Região: A Evolução De Uma Categoria De Análise
Pesquisas Acadêmicas: Região: A Evolução De Uma Categoria De Análise. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Silvieira • 25/10/2014 • 1.936 Palavras (8 Páginas) • 780 Visualizações
Questão proposta: A partir do texto “Região: A evolução de uma categoria de análise” de Grisélia Lima Carvalho, como também outras fontes bibliográficas. Partindo dessas referências, redigir um resumo analisando várias abordagens dos diversos contextos de região.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente texto traz contribuições para refletirmos sobre os diversos contextos e significações do conceito região. O que se pode afirmar que “não há” um conceito pronto e acabado sobre região, e sim vários desdobramentos atrelados às abordagens, passando pelas correntes da Geografia Clássica, Nova Geografia, das Críticas Radical Marxista e Humanísticas e, por fim, a uma Geografia dita Pós Moderna. Todas as facetas relacionadas à região esmeram-se na análise da sua história, sofrendo abalos e rupturas ao longo da evolução, cujos reflexos provêm da modernidade e da pós-modernidade.
Buscando atender a sociedade e o Estado, vários autores contribuíram para o estudo regional e para a geografia, todas as propostas deram a sua parcela contributiva, porém não se pode afirmar uma leitura real sobre a categoria “região” na contemporaneidade. Discutiremos assim a relevância das questões e contribuições regionais decorridas; alguns dos fundamentos pelos quais se produz a diversidade territorial, base para qualquer proposta de regionalização, e as principais polêmicas em torno de uma redefinição do conceito de região.
A GEOGRAFIA CLÁSSICA E A REGIÃO
As correntes do pensamento geográfico deram inicio a partir dos meados do século XIX, com os geógrafos Humboldt e Ritter. Logo, surgiram as duas primeiras escolas de Geografia na Alemanha e na França, elas representariam os planos da sociedade burguesa, o conhecimento de novas terras e a aquisição de matéria-prima para a indústria que estava em expansão. Era necessário haver uma ciência que levasse os estudiosos a conhecer, cartografar e conquistar outros territórios, assim como constituir e afirmar um sentimento de nacionalidade. Diante disso, a Geografia apoiada pelos desígnios do Estado como ciência primordial da época, ficou responsável em dar respostas às indagações cientificas que surgissem sobre a realidade, e também serviria como instrumento do processo de consolidação do capitalismo na Europa.
Através do grande filósofo da era moderna “Kant” que a noção de região aparece, pela primeira vez ligada à ideia de espaço geográfico. Com uma perspectiva marcante, o conceito de região natural, foi descrito com maior vigor por Ratzel e La Blache seus maiores expoentes. No sentido epistemológico da Geografia, com a institucionalização universitária, a comunidade científica centrou seus estudos em duas diretrizes, norteadoras do pensamento geográfico as quais foram denominadas por Capel (1985) como: “problemas-chave definidores da disciplina”. Categorizando região, ambos definem duas diferentes abordagens no pensamento geográfico. A primeira delas estaria na concepção ambientalista.
Já Vidal de La Blache (1845-1918) defendeu a região enquanto entidade concreta, existente por si só. Aos geógrafos caberia delimitá-la e descrevê-la. Segundo ele, a Geografia definiria seu papel através da identificação das regiões da superfície terrestre. Nesta noção de região, acrescenta-se à presença dos elementos da natureza, caracterizadores da unidade e da individualidade, a presença do homem.
A NOVA GEOGRAFIA E A REGIÃO
Contudo, com a inclusão das ações humanas na análise regional inovou os estudos geográficos, mas, por outro lado, causou o primeiro grande problema no interior da disciplina centrada no estudo da relação homem-meio: a dualidade da ciência. A geografia se desdobrou para resolver este impasse relação homem-meio: a dualidade da ciência. Foi esse novo desdobramento que levou o geógrafo alemão A. Hettner (1859-1941), a discordar do uso de um único método para as ciências naturais e humanas, como propunha o positivismo.
A maioria das escolas do Ensino de Geografia apoiaram essas críticas, marcando o fim da primeira Geografia, julgada como científica: a Geografia tradicional. Sendo assim, o fim dos estudos regionais nos moldes clássicos. Sobre o caráter da região nesta corrente de pensamento geográfico a região não é uma categoria-chave, pelo contrário, como acredita Guelke (1982, p. 213): “A ascensão da Nova Geografia, na sua ênfase nas relações espaciais e o seu uso dos métodos estatísticos, coincidiu com o declínio na importância dos estudos regionais”.
Neste contexto a Geografia pragmática, servia como “instrumento de dominação burguesa. Um aparato para o Estado capitalista” (Moraes, 1995, p. 108) fomentado pela geografia do planejamento regional. Estes aspectos, no plano ideológico, somaram-se às outras tantas críticas, no plano epistemológico, ensejando o debate da construção de outras geografias.
AS CORRENTES CRÍTICAS E A REGIÃO
O conflito da geografia clássica originou uma rediscussão da noção de região, de um método exclusivo para geografia, como também para distinção das outras ciências. Ocorreram múltiplas críticas, de acordo com Milton Santos em ‘Por uma geografia nova’ (1996), contestando a eficácia da Nova Geografia, afirmou que: “O maior pecado, entretanto, da intitulada geografia quantitativa é que ela desconhece totalmente a existência do tempo e suas qualidades essenciais” (Idem, p. 53). A autora reforça as palavras de Milton quando diz: “de fato, esta foi uma das grandes falhas desta corrente. O tempo da Nova Geografia, com um tempo linear, rechaçava a ideia de processos sociais”. Ou como critica Capel (1985, p. 393-394) ao afirmar: “A Geografia Quantitativa é desde o princípio decididamente a-histórica”.
As correntes de base marxista e fenomenológica também contribuíram criticamente, que mesmo com suas particularidades, comungam da mesma preocupação: a ausência do caráter social na geografia de então. A Geografia de influência marxista foi denominada de “crítica” frente aos ideais da nova geografia que se encontrava eivada pela filosofia de cunho positivista. Os geógrafos desta corrente, principalmente os mais influenciados pelo discurso marxista, buscavam instituir uma estreita relação entre o conceito de região e os conceitos da economia política marxista, ou seja, o caso das regiões vistas como formações sócio espaciais, próximas com o conceito de formação socioeconômica. Marx explicita que a abordagem do último conceito está relacionada aos produtos histórico-concretos dos diversos modos
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