O Que é Praxis
Por: LEEANDRO • 23/6/2021 • Resenha • 2.820 Palavras (12 Páginas) • 147 Visualizações
Filosofia da Práxis
práxis é um termo utilizado para definir a ação propriamente dita e tem como seu sinônimo prática, a mesma é bem mais aceita do que o primeiro termo usado
A utilização do termo práxis pelo autor é no sentido da produção humana e que não necessariamente se encaixa no caráter utilitário.
A teoria das práxis não apenas serve para interpretar o mundo, mas também como um guia para a sua transformação
Práxis, já é entendida como atividade do homem social, assim as condições a passagem da teoria à prática e assegura a interna utilidade entre uma e outra
O verdadeiro sentido da práxis, como a atividade real, objetivo resultando um ser prático cotidiano no qual tem uma concepção nas autêntica da práxis,
A verdadeira práxis supera o ponto de vista limitado e mistificado da consciência Idealista
A teoria da práxis revolucionária, adota um comportamento que deixa de ser espontânea ou intuitiva com a finalidade de compor a compreensão da práxis como ingênua ou espontânea
Esboço histórico
A atividade prática material (trabalho) era considerada no mundo grego, uma atividade indigna dos homens livres e própria dos escravos, e se exaltava a atividade intelectual. Para desenvolver esse demônio, a inovação foi a polis, expressão mais alta do processo de transformação consciente como ser social. A ideia de que o homem se faz a si mesmo e se eleva como ser humano justamente através de uma atividade prática, como seu trabalho, transformando o mundo material, na consciência filosófica moderna. Para os gregos, a isenção de qualquer atividade prática material, separada da teoria, contempla a prática.
Platão e Aristóteles, expressam essa concepção de forte marcante. Para Platão, a vida teórica, adquire uma primazia e um estatuto metafisico que até então não tivera. Viver, é contemplar, e, por conseguinte, a vida plena é alcançada com a liberdade de tudo que te impede (apegos materiais, coisas e afazeres práticos) de contemplar ideias perfeitas, imutáveis e eternas. Aristóteles indica que a atividade prática material carece de um significado propriamente humano, e que o Estado não pode tolerar que seus cidadãos se dediquem à vida operário mecânica ou comerciante, desprezando assim, igual seu mestre, todo trabalho físico. Assim, uma vida teórica como vida na qual o homem tem como objeto “o que é ótimo por si mesmo” é a mais humana, verdadeira e também, virtuosa.
A práxis material produtiva (trabalho), torna o homem escravo da matéria e das coisas, sendo indigna para homens livres, que só podem viver no ócio, entregues à contemplação ou à ação política, em contato com as ideias ou regulando conscientemente os atos dos homens, como cidadãos da polis.
Por mais importante que seja o papel da ação política, a teoria não perde seus direitos, assim os dois filósofos já citados, legitimaram o que podemos chamar de práxis política. Platão teve consciência de que a teoria deve ser prática, e o pensamento e a ação devem manter-se uma unidade. Assim, ideias se tornam práticas por si mesmas. Apenas para a atividade política, Platão vê uma prática digna, com a condição de que ela se deixe impregnar totalmente pela teoria. A práxis política dos homens não cumpre outra função a não ser de deixar-se guiar ou moldar pela teoria, sem que esta, inversamente, receba algo da prática. Admite-se que a teoria possa ser prática e reconhece assim uma práxis política, mas sempre que esta seja a aplicação dos princípios absolutos da teoria. A práxis há de ser filosófica e vale por seu conteúdo racional, teórico.
Aristóteles, admite a práxis política, mas sempre com o um nível inferior a vida teórica. A realidade política de seu tempo, leva-o à conclusão de que a unidade de teoria e prática é impossível, impraticável, e por tanto, é preciso renunciar a ideia. A teoria no enfoque platônico, mostrou-se impraticável ao não admitir outra atividade prática senão a regida por ele. Aristóteles, pensa que é necessário levar em conta exigências da vida real, e não se guiar pela razão teórica. Portanto, a teoria deve renunciar à prática, e esta tem que tornar-se independente da teoria, mas isso não quer dizer que a atividade política seja essencialmente irracional.
Tanto para Platão quanto para Aristóteles, o homem só se realiza verdadeiramente na vida teórica, assim a negação das relações entre a teoria e prática material produtiva, provem no pensamento grego de uma concepção do homem como ser racional ou teórico por excelência. Essa concepção é ideologicamente correspondente ideologia dominante nas condições sociais antigas da cidade onde a produção escravagista e a insuficiência da mão-de-obra servil para satisfazer as necessidades práticas, fazem com se ignore o trabalho humano, o apresentando como mera rotina. A divisão social do trabalho, aprofunda a divisão entre a contemplação e ação, e leva à exaltação do homem como ser teórico.
A sociedade grega antiga ignora ou repele a práxis material produtiva, ao mesmo tempo em que aceita a atividade política, mas sem com isso abalar a primazia da atividade teórica. Porém, dentro de seu própria Antiguidade grega, existiu quem discordasse. Antifon, proclama que todos somos iguais por natureza, e não há distinção por origem. A necessidade do trabalho, provém da chegada da glória. Pródico, outro sofista, dá valor ao trabalho. Porém, essa separação radical entre teoria e prática, é a principal característica da Grécia clássica e que serve de base para a atitude depreciativa do trabalho e artes mecânicas.
A consciência filosófica da práxis sobre uma mudança radical no Renascimento. Nessa nova perspectiva filosófica, o homem deixa de ser um mero animal teórico para ser também sujeito ativo, construtor e criador do mundo. Reivindica-se a dignidade humana não só pela contemplação, mas também pela ação. Homem ente de verdade e razão. Principia-se a avaliar o conhecimento e a transformação da natureza de acordo com os interesses econômicos da burguesia e do começo da produção capitalista. O poder e o futuro dessa classe social estão ligados à transformação prático-material do mundo e ao progresso da ciência e técnica, condicionados pela transformação. O conhecimento científico deixa de ser uma atividade válida por si mesma, que se degrada por ser aplicada aos problemas prático-mecânicos, para se impulsionar com ao serviço da produção capitalista. Isso acarreta em uma nova atitude com relação às atividades humanas vinculadas à transformação: não são mais feitas pelos escravos, mas sim pelos homens livres. Porém antigas crenças ainda eram obedecidas: Leonardo elevou seu trabalho de artesão, a ciência para livra-la de seu lado servil mecânico. Giordano Bruno, condena o ócio e enaltece o trabalho, uma vez que o a estupidez ainda liga o homem a sua animalidade e o tira de um estado propriamente humano. Assim, o trabalho torna possível a existência de um reduzido grupo de sábios ou heróis contemplativos.
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