Os Anonymous
Por: Rafa Bonini • 29/10/2018 • Projeto de pesquisa • 1.549 Palavras (7 Páginas) • 147 Visualizações
COLÉGIO SÃO JOSÉ
ANONYMOUS
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São Leopoldo, 06 de maio de 2018
INTRODUÇÃO
Legião originária em 2003, a Anonymous representa o conceito de muitos usuários de comunidades online existindo simultaneamente como um anárquico e digitalizado cérebro global.
Quando perguntam quem faz parte do grupo, a resposta entregue é simples: estudantes, analistas de TI, médicos, químicos, jornalistas, professores, políticos, atores, arquitetos, dentistas. Qualquer pessoa que acredita na ideia da defesa das liberdades individuais e coletivas por meio da consciência pode se considerar Anonymous. É uma ideia, sem líderes ou regras.
“Hoje, Anonymous é uma ideia de mudança, um desejo de renovação. Somos uma ideia de um mundo onde a corrupção não exista, onde a liberdade de expressão não seja apenas uma promessa, e onde as pessoas não tenham que morrer lutando por seus direitos. Não somos um grupo. Somos uma ideia de revolução. Acreditamos que cada geração encontra sua forma de lutar contra as injustiças que encontra. Temos em mãos pela primeira vez o poder de produzir, distribuir e trocar informações. Uma oportunidade nunca vista antes na história para colaboração e construção de um mundo onde a esperança, a dignidade e a justiça sejam princípios a serem respeitados. ”
-Anoymous Brasil
O grupo hacker começou a ser articulado em meados do ano de 2003, quando pessoas se reuniam no 4chan, um site com fóruns de discussão sobre qualquer assunto. Os usuários que não revelavam sua identidade tinham suas mensagens postadas com a assinatura “anonymous”. A ideia de criar uma identidade que unificasse anônimos em torno de uma só representação não demorou a surgir.
“Logo de início, o primeiro agrupamento reuniu hackers, artistas e ativistas. O modo de agir dos primeiros anons [como ficaram conhecidos] se espalhou rapidamente”, analisa Sergio Amadeu da Silveira, doutor em sociologia e pesquisador em tecnologia da informação e ativismo hacker na Universidade Federal do ABC (UFABC). No início, os anons agiam por pura diversão. Invadiam plataformas de jogos infantis para incomodar crianças e zombavam de internautas em sites de relacionamento. Aos poucos, a zoeira foi dando lugar a ações de engajamento.
A partir de 2008, o coletivo Anonymous ficou cada vez mais associado ao hacktivismo libertário, sempre com o objetivo de promover a liberdade de expressão, principalmente na Internet. A primeira das intervenções que lhes atribuiu esse status, uma espécie de declaração de guerra contra a Cientologia, começou quando um vídeo de Tom Cruise (membro da religião) vazou na Internet. Basicamente, no vídeo o ator insinua, com ar de superioridade, que os cientologistas estariam acima de pessoas comuns, pois são capazes de evitar que “coisas ruins aconteçam”. O vídeo viralizou, o que não agradou os advogados da Cientologia, que ameaçaram processar quem divulgasse o material. Eles conseguiram derrubar praticamente todos os links de acesso, e dessa vez quem não gostou da situação foram os membros do Anonymous, desagradados pela ideia da censura.
Nos fóruns de discussão, diversos anons começaram a agitar os demais participantes, pregando que a Cientologia não permitia a liberdade na internet. Os hackers se organizaram para subir o vídeo em diversos websites. Cada nova postagem, no entanto, era prontamente derrubada por alguma ordem judicial encabeçada pelos cientologistas. “Então esse vídeo que eles tentavam tanto suprimir foi parar em todos os lugares. Para onde quer que você olhasse na internet, dava de cara com isso”, afirma um membro do grupo em entrevista ao documentário We Are Legion, de Brian Knappenberger.
A igreja, em uma tentativa de desqualificar o movimento, chamava-os de cyber terroristas. Enquanto isso, a legião anônima crescia ao se posicionar como um exército capaz de ir contra a censura, tanto no mundo real quanto no virtual. Propondo liberdade e transparência, o Anonymous começou a ser exaltado na Internet.
Os Anonymous nunca foram um grupo estruturado ou fixo. Os vários ataques na história do movimento não possuem um líder determinado, apesar de existir sim um núcleo central de pessoas que normalmente incentiva-os. Qualquer um pode se juntar aos fóruns de discussão e aos ataques, passando então ser designado como Anonymous.
Existem diversas formas de ‘ataque’, mas a mais comum delas é bem simples de se tomar parte: basta usar um programa de computador que permite bombardear um site com múltiplos pedidos de acesso, fazendo com que ele fique lento a responder e podendo torna-lo inacessível.
Eles não possuem o objetivo de roubar, como também de prejudicar os usuários de internet, mas sim, mostrar a vulnerabilidade do sistema como também expor atos de corrupção, pedofilia, falta de liberdade na internet, entre outros.
Durante os anos que se passaram, o grupo foi deixando sua marca com diversos feitos ao redor do mundo. Em 2007, relataram à polícia sobre o interesse sexual por menores de idade na internet do ator Chris Forcand. Eles também colaboraram com a polícia na divulgação de nomes que estavam ligados à pedofilia na internet. Após conseguir acesso a um site de pornografia infantil, conseguiram fazer com que os usuários baixassem uma suposta atualização de um software que seria capaz de ocultar suas identidades, mas que na verdade os direcionava a um site controlado pelo grupo, onde podiam armazenar o IP dos visitantes. Foram publicados os nomes de mais de 1500 pessoas que frequentavam sites de pornografia infantil. No mês de dezembro de 2010, o site WikiLeaks, organização nacional sem fins lucrativos que publica em sua página documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos considerados popularmente sensíveis, foi ‘pressionado’ a parar de publicar os telegramas secretos do serviço diplomático dos Estados Unidos. O Anonymous, por sua vez, declarou apoio ao WikiLeaks, e lançou ataques DDoS contra Amazon, PayPal, MasterCard, Visa e ao Banco Suíço PostFinance, que eram os principais responsáveis por tomar medidas contra o site. Mas há outro lado.
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