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CHRISTOFOLETI, A. As características da nova Geografia

Por:   •  29/6/2015  •  Resenha  •  1.614 Palavras (7 Páginas)  •  1.059 Visualizações

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Nome: Teilor de Oliveira

Nº matrícula: 11511GEO212

Disciplina: História do Pensamento Geográfico

Turma:       Noturno

Prof. Dra Rita de Cássia Martins de Souza

Referências Bibliográficas

CHRISTOFOLETI, A.   As características da nova Geografia. In:________Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982 (P71-101)

O texto de Christofoletti é dividido em oito partes onde ele escreve sobre a história, o conceito de paisagem e organizações espaciais, A perspectiva ideográfica e a nomotética, o espaço absoluto e o espaço relativo, as teorias geográficas, os instrumentos de análise, quantificação em geografia e sobre transformação hodierna.

Esta denominação “Nova Geografia” segundo o autor foi inicialmente proposta por Manley (1966), a utilização dos termos “novo” e “velho” servem para denominar dois tipos de geografia, diferentes, nas suas idéias, concepções teóricas e implicações no procedimento do geógrafo. Geografia Quantitativa e Geografia Teorética são os adjetivos que ganharam maior destaque na literatura referente às novas tendências da geografia.

“A Nova geografia critica a insuficiência da geografia tradicional, onde não se fundamenta a sua base social e o lado não prático da mesma, rompe com empirismo, ganhando força o racionalismo como tradição epistemológica, muda á metodologia, porém não discute método, uma nova roupagem a velha geografia.

Surge para tentar dar soluções, uma renovação superficial, continua como instrumento de poder nos EUA.”


Tópico 1 :contexto histórico

O surgimento de novas perspectivas de abordagem assinala a alteração profunda que ocorreu na ciência geográfica após a segunda guerra mundial. Transformação que abrange o aspecto filosófico e metodológico da geografia foi chamado de “revolução quantitativa e teorética da geografia.

 
Para a Nova geografia se encontram texto e publicações desde década dos anos 40 se intensificando nos anos 50, considerado como o marco cronológico desta fase contemporânea da geografia, o movimento intectual culminou entre 1957 e 1960, entre 1960-1970 é caracterizado por grande fermentação intelectual. Mo transcorrer dos anos 70 as obras vão se sucedendo, até 1970 para compreender a Nova Geográfia, era necessário consultar inúmeros artigos e publicações avulsas, no entanto faltavam livros-textos unitários e coessos que servisse de introdução e base para os setores envolvidos na renovação metodológica da geografia, onde destacam-se 3 obras: 1970 – Richard Morril apresentou The Spacial Organizacion of Society, sobre os princípios gerais da teoria da organização espacial; 1971 - Ronald Abler, John S Adam e Peter Gould, redigiram volume que apresenta a maneira pela qual o geógrafo analisa as organizações espaciais; em 1972- Peter haggett elaborou a obra Geograghy: a Moden Synthesis, abordando uma perspectiva moderna da geografia.

Muitas obras ainda foram publicadas até 1975, mais somente em 1970 no Brasil foi que A. Cristofoletti publicou no Jornal O estado de São Paulo e Pedro Pinchas Geiger, publicou na revista Brasileira de Geografia, os primeiros sinas sobre a Nova geografia.

Alguns acontecimentos marcaram a Nova geografia no Brasil, no período de 05 a 07/09/1971, realizou-se no rio de janeiro a Reunião da Comissão de Métodos Quantitativos da União Geográfica Internacional e em 1973, associação dos geógrafos brasileiros patrocinou a realização de um simpósio sobre Renovação da geografia, tendo como relatora Bertha Becker.


Tópico 2: Paisagem

A origem do conceito científico de paisagem está relacionada com as expedições européias realizadas na América e em outros continentes nos séculos XVIII e XIX. Pode-se atribuir o primeiro uso geográfico deste conceito ao cientista e viajante Alexander Von Humboldt, cuja viagem à América Latina, realizada entre 1799 e 1804 constitui, ela mesma, uma espécie de ato fundador da Geografia moderna - Foram duas definições de Paisagem na velha geografia a 1ª: Era o estudo da diferenciação regionalda superfície da terra e a se refere a à analise das influências e das interações : “era uma interação homem e meio e essa interação era realizada através da observação feita pelo geógrafo, que era mero observado”. Ambas a observação constitui o principal instrumento de análise.

Na Nova geografia o houve uma transformação nesse objeto de estudo, onde paisagem foi substituída pela noção de sistema espacial ou organização espacial, que compreende a estrutura dos elementos e os processos que corresponde pelo funcionamento de qualquer espaço organizado. Ex: Agrárias, Urbanas, lazer e outras.

Com essas transformações na paisagem a geografia passa a ser uma ciência que estuda as organizações espaciais.

Tópico 3 : Perspectivas Ideográficas e Nomotética

Na Geografia Tradicional para Hartshorne Geografia ideográfica é o estudo aprofundado de um lugar e Nomotética e o estudo dos fenômenos heterogêneos.

Para a Nova Geografia umas das modificações básicas seria na maneira de se encarar o objeto da geografia, as perspectivas Ideográficas favoreceram o estudo do mesmo tipo de fenômeno em diversos lugares, as Nomotéticas seriam as generalizações procurando oferecer enunciados que caracterizem e explique o funcionamento dos fenômenos, independentes do tempo é espaço, com isso favorecendo a aplicação de leis e modelos.

