O FENÔMENO POR TRÁS DAS ONDAS GIGANTES DE NAZARÉ E SEUS IMPACTOS NO ECOSSISTEMA MARINHO
Por: juju.juju • 5/10/2022 • Trabalho acadêmico • 2.211 Palavras (9 Páginas) • 101 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA
CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA
ANGELO ANTONIO DUARTE MOSTACO DIAS
DENISE DE SOUZA SANTOS
JULIA BOAVENTURA DA SILVA
MARIANA FARIAS SEABRA
NATHALY GODOI DA SILVA
RAFAELA DE SOUZA MENDONÇA
O FENÔMENO POR TRÁS DAS ONDAS GIGANTES DE NAZARÉ E SEUS IMPACTOS NO ECOSSISTEMA MARINHO
Ilha Solteira
2022
- Introdução
O presente trabalho trata-se dos fenômenos por trás das ondas gigantes de Nazaré e seus impactos no ecossistema marinho. Vários fatores podem contribuir para a formação de ondas gigantes, ventanias podem ser uma das causas, ventos de 60 km/h já são suficientes para provocar a geração de ondas de até 7 metros no oceano. Outra causa de ondas gigantes é o formato da costa do continente, quanto mais suave for a transição entre o fundo do oceano e a região costeira, menos chance daquele litoral ser surpreendido por ondas gigantes, isso interfere na força com a qual a água vai atingir a costa: se a profundidade diminuir abruptamente, a parede de água vai arrebentar e subir, formando ondas gigantes (França, 2018; FLUXO DE INFORMAÇÃO, 2022).
Esses eventos também podem estar associados a fatores geológicos da área ou a fatores exógenos, a exemplo da queda de meteoritos. Os fenômenos de ordem tectônicas são as principais causas das ondas gigantes características dos tsunamis, principalmente abalos sísmicos que se originam no assoalho oceânico (França, 2018; FLUXO DE INFORMAÇÃO, 2022).
Na cidade de Nazaré em questão, que fica localizada na costa da região central de Portugal, as ondas acontecem devido à uma costa com um intenso declive, em diversos casos com falésias (formações de relevo resultantes de um conjunto de processos erosivos, especialmente a erosão marítima), e enormes paredes submersas, que favorecem a geração de interferência construtiva. Todas essas condições, combinadas com ondas geradas pelo vento na frequência ideal, causam as tão cobiçadas ondas gigantes (França, 2018; FLUXO DE INFORMAÇÃO, 2022).
Outro fator que influencia, que faz com que essas ondas sejam muito maiores na região do que em outros lugares da costa portuguesa é a presença de um cânion submerso, que são formações geomorfológicas normalmente associadas à erosão da terra (França, 2018; FLUXO DE INFORMAÇÃO, 2022).
Podemos então concluir que essas ondas que acontecem na região são consequências da formação geológica do local e dos processos de erosões que foram acontecendo com o tempo, bem como o fator climático que acaba influenciando também. Já o ecossistema da região sofre impactos, porém muitos impactos são positivos, como um possível lugar de refúgio para alguns pertencentes do ecossistema marinho, especialmente aqueles que preferem águas profundas, isso acaba gerando até descobertas de novas espécies, o que é um benefício e além disso, o Canhão é tido como um importante local de exploração econômica, tendo em vista a grande bacia de sedimentos formada no fundo do desfiladeiro, Nazaré também recebe muitos turistas ao ano e surfistas de várias regiões por conta de suas ondas gigantes, o que acaba gerando lucro pra cidade e também sendo mais um ponto positivo.
O objetivo desse trabalho é entender como são formadas essas ondas gigantes e os impactos que são causados no ecossistema marinho local.
- Localização e turismo de Nazaré
A cidade de Nazaré está localizada em Portugal no Distrito de Leiria, na costa da região central de Portugal, com pouco mais de 15 mil habitantes. Está a apenas 122 km de distância de Lisboa e a 214 km do Porto.
Localizada ao norte de Lisboa, Nazaré recebe as ondulações gigantes geradas nas tempestades do oceano Atlântico, á muitos quilômetros dali. O que faz com que essas ondas sejam muito maiores na região do que em outros lugares da costa portuguesa é a presença de um cânion submerso, também chamado de canhão – o famoso Canhão da Nazaré (Pabst, 2020).
O turismo é um dos grandes pontos da economia da cidade, devido ao tamanho monumental de suas ondas.
- Sitio de Nazaré
O Sítio da Nazaré é um dos principais bairros, onde toda a história da cidade começou. Ele fica no alto de uma montanha e é um local onde prevalece a peregrinação e culto, já que foi lá que a Nossa Senhora de Nazaré, segundo a lenda, apareceu. O acesso até o topo do Sítio se dá ou de carro ou a pé, através de uma escada. Mas há também um bondinho. No topo, alguns pontos como o Santuário da Nossa Senhora de Nazaré, o Miradouro do Suberco, a Ermida da Memória, o forte de São Miguel Arcanjo e, a Praia do Norte das ondas gigantes (Gracioli, 2019).
- Praia do norte
Cercada por dunas, bosques e pinheiros a famosa praia das ondas gigantes é uma das mais bonitas, justamente pela integração de toda essa vegetação ao mar. Essas grandes ondas só acontecem no fim do outono e inverno, quando é a alta temporada para o surf em Portugal (Gracioli, 2019).
- Período de formação de Nazaré e a Bacia Lusitaniana
A vila da Nazaré está localizada na Bacia Lusitaniana e possui formações rochosas espetaculares. O famoso Promontório da Nazaré é um dos locais mais turísticos e geologicamente interessantes (BLACKSMOKER, 2021;2022).
No final do Paleozoico, processos tectônicos formaram o supercontinente Pangeia. Posteriormente, a ruptura do continente, que hoje corresponde à parte ocidental do continente português, provocou o colapso de vários blocos rochosos, criando uma complexa depressão que foi invadida pela água do mar, a Bacia Lusitaniana (BLACKSMOKER, 2021).
A Bacia Lusitaniana formou-se no Mesozoico, durante o período de rifteamento no final do Triássico, associado à primeira fase da abertura do Atlântico Norte (BLACKSMOKER, 2021).
Nos registros mesozoicos da Bacia do Lusitânia podem ser identificados quatro principais etapas de enchimento com clara correspondência com as fases de estruturação do Atlântico, sendo elas:
1. a etapa entre o Triássico superior e o Jurássico médio;
2. a etapa entre o Jurássico superior e o Cretáceo inferior;
3. a etapa entre o Valanginiano (Cretáceo inferior) e o Aptiano (Cretáceo inferior);
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