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RESENHA DO LIVRO: IDEOLOGIAS GEOGRÁFICAS

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Por:   •  14/10/2014  •  947 Palavras (4 Páginas)  •  2.726 Visualizações

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PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO

Kátia VALERIANO

RESENHA DO LIVRO: IDEOLOGIAS GEOGRÁFICAS

A proposta do Professor Antonio Carlos Robert de Moraes ao elaborar o livro “Ideologias Geográficas”, foi de expor um panorama menos reduzido das ideologias que permeiam a Geografia, pois, segundo o autor, o tema tem sido centralizado apenas “(...) ao discurso específico da Geopolítica, como se os demais campos dessa disciplina [Geografia] não constituíssem também um amplo e eficaz veículo ideológico”. (MORAES, 2005, p.11)

Em seu raciocínio, quanto ao sujeito na produção do espaço, o autor, a princípio, conceitua o espaço, e pontuando a historicidade da paisagem, dá crédito ao homem pela produção desse espaço, através de suas ações sobre o meio geográfico, expressando sua vivência, sua cultura, num determinado momento da história. Ao dar significado e construir uma relação com o lugar em que vive, o homem traz à realidade suas necessidades, visto que as ansiedades, interesses, desejos e sonhos são motivadores para essa mudança constante no espaço que é construído e reconstruído.

O autor recorre a História do Pensamento Geográfico para utilizá-la “como um parâmetro aglutinador de outras formulações” (IBID, p.31-32) a fim de elucidar-nos quanto à questão da Geografia e consciência do espaço, que é um indicador da evolução e consciência da sociedade e dos indivíduos com respeito ao espaço e as possibilidades que esse saber dá aos homens e as forças hegemônicas que se apropriam do espaço – seja ele territorial, regional, social, filosófico.

Moraes (2005) se propõe a trazer ao conhecimento dos leitores a importância de ideologias que servem para controlar, expugnar, eliminar, a serviço do Estado ou de elites que se aproveitam da falta de conhecimento ou interesse de populares; em contrapartida é possível também encontrarmos ideologias que se apresentam dotadas de conceitos mais humanos, respeitando a alteridade, a cultura; ideologias em constante movimento buscando prevalecer os interesses de vários setores da sociedade.

O autor apresenta diversos autores com suas respectivas proposições sobre o tema – Ideologia – justamente para informar e indicar um trajeto para seguir até a formação da identidade e território brasileiro.

Quando mencionado o pensamento geográfico, a intenção foi recapitular as escolhas que ocorreram no Brasil no sentido da formação e expansão do território nacional, de acordo com o autor. Passando pelo determinismo de Ratzel, pelas argumentações de Marx, pelos estudos e pesquisas de intelectuais brasileiros – Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes – “(...) a história brasileira é um contínuo processo de expansão territorial, ainda em curso na atualidade” (IBID, p.94). De Pindorama a Brasil, o território foi marcado pela violência, pela expropriação, pela escravidão, pela arrogância do europeu que adentrou e ocupou uma terra que já tinha dono e utilizou as riquezas naturais na Europa, sem preocupar-se com o povo que aqui se formava.

“Assim, vai sedimentando-se uma ótica, ao nível das classes dominantes de claro conteúdo anti-humano, onde o país é identificado com o seu espaço sendo a população um atributo dos lugares”. (IBID, p.98).

O autor coloca a dificuldade em estabelecer uma identidade única para o povo brasileiro, visto que o processo de formação histórico por si só, demonstra essa “miscelânea” de culturas e ideologias. Ideologias que no campo político submeteram o país a períodos de altos e baixos, inclusive nos aspectos econômico e social.

Moraes (2005) faz uma retrospectiva dos governos regionalista, do governo de Juscelino Kubistchek – “50 anos em 5” (IBID, p.134), governo de Getulio Vargas, o Golpe Militar de 1964 – que segue uma trajetória de repressão, violência, assassinatos.

Descreve também o percurso da Educação até seu estabelecimento

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