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Epidemia De AIDS, Crises De Fome E Pobreza.

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Por:   •  8/9/2014  •  1.185 Palavras (5 Páginas)  •  411 Visualizações

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Epidemia de AIDS, crises de fome e pobreza.

Condições de clima adversas, fome, conflitos e doenças fazem da África a região mais pobre do planeta, apesar de petróleo, matérias-primas e bons níveis de crescimento atuais.

Considerado o berço da civilização, o continente africano convive com um clima hostil, visível em secas prolongadas em alguns países e chuvas em excesso em outros, tornando muitas zonas do continente dependentes de ajuda externa.

Exemplos da fome na África foram às crises na Etiópia, entre 1983 e 1985, quando milhares de pessoas morreram devido a uma seca prolongada, e, na mesma época, no Sudão, onde cerca de 250 mil pessoas morreram por falta de alimentos. Mais recentemente, a vítima foi Uganda.

A fome na África não é coisa do passado. Números da ONU indicam que atualmente 200 milhões de africanos sofrem com a fome e estão na África 16 dos 18 países pior alimentados do mundo.

Cheias, secas, erosão do solo, falta de meios e de técnicas (três quartos das terras são cultivadas sem fertilizantes e sementes melhoradas), mas também instabilidade política e conflitos (e a consequente fuga da população) levam às constantes crises humanitárias, ainda que todos os relatórios internacionais indiquem hoje um aceleramento da economia africana.

Em outubro passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmava que a África Subsaariana está vivendo o melhor período de crescimento econômico sustentando desde as independências, prevendo uma aceleração das economias de 6,1% este ano e de 6,8% em 2008.

Segundo o FMI, a economia de países do Chifre da África, como Etiópia e Sudão, vai crescer mais de 10% neste e no próximo ano. Na África Austral, o crescimento passará de 9,2% para 11% em 2008, com Angola na liderança do grupo.

As regiões dos Grandes Lagos, Centro e Oeste e a Zona Franco CFA também devem acelerar seu crescimento, prevê o FMI.

Estimativas otimistas da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento) também apontam para um crescimento na África, especialmente nos países exportadores de petróleo. Ainda assim, esse crescimento ficará abaixo do necessário para alcançar os objetivos de desenvolvimento, alerta a ONU no relatório econômico África 2007, apresentado no último mês de abril.

Em maio passado, na reunião do Banco Africano de Desenvolvimento, em Pequim, o secretário-executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas, Abdoulaye Janneh, foi muito claro ao afirmar que o atual crescimento econômico da África é insuficiente para reerguer as economias do continente.

A própria ONU, aliás, através do Programa Alimentar Mundial (PAM), alertava em março para a iminente crise alimentar na África Austral, provocada pelas cheias em Angola e Moçambique e pela seca em Lesoto, Zimbábue e Suazilândia.

O PAM, segundo palavras do diretor regional Amir Abdulla, assiste 4,3 milhões de pessoas na África Austral, vítimas de pobreza crônica e da epidemia de AIDS.

Doenças

A AIDS é a doença que mais causa mortes na África, onde, segundo dados divulgados pela ONU em 20 de novembro, só este ano foi registrado cerca de 1,7 milhão de novos casos.

Estima-se, segundo a Unaids, que 68% dos 22,5 milhões de infectados com o vírus vivam na África Subsaariana. Só na África do Sul, em 2005, a epidemia foi responsável por 346 mil dos 737 mil óbitos no país.

Em 2005, a AIDS matou 2 milhões na África Subsaariana, enquanto 24,5 milhões pessoas - entre elas, 2 milhões de crianças - vivem com a doença, que já deixou 12 milhões de órfãos.

Na África, o vírus atingiu proporções alarmantes, infectando 5,5 milhões na África do Sul, 2,9 milhões na Nigéria, 1,8 milhões em Moçambique, 1,7 milhões no Zimbábue, 1,4 milhões na Tanzânia e 1,3 milhões no Quênia.

Alarmantes são também os números sobre a malária. A infecção que mata mais de Um milhão de pessoas por ano, deixa 80% de suas vítimas na África Subsaariana, segundo a UNICEF, que especifica que 18% das mortes na África são de crianças até Cinco anos.

A malária consome anualmente uma média de 40% das verbas gastas pelos serviços de saúde africanos, sendo que a África é também o continente onde os Estados investem menos em saúde, segundo dados da ONU, que exemplifica com os casos da Tanzânia e do Maláui, onde existem apenas dois médicos por cada cem mil habitantes.

Além da AIDS e da malária, o continente é responsável por 50% dos casos mundiais de meningite (do Senegal à Etiópia, passando por Níger, Burkina Fasso e Mali, segundo o Instituto Pasteur) e por 25% dos casos de tuberculose notificados anualmente, embora viva na África apenas 10% da população do planeta.

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