Mina Pitinga

Cassiterita – Mina Pitinga - Mineração Taboca

João Alves Sampaio1 José Fernando Garcia2

Marisa Bezerra de Mello Monte1 José Anselmo Campos2

INTRODUÇÃO

A mina de Pitinga está localizada no Município de Presidente Figueiredo, distante

300 km da cidade de Manaus-AM, e pertence à Mineração Taboca do Grupo

Paranapanema. Possui grande potencial mineral, com reservas significativas de

cassiterita (218 milhões de toneladas de reservas medidas), nióbio, tântalo, zirconita,

criolita e xenotima. O principal concentrado produzido é de cassiterita, tendo-se iniciado a

industrialização da columbita-tantalita no ano de 1998.

O processo de produção da cassiterita compreende a classificação; cominuição,

para liberação dos minerais de minério; a concentração gravítica; secagem; concentração

magnética e/ou eletrostática; embalagem e expedição. A estrutura da mina conta com

geração própria de energia através da Hidrelétrica Pitinga com capacidade de 26 MW o

que torna o empreendimento competitivo em nível mundial. A produção anual de

cassiterita, 18 871 t, com teor médio de 55% de estanho, é transportada através de

caminhão até a metalurgia em São Paulo, para obtenção de lingotes com pureza acima

de 99% de Sn. O estanho é empregado principalmente na fabricação de folha de flandres,

na confecção de latas para acondicionamento de alimentos. O Brasil, um dos maiores

produtores mundiais de estanho, oferece um produto de altíssima qualidade. A produção

atual de cassiterita torna o país auto-suficiente em estanho, sendo o excedente

exportado.

A empresa está investindo nos programas de Qualidade Total, visando, entre outras

metas, “ser um grupo empresarial de classe mundial Internacionalmente reconhecido,

dentro dos critérios do PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade) até o ano 2002”. Possui

também um programa de Preservação Ambiental voltado para a revegetação de áreas

mineradas. No ano de 1998, foram recuperados 501 hectares com plantio de 38.000

mudas de espécies florestais. Em relação aos projetos de expansão da empresa, foram

concluídos os estudos de viabilidade técnica e econômica para aproveitamento do

estanho primário na rocha fresca (chamada de rocha sã). O projeto exigirá grandes

investimentos a curto prazo, todavia prolonga por mais 20 anos a vida útil do

1 Pesquisadores, CETEM

2 Engenheiros da Paranapanema

2

empreendimento atual. Nesse contexto, prevê-se o aproveitamento do nióbio, tântalo e

criolita, como subprodutos do beneficiamento da cassiterita.

GEOLOGIA

As mineralizações de maior valor econômico estão relacionadas ao Granito

Madeira, isto é, estânio, zicônio, nióbio, tântalo, ítrio, terras rarase flúor, este último

elemento presente apenas na rocha fresca. As fácies apogranito ocorrem na porção

central do Granito Madeira. O Apogranito contém mineralizações primárias importantes de

cassiterita, que constituem a fonte principal de deposições aluvionares secundárias.

Esses depósitos são responsáveis por 50% da produção atual brasileira de estanho.

A diversidade da mineralização do Pitinga faz com que existam sete tipos de

minerais possíveis de aproveitamento comercial, três em operação e quatro em projeto. A

lavra do minério aluvionar e do minério primário intemperizado estão em atividade, bem

como o reprocessamento do rejeito proveniente da bacia de mistos. Em relação aos

projetos de implantação pode-se citar, entre outros, o minério primário não intemperizado,

rocha fresca, também chamado granito cinza, cujo método de lavra será do tipo mina a

céu aberto.

LAVRA

Para cada tipo de minério tem-se um método de lavra específico. Assim, no caso do

minério primário e intemperizado emprega-se o desmonte mecânico com trator de esteira

para escarificação, seguida da retomada do minério por meio de uma retro-escavadeira.

O minério lavrado, com Wi de 12 kWh/sht e relação estéril/minério de 0,06, é transportado

em caminhões fora-de-estrada, CAT 769 com capacidade de 28 t. A distância média de

transporte (DMT) entre a mina (Figura 1) e a usina de processamento é 1,9 km. O teor

médio do minério é 0,17% de Sn, obtido a partir da blendagem de várias frentes de lavra.

Com esse método, obtém-se uma recuperação na lavra próxima de 100%. O teor de

corte é função do processo de pré-concentração, que permite tratar somente a fração do

minério com granulometria acima de 45 μm. No caso de minério aluvionar, emprega-se o

método de lavra com dragas.

BENEFICIAMENTO - PRÉ-CONCENTRAÇÃO DO INTEMPERIZADO

O minério primário de cassiterita, associado ao granito intemperizado da Serra