O TELHADO VERDE: Possibilidade de integração dos meios urbano e natural
Por: Quiropraxia • 10/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.461 Palavras (10 Páginas) • 424 Visualizações
TELHADO VERDE: Possibilidade de integração dos meios urbano e natural.
RESUMO
O presente trabalho é um estudo da prática do telhado verde como forma de construção sustentável. O objetivo é mostrar que tal prática pode ser aplicada sem impedir que os centros urbanos continuem se desenvolvendo e traz inúmeros benefícios que podem ser sociais, ambientais e econômicos. Além disso, o telhado verde será, de forma básica, exposto em relação a sua composição, aplicabilidade, forma de montagem, quais os tipos de cobertura verde existentes e sua manutenção e custo. Como base para desenvolvimento do projeto, foram feitas pesquisas em artigos científicos, vídeos e reportagens.
1. INTRODUÇÃO
“A ocupação urbana cresce e junto crescem os problemas gerados por ela” (BALDESSAR; TAVARES, 2012). Enchentes, poluição e falta de áreas verdes são consequências do crescimento urbano desenfreado e uso de recursos naturais de forma irresponsável, que comprometem a qualidade de vida nos centros urbanos. Por isso, a questão da sustentabilidade tem estado em evidência e vem ganhando cada vez mais espaço. A conotação mais ampla do termo desenvolvimento sustentável pressupõe “uma relação equilibrada com o ambiente em sua totalidade, considerando que todos os elementos afetam e são afetados reciprocamente pela ação humana” (SESC, 2016). Ou seja, a sustentabilidade preza o desenvolvimento social e econômico das gerações atuais em comunhão com o ambiental, de forma que as futuras não sejam prejudicadas.
Sendo a indústria da construção civil (ICC) uma área de alarmante impacto ambiental, por sua grande geração de resíduos sólidos e intenso consumo de recursos naturais e finitos, como madeiras, energia, água, entre outros, é importante que ela se concilie com a sustentabilidade e desenvolva práticas que amenizem seus impactos. Segundo a SINDUSCON-MG (2012), ao se construir de maneira sustentável, obtém-se menor geração de resíduos, fontes renováveis podem ser utilizadas para gerar energia e a água da chuva pode ser reaproveitada.
Tendo isso em vista, a prática da aplicação dos telhados verdes nos centros urbanos se apresenta como uma das principais formas de construir de maneira que não agrida a natureza. É como se, ao invés de eliminar as áreas verdes para que casas e prédios possam ser construídos em determinados locais, essas áreas fossem erguidas para cima dos prédios (ENVEC, 2015), como pode ser observado na figura 01. Em outras palavras, sua implantação permite gerar novas áreas naturais, sem impedir a expansão das construções civis, impulsionadas pelo desenvolvimento urbano. Dessa forma, existe um aumento da biodiversidade daquele local, a água da chuva pode ser controlada, uma área de lazer ou uma horta surge nas construções, trazendo benefícios sociais e econômicos.
Figura 01 – Exemplo de Telhado Verde em Brasília
Fonte: ENVEC (2015)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. TELHADO VERDE
2.1.1. ESTRUTURA DE COMPOSIÇÃO
O telhado verde é um sistema construtivo no qual a cobertura tem sua superfície composta por uma vegetação. Esse sistema pode ser aplicado em lajes ou telhados convencionais, apresentando o uso de plantas ou grama. Para a implantação desse tipo de telhado é necessário planejamento e a construção de uma estrutura diferente das utilizadas nas lajes convencionais para coberturas com telhas. A estrutura para o telhado verde precisa suportar o peso da terra, possuir mantas de isolamento e impermeável, além de outras camadas essenciais. Segundo Araújo, 2007, na composição de um telhado verde são necessárias as seguintes camadas (figura 02):
• Laje: elemento estrutural que deve suportar as cargas permanentes do telhado verde e eventuais cargas acidentais;
• Camada impermeabilizante: tem a função de proteger o elemento estrutural de infiltrações, utilizando materiais sintéticos ou betuminosos;
• Camada drenante: onde ocorre a drenagem e a filtração da água. Essa camada é fundamental, por permitir a vazão do excessos de água no solo, podendo ser feita de argila expandida, brita ou seixos;
• Camada filtrante: Geralmente constituída de geotêxtil , tem como função a retenção de partículas que seriam transportadas pela água da chuva;
• Membrana de proteção contra raízes: Possibilita que haja um controle do crescimento de raízes, que poderiam vir ser prejudiciais ao sistema (SILVA, 2011);
• Solo: Substrato orgânico que precisa ter uma drenagem eficiente e boa composição mineral de nutrientes;
• Vegetação: Deve ser escolhida de acordo com o objetivo da obra, tendo em vista aspectos como o clima predominante na região, tipo de solo que será utilizado e o tipo de manutenção que será realizada futuramente.
Figura 02 – Camadas Componentes do Telhado Verde
Fonte: GREENCOATINGS (2007)
Segundo Araújo (2007), as etapas construtivas do telhado verde são as seguintes:
• Etapa 1: acima da laje são construídas muretas de contenção com os drenos já instalados;
• Etapa 2: é aplicado na laje e nas muretas o material impermeabilizante;
• Etapa 3: aplica-se o material que vai compor a camada drenantes;
• Etapa 4: é colocado o material que compõe a camada de filtragem, na maiorira das vezes uma manta geotêxtil;
• Etapa 5: é introduzida a camada de solo com os nutrientes necessários. Sua espessura é definida conforme o porte das plantas;
• Etapa 6: são aplicadas as mudas ou plantas que vão integrar o telhado verde.
2.1.2. TIPOS DE TELHADO VERDE
O tipo de telhado verde a ser utilizado depende do propósito que o mesmo terá e do tipo de laje em que será instalado e, após uma avaliação estrutural, ele poderá ser extensivo, intensivo ou semi-intensivo. Para a IGRA, International Green RoofAssociation, (2011) apud (SILVA, 2001) , os critérios descritos na tabela 01, podem ser utilizados para caracterizar as três formas diferentes de Telhados Verdes:
Tabela 01 – Tipos
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