Emprego Verde
Trabalho Universitário: Emprego Verde. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fdjsssss • 29/6/2014 • 4.231 Palavras (17 Páginas) • 493 Visualizações
3. PERSPECTIVAS PARA A GERAÇÃO
DE EMPREGOS VERDES.
3.1. A evolução recente da oferta de emprego nas atividades que já geram e que podem vir a gerar empregos verdes.
As mais recentes pesquisas de estudos a limitações dos dados disponíveis. A RAIS - Relação Anual de Informações Sociais, passou a adotar a CNAE 2.0 enquanto sistema de classificação das atividades econômicas a partir de 2006, interrompendo assim uma longa série histórica de dados setoriais sobre a oferta de empregos anteriormente apresentados com base nas categorias de atividades fornecidas pela CNAE 9.5. Consequentemente, toda e qualquer análise detalhada da evolução da oferta de empregos por atividade econômica fica necessariamente restrita aos últimos três anos, na medida em que não há uma correspondência exata entre as categorias mais desagregadas dos dois sistemas de classificação.
Apesar do curto período de avaliação Embora seja um período de tempo bastante curto, a avaliação do desempenho das várias atividades econômicas no que diz respeito à geração de empregos nesses três anos não deixa de indicar algumas tendências. É o que se pode concluir da análise das tabelas apresentadas na próxima página, que foram elaboradas a partir dos dados da RAIS de 2006, 2007 e 2008. Começando pela primeira, pode-se constatar claramente um crescimento relativamente pequeno, porém constante, da oferta de emprego nas atividades que contribuem para a redução das emissões de carbono ou para a melhoria/preservação da qualidade ambiental. Há que se destacar ainda o fato de que as taxas de crescimento do número de postos de trabalho oferecidos por essas atividades tem se mantido acima das taxas de crescimento do emprego formal em toda a economia. A consequência disso acaba sendo um ligeiro aumento ano a ano da participação dos empregos verdes no total de empregos formais mantidos no nosso mercado de trabalho.
A segunda tabela já apresenta um crescimento bem mais vigoroso do número de empregos oferecidos pela maioria das atividades baseadas na exploração de recursos naturais e/ou que dependem da qualidade ambiental. Apesar das oscilações da oferta de postos de trabalho em alguns agrupamentos, como o da agricultura de 2006 para 2007, a participação do conjunto deles no nosso mercado de trabalho formal tem se mantido por volta dos 14 %. Isso, por si, só, já demonstra o grande peso relativo desses setores para a geração de trabalho e renda na economia brasileira, ao mesmo tempo em que encarece a necessidade da introdução de novos padrões de produção nessas atividades, a fim de reduzir o seu alto consumo de energia e recursos naturais. A geração de empregos verdes aparece aí, portanto, como um imperativo imediato do processo de transição para uma economia ambientalmente sustentável.
Para além da análise fria dos números apresentados nessas duas tabelas, torna-se necessária uma avaliação dos eventuais impactos que algumas políticas recentemente adotadas ou em vias de adoção por parte do governo brasileiro poderão vir a ter sobre a evolução futura da geração de empregos verdes no Brasil. Este será o assunto da nossa próxima seção.
Gráfico:::::::
3.2. Medidas que podem impulsionar a geração de empregos verdes:
3.2.1. Programa Minha Casa, Minha Vida
A construção de um milhão de moradias nos próximos dois anos por este programa representa uma excelente oportunidade para a introdução de novas tecnologias mais sustentáveis, seja no próprio processo de produção dessas edificações, seja no seu uso posterior. Alguns equipamentos destinados a reduzir o consumo de energia e de água nesses edifícios já podem ser incluídos no seu financiamento, tais como sistemas de aquecimento solar, lâmpadas econômicas, medidores individuais de água e gás, dispositivos economizadores de água e o plantio de árvores. Dentre eles, a fabricação, instalação e manutenção dos sistemas de aquecimento solar aparecem como as atividades de maior potencial de geração de empregos verdes a curto prazo.
Segundo dados da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, caso esses sistemas venham a ser instalados em metade das residências a serem construídas, será necessário triplicar o pessoal ocupado nessas atividades, que hoje está por volta de 20 mil trabalhadores. Para que isso ocorra, porém, terá que haver, antes de mais nada, um grande esforço de convencimento dos tomadores de recursos financeiros desse programa – prefeituras à frente - no sentido de virem a incluir a instalação desses equipamentos nos contratos de construção dos seus conjuntos residenciais. Além disso, caberá aos fabricantes e revendedores dos sistemas de aquecimento solar se prepararem para atender a este aumento extraordinário da demanda, começando por desenvolver programas de capacitação profissional para a sua instalação e manutenção.
Mas a geração de empregos verdes no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida não deverá ficar restrita à fabricação, instalação e manutenção de sistemas de aquecimento solar. A
Caixa Econômica Federal, que é responsável pela gestão dos recursos financeiros do programa, estabeleceu 46 critérios de avaliação da sustentabilidade ambiental dos projetos de construção que se candidatam aos seus financiamentos, dos quais 12 aparecem como condicionantes obrigatórios. Os demais critérios servem de referência para a concessão do seu selo Casa Azul, que classifica os empreendimentos nas categorias Ouro, Prata ou Bronze de acordo com o número de requisitos atendidos. O cumprimento dessas exigências implica na adoção de práticas de construção sustentável que podem dar origem a muitos empregos verdes.
Entretanto, o número de empregos verdes gerados no setor da construção seria sem dúvida muito maior se a este sistema de certificação fossem associados alguns incentivos econômicos diretos à adoção de boas práticas, tais como uma pequena redução nos juros ou uma extensão dos prazos de carência e de quitação dos financiamentos dos empreendimentos imobiliários. Há que se levar em conta que o ciclo de vida dos edifícios é bastante longo e que qualquer investimento inicial para a introdução de padrões sustentáveis na sua construção terá sempre um largo período de tempo para ser amortizado. Por outro lado, os vários tipos de benefícios advindos da adoção desses novos padrões de construção também se farão sentir pelo resto de
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