Lageado são José
Artigo: Lageado são José. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Doniceli • 30/3/2014 • 3.760 Palavras (16 Páginas) • 2.003 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho irá abordar os diversos problemas ambientais presentes em toda a bacia do rio Lajeado São José, onde sua micro bacia compreende uma área de 7.744 ha e um perímetro de 46 km, onde está inserida quase totalmente no município de Chapecó-SC, com suas principais nascentes em uma pequena área do município de Cordilheira Alta SC, com aproximadamente 3.000 habitantes logo a jusante da barragem o Lajeado São José junta-se com a sanga Taquarussu, formando o Lajeado Passo dos Índios, este se junta com o Lajeado da Divisa, formando o Rio Chalana, afluente da margem direita do Rio Uruguai que limita o município de Chapecó na divisa com Rio Grande do Sul.
O maior trecho do Lajeado São José, com aproximadamente 11 km de extensão, está entre as cotas de 600 a 650m de altitude onde predominam terrenos relativamente planos contrastando com as áreas das cabeceiras, esculpidas em rochas basálticas, porém a topografia é bem mais acidentada. O abastecimento público da cidade de Chapecó em Santa Catarina é feito pela CASAN Companhia de Abastecimento e Saneamento a partir do Lajeado são José, a captação situa-se na barragem, localizada no bairro Engenho Brau, a sudoeste da sede do município
O formato da bacia é alongado, no sentido norte-sul com características geológicas basálticas da formação Serra Geral, sua vegetação primária está na zona de contato entre duas formações florestais; Floresta Ombrófila Mista (floresta de araucária) e florestas estacionais Deciduais pertencentes ao Bioma da Mata Atlântica.
O Lajeado São José, encontra-se exposto, em todo o seu percurso, modificações antrópicas, seja nas áreas agrícolas ou nas ocupações urbanas. A principal nascente possui canal principal bastante reduzido, com 10 cm de profundidade aproximadamente. E no local desenvolvem-se plantas típicas de áreas alagadiças e gramíneas. Localiza-se dentro de uma propriedade rural com atividade agropecuária mista de suinocultura, bovinocultura e lavouras com culturas anuais. Em seguida percorre trechos próximos a estradas rurais, com mata ciliar reduzida ou ausente, com sedes de propriedades rurais muito próximas. A vegetação ciliar é composta de gramíneas, pequenos arbustos típicos da região e plantio de soja e milho são atividades principais desenvolvidas nas margens. Ao atingir a área urbana, o Lajeado apresenta modificações em suas margens, a mata ciliar apresenta-se degradada e ausente, permanecendo ilhas de vegetação arbustiva de porte médio associada a gramíneas e pequenas plantações de culturas anuais. Outra nascente muito importante na formação do Lajeado São José, é a nascente localizada em um bairro menos favorecido da cidade de Chapecó conhecido como Vila Rica, que foi o local escolhido para a realização do trabalho, onde as condições do sistema de tratamento de esgoto sanitário são deficientes e está causando sérias conseqüências ambientais.
1.1 JUSTIFICATIVA
Em torno da bacia do Lajeado São José existe um grande processo de urbanização e ao longo percurso há predominância das atividades agrícolas, o que acaba gerando grande desmatamento nas margens do rio, ou seja, a mata ciliar é quase inexistente, provocando assim o assoreamento do rio e causando prejuízo na qualidade da água e saúde da população. È observado também o avanço das casas residências e das indústrias.
A ocupação desordenada, ausência da mata ciliar e a presença de lavouras, tudo isso acaba provocando o assoreamento da barragem diminuindo a capacidade de reserva de água já que esta abastece toda população do município de Chapecó, provocando a contaminação da água por esgoto, metais pesados, acumulo de lixo, fertilizantes e agrotóxicos muito usados nas lavouras e lançamento de efluentes por parte das indústrias, onde a água nem sempre é devolvida dentro dos padrões exigidos, tudo isso contribui para que a água do Lajeado se torne imprópria para o consumo, ocasionando sério problemas a saúde publica e provocando várias doenças e até mesmo a morte.
O setor agrícola foi responsável pelo desenvolvimento da região Oeste Catarinense, onde o complexo agroindustrial se destaca principalmente na produção de suínos e aves. No entanto, a exploração intensiva da atividade agropecuária também é responsáveis por grande parte da degradação ambiental, com destaque para o comprometimento dos recursos hídricos promovidos pela carga de dejetos de suínos gerados no meio rural, isso acaba afetando grande parte dos mananciais, bem como o do Lajeado São José, onde ocorre à contaminação de suas águas, também a desordenada ocupação da população em volta de suas nascentes acaba acarretando sérios danos a bacia. A ausência das matas ciliares e poluição através de lixo, entulhos que são jogados na barragem vem afetando e comprometendo cada vez mais a qualidade da água e conseqüentemente a saúde da população do município de Chapecó.
2 MUNICIPIO DE CHAPECÓ E O LAJEADO SÃO JOSÉ
Situado na Região Oeste de Santa Catarina, o município de Chapecó vem crescendo e se desenvolvendo em ritmo acelerado. Com aproximadamente 210.850 mil habitantes, Chapecó vem crescendo e se desenvolvendo em ritmo acelerado, fato bastante preocupante, quando se trata de atender as necessidades básicas de todas essas pessoas, como, por exemplo, moradia e abastecimento de água e rede de esgoto.
Fonte: Testa et al (2006)
A falta de planejamento urbano no município vem gerando sérios problemas ambientais e de saúde pública devido à ocupação de área que deveriam ser preservadas para garantir uma boa qualidade de vida aos habitantes.
No ano de 1990, foi aprovada a Lei Complementar número 04, plano diretor de Chapecó, este plano estabelecia a zona de uso especial, na faixa marginal do acesso a BR 282 e a Área Proteção Ambiental na Bacia Hidrográfica do Lajeado São José. O PDDTC, (Plano Diretor de Desenvolvimento Territorial de Chapecó) em seu Artigo 131, destaca que a Macro área da Bacia de captação de água potável, é definido pelas áreas da bacia do Lajeado São José, cujo processo de ocupação do solo deve ser controlado a partir de critérios de desenvolvimento sustentável que priorizem o a conservação dos potenciais hídricos do Município e permitam o desenvolvimento de atividades que não comprometam a conservação do ambiente natural, mas não identificam, em nenhum momento, quais seriam os critérios de desenvolvimento sustentável, nem destaca as atividades que não comprometeriam a conservação daquele espaço natural. Em 2006 houve a revisão do plano diretor
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