Cartografando O RN
Resenha: Cartografando O RN. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Danielbarbosa29 • 7/9/2014 • Resenha • 812 Palavras (4 Páginas) • 180 Visualizações
As discussões em torno de estratégias de pesquisa e de outros modos de
análise na área de história da educação com enfoque em abordagens qualitativas vêm
sendo feitas como uma tentativa de tornar os conhecimentos produzidos bem mais
sedimentados metodologicamente. Assim, ideamos este relato, considerando que as
estratégias metodológicas em pesquisas no âmbito das Ciências Sociais e Humanas têm
demandado estudos que utilizam procedimentos metodológicos inovadores, dentre os
quais podemos citar, o desenvolvido pelo pensador português Boaventura de Sousa
Santos.
A comunicação que ora apresentamos tem como objetivo relatar a experiência
desenvolvida na análise da pesquisa “Memória da Formação Médica: lembranças de
alunos egressos do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte”, realizada de 2003 a 2006, na Base de Pesquisa Cultura, Política e Educação, do
Departamento de Ciências Sociais, vinculada também ao Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais da UFRN. A fundamentação de tal metodologia encontra-se nas
propostas de Santos (2001) sobre os procedimentos de sociologia cartográfica ou
cartografia simbólica como mapas da realidade a ser representada socialmente.
Nessa perspectiva, observamos que Santos (2001, p. 224), tratando da
cartografia simbólica das representações sociais, diz: “os mapas são um campo
estruturado de intencionalidades, uma língua franca que permite a conversa sempre
inacabada entre a representação do que somos e a orientação que buscamos.” A
cartografia também é utilizada por Nobre (2003, p. 69), que a considera como um
procedimento de pesquisa capaz de “apresentar e organizar os resultados obtidos em
atividades de campo [...]” permitindo que o pesquisador mapeie os dados e possa
visualizá-los em conjunto. Para nós os procedimentos de cartografia simbólica
possibilitam que analisemos os dados coletados de forma substantiva – vendo-os no
contexto do espaço histórico, social e cultural no qual ocorreram, portanto, pertinente 2
em trabalhos científicos alicerçados na história e na memória da educação em seus mais
diversos campos de aplicação.
Tais reflexões possibilitam compreender que trabalhos que trazem memórias
como fontes de pesquisa talvez sejam formas de respeitar e de construir conhecimentos
portadores de significados para a compreensão das relações humanas e sociais em certo
tempo e lugar, ocorrências do passado que trazem lições para o presente que se faz
futuro, sobretudo, se tiverem como parâmetro atitudes voltadas para a humanização e
para o senso de pertencimento social, cultural e planetário como no caso das pesquisas
que lidam empiricamente com lembranças do processo de escolarização e formação de
sujeitos.
Desse modo, compreendemos que lembranças podem ser traduzidas em
conhecimentos, representadas como fragmentos de memória que chegam ao presente
buriladas pelas experiências da vida, da história do sujeito; carregadas de nostalgia, em
relação ao passado que de certa maneira é conformado socialmente; oferecem assim,
ferramentas para atualizar o já vivido e para acreditarmos em expressões significativas
permeadas de sentimentos que ficaram armazenados, os quais poderão ou não aflorar
quando estimuladas no presente. Nesse sentido, ressalvamos que em pesquisa, as
lembranças devem ser colhidas com os cuidados necessários à estruturação de um
conhecimento
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