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Cartografando O RN

Resenha: Cartografando O RN. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/9/2014  •  Resenha  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  180 Visualizações

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As discussões em torno de estratégias de pesquisa e de outros modos de

análise na área de história da educação com enfoque em abordagens qualitativas vêm

sendo feitas como uma tentativa de tornar os conhecimentos produzidos bem mais

sedimentados metodologicamente. Assim, ideamos este relato, considerando que as

estratégias metodológicas em pesquisas no âmbito das Ciências Sociais e Humanas têm

demandado estudos que utilizam procedimentos metodológicos inovadores, dentre os

quais podemos citar, o desenvolvido pelo pensador português Boaventura de Sousa

Santos.

A comunicação que ora apresentamos tem como objetivo relatar a experiência

desenvolvida na análise da pesquisa “Memória da Formação Médica: lembranças de

alunos egressos do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte”, realizada de 2003 a 2006, na Base de Pesquisa Cultura, Política e Educação, do

Departamento de Ciências Sociais, vinculada também ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Sociais da UFRN. A fundamentação de tal metodologia encontra-se nas

propostas de Santos (2001) sobre os procedimentos de sociologia cartográfica ou

cartografia simbólica como mapas da realidade a ser representada socialmente.

Nessa perspectiva, observamos que Santos (2001, p. 224), tratando da

cartografia simbólica das representações sociais, diz: “os mapas são um campo

estruturado de intencionalidades, uma língua franca que permite a conversa sempre

inacabada entre a representação do que somos e a orientação que buscamos.” A

cartografia também é utilizada por Nobre (2003, p. 69), que a considera como um

procedimento de pesquisa capaz de “apresentar e organizar os resultados obtidos em

atividades de campo [...]” permitindo que o pesquisador mapeie os dados e possa

visualizá-los em conjunto. Para nós os procedimentos de cartografia simbólica

possibilitam que analisemos os dados coletados de forma substantiva – vendo-os no

contexto do espaço histórico, social e cultural no qual ocorreram, portanto, pertinente 2

em trabalhos científicos alicerçados na história e na memória da educação em seus mais

diversos campos de aplicação.

Tais reflexões possibilitam compreender que trabalhos que trazem memórias

como fontes de pesquisa talvez sejam formas de respeitar e de construir conhecimentos

portadores de significados para a compreensão das relações humanas e sociais em certo

tempo e lugar, ocorrências do passado que trazem lições para o presente que se faz

futuro, sobretudo, se tiverem como parâmetro atitudes voltadas para a humanização e

para o senso de pertencimento social, cultural e planetário como no caso das pesquisas

que lidam empiricamente com lembranças do processo de escolarização e formação de

sujeitos.

Desse modo, compreendemos que lembranças podem ser traduzidas em

conhecimentos, representadas como fragmentos de memória que chegam ao presente

buriladas pelas experiências da vida, da história do sujeito; carregadas de nostalgia, em

relação ao passado que de certa maneira é conformado socialmente; oferecem assim,

ferramentas para atualizar o já vivido e para acreditarmos em expressões significativas

permeadas de sentimentos que ficaram armazenados, os quais poderão ou não aflorar

quando estimuladas no presente. Nesse sentido, ressalvamos que em pesquisa, as

lembranças devem ser colhidas com os cuidados necessários à estruturação de um

conhecimento

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