CONCEITOS TRADICIONAIS E PARADIGMES
Tese: CONCEITOS TRADICIONAIS E PARADIGMES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jujumara • 2/12/2014 • Tese • 986 Palavras (4 Páginas) • 276 Visualizações
RESUMO
CONCEITOS E PARADIGMAS TRADICIONAIS
COSTA, Fábio Rodrigues da; ROCHA, Márcio Mendes
O presente artigo tem como objetivo principal apresentar uma discussão introdutória sobre a Geografia a partir da construção histórica de seus paradigmas e conceitos. Inicialmente ser feita uma breve discussão sobre a geografia pré-científica que se estendeu até o século XVIII, e foi caracterizada por ser um saber totalizante desprovido de sistematização, abordando os seguintes paradigmas: determinismo ambiental, possibilíssimo e método regional.
As contribuições que a geografia vem trazendo para a sociedade são resultados de intensas descrições, analises discussões, debates, divergências e até mesmo profundos enfrentamentos teóricos e metodológicos.
O período pré-científico corresponde aos saberes geográficos desprovidos de
sistematização e organização metodológica produzidos pelos seres humanos desde a pré-história até a consolidação científica.
Os polinésios, povos navegadores, conheciam a direção dos ventos e das correntes marinhas e utilizavam seus conhecimentos para a locomoção entre as diversas ilhas que compõem o arquipélago.
Na antiguidade as civilizações da Mesopotâmia e do Egito estudavam técnicas de
irrigação, regime, extensão dos rios e variação do volume da água. Andrade (1987) considera tais abordagens como os primeiros passos para o desenvolvimento da hidrografia fluvial.
Os principais destaques foram: a medição do espaço e a discussão da forma da Terra, o estudo da física da superfície terrestre e a descrição dos aspectos físico-espaciais. Os estudos geográficos realizados pelos gregos tinham na maioria das vezes caráter descritivo e informativo. A partir da decadência do Império Romano do Ocidente no século V, ocorreu, na Europa, um retrocesso do pensamento. Foram descartadas importantes contribuições realizadas pelos gregos.
Os séculos XV e XVI são marcados pelas grandes navegações portuguesas e
espanholas. A maior preocupação no período foi com a espacialização, através do desenvolvimento de técnicas cartográficas.
Os conhecimentos caracterizados como geográficos estavam fragmentados e
desorganizados, cabendo a filosofia, a matemática e a física as discussões e debates pertinentes. A organização científica ocorreu somente no século XIX, na Alemanha. É possível notar que o desenvolvimento dos conhecimentos geográficos
anteriores a sistematização estavam ligados ao processo expansionista territorial. Isso pode ser aplicado aos quéchuas nos Andes, aos gregos e romanos na Europa, aos povos árabes e italianos em busca de rotas comerciais no mediterrâneo e aos portugueses e espanhóis com as grandes navegações nos séculos XV, XVI e XVII.
Milton Santos (1986) nos ensina que se queremos encontrar os fundamentos
filosóficos da geografia no momento da sua construção como ciência entre o final do
século XIX e inicio do XX, temos que buscá-los em Descartes (1596 - 1650), Kant
(1724 – 1804), Darwin (1809 – 1882), Comte (1789 – 1857), Hegel (1770 – 1831) e
Marx (1818 – 1883). Os pensamentos dos referidos autores contribuíram de forma diferente, peculiar e ideológica, para a construção dos paradigmas da geografia.
O filósofo alemão Immanuel Kant analisou o espaço e o tempo. O
naturalista britânico Charles Darwin, na obra “A origem das Espécies” apresenta a
seleção natural, que impactou profundamente as ciências naturais. O filósofo francês
August Comte elaborou o positivismo. O filósofo alemão Georg Hegel o idealismo, e o filósofo, economista e revolucionário alemão Karl Marx o materialismo
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