Microbacia Hidrográfica
Casos: Microbacia Hidrográfica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ViniciusF.S.B • 1/10/2013 • 1.200 Palavras (5 Páginas) • 239 Visualizações
Qualidade da água numa
microbacia hidrográfica de cabeceira
situada em regiăo produtora de fumo1
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.3, p.391-399, 2005
Campina Grande, PB, DEAg/UFCG - http://www.agriambi.com.br
Protocolo 206 - 30/12/2003 - Aprovado em 25/2/2005
Celso S. Gonçalves2, Danilo dos S. Rheinheimer2, Joăo B. R. Pellegrini2 & Sinval L. Kist2
1 Trabalho Financiado pelo Programa de Monitoramento Ambiental do RS-Rural, CNPq e FAPERGS
2 DS/UFSM. CEP: 97105-900, Camobi, Santa Maria, RS. E-mail: celso@mail.ufsm.br (Foto). Fone: (55) 220-8108
Resumo: Sem respeitar sua capacidade de suporte aliado ŕ utilizaçăo maciça de agroquímicos, o
uso agrícola do solo vem comprometendo a qualidade da água superficial. Neste trabalho, tevese
por objetivo monitorar a qualidade da água do dreno principal de uma microbacia hidrográfica
(MBH) de cabeceira, situada em área predominantemente produtora de fumo e que utiliza
intensamente agroquímicos e manejo convencional. A MBH está localizada no distrito de Nova
Boęmia, em Agudo, RS. Coletaram-se amostras para análise em quatro pontos representativos do
arroio, nos primeiros oito meses de 2002 e se analisaram, nas amostras de água, parâmetros
microbiológicos, físicos e químicos; em um dos pontos avaliou-se a vazăo e o transporte de
sedimentos durante um evento chuvoso. As maiores concentraçőes de poluentes ocorreram nas
águas coletadas nos pontos de maior influęncia de lavouras e estabelecimentos rurais. Os meses
mais chuvosos coincidiram com as maiores contaminaçőes microbiológicas, principalmente por
coliformes fecais, enquanto os resultados mostraram que a água do arroio apresentou concentraçăo
de fósforo muito acima do padrăo da classe 3 do CONAMA (1986).
Palavras-chave: poluiçăo, agroquímicos, qualidade da água
Water quality in a watershed located
in a tobacco producing area
Abstract: The agricultural over use of the soil and excessive application of agrochemicals affect
water quality. The present work was carried out to monitor the water quality of the main drain of
a watershed cropped predominantly by tobacco, with intense use of agrochemicals and cultivated
under conventional tillage. The watershed is located in the district of Nova Boemia in Agudo (Rio
Grande do Sul State, Southern Brazil). During first eight months of 2002, samples were collected
at four representative points of the stream. Microbiological and physiochemical parameters were
analyzed. At are of the prints, the water flow and sediment transport was evaluated during a rain
event. The greatest concentration of pollutants occurred in the sample collected at the points of
intense farming influence and rural establishments. The most rainy months coincided with the
greatest biological contaminations, mainly by fecal coliforms. The results showed that watershed
water show phosphorus contents very high compared to standards of class 3 of CONAMA (1986).
Key words: pollution, agrochemicals, water quality
INTRODUÇÃO
A agricultura vem-se tornando grande fonte de
poluição difusa das águas superficiais, devido à utilização do
solo, sem respeitar sua capacidade de suporte e simplificação
da produção, via adoção de pacotes tecnológicos; no entanto,
esta atividade não é legalmente responsável pelos malefícios
potenciais que provoca aos recursos hídricos (Hatfield, 1993;
von Sperling, 2000). Segundo Pionke et al. (2000) as diferentes
formas de poluição são responsáveis por 74% do fósforo que
chega aos mananciais aquáticos e as áreas agrícolas contribuem
com a maior parte desse poluente (58%).
Ao longo dos anos, sobretudo com o aumento das
pequenas propriedades, formadas com a partilha de heranças,
vêm aumentando a produção intensiva e a contaminação
antrópica do meio (Odum, 1971). Aproximadamente um terço
das propriedades do Rio Grande do Sul (RS) mudou sua matriz
produtiva, saindo da agricultura de subsistência para a produção
de fumo, de forma integrada às empresas fumageiras (Costabeber,
1989).
R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, n.3, p.391-399, 2005
Hoje, a lavoura fumageira envolve mais de 170 mil
produtores no Sul do Brasil, onde mais de 80% das propriedades
têm menos de 20 ha (AFUBRA, 2004). No Rio Grande do Sul
são aproximadamente 95 mil famílias e, na sua maioria,
apresentam alto grau de empobrecimento. As propriedades se
localizam em áreas marginais cuja capacidade de uso do solo e
dos recursos naturais é facilmente desrespeitada. Geralmente,
as regiões de produção de fumo no Rio Grande
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