáticos. Dessa pluralidade nasceu uma rivalidade entre gangues pertencentes a cada grupo, que se faz presente tanto no interior da escola quanto em seu exterior, levando a conflitos que resultam na morte de um dos alunos secundaristas da professora Erin Gruwell, protagonista do filme que representa a professora da história real.

Erin durante seu primeiro ano como professora de letras (lembrando John Keating) na escola se depara com uma situação caótica dentro da sala de aula, com

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