Tópico 4: Espaço absoluto e espaço relativo

Seriam aqueles que indicam a quantidade ou qualidades de um fenômeno específico, que ocupa um lugar determinado em certo tempo. Com a preocupação de precisar onde os fenômenos estavam situados foram desenvolvidas novas tecnologias para representar essas áreas. (instrumentos, técnicas cartográficas e redes de coordenadas)


Localização absoluta: Um sistema convencional de coordenadas, o critério comum é utilizar as latitudes e longitudes para descrever a localização absoluta dos lugares, ela é constante e fixa. Localização relativa: é a posição que um lugar ocupa em relação a outras localidades, podendo ocorrer transformações com o decorrer do tempo.

Para geografia que estuda as organizações espaciais o espaço relativo ganhou importância e a representação espacial sofre transformações com os avanços que são implantados para mostrar essas diferentes maneiras de avaliar o espaço relativo, fugindo da padronização estabelecida e fixa das coordenadas, houve desenvolvimento muito grande nas concepções e nas técnicas cartográficas.

Tópico 5: As teorias geográficas

Na geografia tradicional as explicações baseavam-se na teoria histórico-geográfica com objetivo de descrever e compreender o desenvolvimento dos fatos, e as suas combinações nas diversas áreas, o geógrafo tinha a função de demonstrar os eventos de cada área (região) fossem compreendidos e explicados em caráter particular, individual, distinguindo ela das demais regiões, esta perspectiva foi responsável pela abordagem dos estudos ideográfico.
Já nanova conjuntura a teoria probabilística se faz presente encontra-se na base de diversas analises, em todos os trabalhos de simulação e no contexto interpretativo realizado sobre fenômenos geográficos.

Ao apresentar as idéias de Popeer, Bryan (1973) assinala “que as teorias são produtos do espírito humano e que não algo há algo que não se possa denominar método lógico para ter novas idéias”. As novas idéias vão surgindo, e de alguma forma diferente mesmo tratando sobre o mesmo tema, os maiores avanços científico epistemológicos são realizados não por observações mais precisas, mas pelo desenvolvimento de novas maneiras de ver as coisas. Os dados e fatos podem ser utilizados por outras teorias, pois são neutros, o que modifica uma da outra são os valores atribuídos ao fato. Assim os novos modelos da geografia as atividades humanas e outras apresentam vários significados conforme as teorias explicativas, sendo atualizados com o decorrer do surgimento de novas idéias, novos temas de pesquisa e problemas a serem estudados.

Tópico 6: Instrumentos de Análise

Ao se preocupar com o estudo das paisagens, a formação do geógrafo era dirigida para treinar a observação e para compreender as paisagens através da observação, as excursões e os trabalhos de campo representavam a melhor forma de proceder e o instrumento de analise. E de forma complementar a esse trabalho de observação o geógrafo também adquiria informação através da analise de cartas e de fotografias e a fim de representar esse trabalho, o mapa sempre foi, ao mesmo tempo, o instrumento analítico mais importante e a síntese final da pesquisa geográfica. Com a transformação conceitual e metodológica, houve alterações na importância relativa dos instrumentos de analise. O uso de modelos passou a ser instrumento de significativa importância, enquanto os trabalhos de campo, a analise de cartas e de fotos, a analise quantitativa e outras passaram a ser técnicas destinadas a coletar e estudar as informações com a finalidade de testar as hipóteses e a viabilidade dos modelos.

Tópico 7: Quantificação em Geografia

A quantificação da geografia trazia a noção e o conceito que se possuía dos fenômenos, era fundamental na coleta e na analise dos dados, os problemas eram mais facilmente colocados e definidos. Mas por mais importância que a quantificação seja para a geografia ela não é uma característica essencial desta ciência, os geógrafos precisam se basear nas premissas teóricas da geografia e na formulação de modelos e são nessa perspectiva que os modelos se tornam instrumentos básicos de analise.

No Brasil a geografia quantitativa, o uso de modelos e da teoria dos sistemas, se desenvolveu numaproposta de Geografia Teorética, tal perspectiva constitui-se na espinha dorsal da renovação pragmática ( quantitativo, o modelistica e da percepção ).


Tópico 8 – Uma hodierna Geografia

As considerações colocadas nos diversos itens acima apresentam a imagem da Nova Geografia embasada em seus conceitos teóricos e metodológicos aplicados nas duas últimas décadas, dois aspectos demonstram sua estrutura:


a) O debate critico da metodologia dominante nas ciências, que se baseia no modelo hipotético-dedutivo, não sendo este único modelo para as pesquisas científicas. Está se propondo adoção de modelos alternativos com base nos trabalhos de M. Scriven (conteúdo, julgamento e compreensão).

 
b) Intensificar a preocupação direta com os problemas social, propondo uma geografia mais dinâmica e socialmente envolvida com as questões contemporâneas.

Observa-se que a geografia não ampliar seu domínio a fim de incluir os problemas sociais, assim sendo sua contribuição para a política de planejamento será limitada.

“A Nova geografia serve de instrumento de dominação burguesa, a serviço do capital, seus interesses são claros: acumulo do capital, maximização doa lucros, manutenção da exploração do trabalho. Mascara as contradições sociais, legitima ação do capital, uma arma prática e ideológica no sentido de passar como “medidas técnicas”. Mantêm a base social do pensamento tradicional, fazendo dela uma via conservadora do movimento de renovação da geografia”.

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