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Geografia Solidariedade Espontânea e o COVID-19

Por:   •  25/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.028 Palavras (5 Páginas)  •  143 Visualizações

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                   Solidariedade Espontânea e o COVID-19

Baseado no filme "O poço".

"Existem três classes de pessoas: as de cima, as de baixo, e as que as que caem” (Trimagase. 2020, O poço, 1:37min)

Em 31 de dezembro de 2019, a OMS emitiu o primeiro sinal de alerta ao COVID-19 após uma pneumonia misteriosa em Wuhan, na China. O vírus faz parte da família coronavirus, que se deu início em 1960. Rapidamente ele se espalhou para vários países, tornando-se uma pandemia. Desde então, a prevenção e cuidados com as pessoas em situação de risco tornou-se pauta principal na saúde pública. Mas, o maior questionamento é se essa prevenção chegará à todas as classes sociais, ou será privilégio àqueles que têm acesso a uma educação de saúde básica?

No Brasil, o vírus tardou sua chegada, enquanto outros países já estavam com altas taxas de mortalidade por contaminação do COVID-19, como a Itália. Porém, o nível de extrema pobreza brasileira totaliza 13,5 milhões de pessoas, que sobrevivem com até 145 reais mensais, ultrapassando a população da Bolívia, segundo o IBGE. Fazendo uma analogia com o filme O Poço, traçamos uma linha de pensamento de como funciona a solidariedade diante à situações extremas como a pandemia atualmente.

Na estrutura do poço existem vários níveis que remetem as classes sociais, e em todos os meses a dupla presente em cada nível pode tanto subir como descer, fazendo assim que todos habitantes do local conheçam e vivenciam a realidade de cada classe social. A finalidade da experiência é conseguir comer, onde a administração oferece um banquete com os pratos preferidos dos que entram, uma vez ao dia, e essa comida vai descendo de nível até chegar ao último. Os que estão em cima comem tudo com fartura, enquanto os que estão nos últimos níveis não têm o que comer, já que não dividem a comida de forma adequada: “O que vamos comer? É óbvio: o que sobrou lá de cima.” (Trimagase, 2:50min). O mesmo se aplica na realidade do COVID-19, as pessoas do nível mais alto da pirâmide social têm acesso a todas as formas de prevenção do vírus, incluindo o privilégio de não precisar trabalhar fora de casa sem ser afetado de forma drástica na sua sobrevivência. Já os níveis abaixo, além de não ter condições suficientes de manter produtos de prevenção durante todo período de pandemia, como álcool em gel 70%, máscaras, luvas, locomoção com veículo particular, também não tem o seguro salarial pois a maioria das pessoas foram obrigadas a deixar o emprego quando os comércios fecharam, além de uma porcentagem ter sido despedida para não gerar mais custo à empresa, até chegar na base da pirâmide, onde uma parte da população não tem acesso nem à informação, ou seja, pessoas em nível de extrema pobreza.

No filme, todos que vivem no poço sobem e descem de nível e mesmo assim não mudam seu comportamento diante da comida. Até surgir o personagem Goreng, um homem de princípios comunistas, que desde o início critica a forma de funcionamento do local quando se depara com os restos de comida que chegam em sua plataforma, 48, mesmo estando em um nível considerado "bom" pelo seu parceiro Trimagase que ja esteve em níveis mais baixos onde já não chegavam comida. Ao longo da trama, o personagem Goreng tenta se adaptar ao cenário exposto pra sobreviver, até chegar o dia da mudança de nível, caindo para a plataforma 171. Nesse momento, ele passa pela realidade das pessoas da base da pirâmide social, tendo que fazer de tudo para sobreviver, passando por cima dos seus princípios, e também da ética e moral social. O diretor aborda isso de forma extrema com a prática da defesa pessoal e do canibalismo como forma de sobreviver a fome durante os 30 dias, mas podemos trazer essa perspectiva para nossa realidade, quando se trata das pessoas em condições miseráveis que para sobreviver fazem de tudo, até mesmo entrar na criminalidade já que gera um dinheiro rápido e fácil. Quando falamos de uma pandemia, as pessoas sem acesso à informação não irão ter como evitar a contaminação do vírus, já que não vão ter acesso as vias de prevenção, e que a princípio, precisam se preocupar em se alimentar para sobreviver. Com isso, a contaminação do COVID-19 toma proporções inimagináveis, colocando em risco não somente as pessoas de classe mais baixa como também os do topo da pirâmide social.

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