Resenha Crítica do Filme Smile Mona lisa

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RESENHA CRÍTICA

SMILE Mona Lisa. Direção de Mike CormacNewell. Produção de Elaine Goldsmith-Thomas e Joe Roth. EUA: Revolution Studios e Columbia Pictures, 2003. 01 DVD (2h05min). DVD. Colorido.

O filme traz como reflexão o desafio do professor em se opor aos padrões obsoletos impetrados em alguns sistemas educacionais. O filme retrata o cotidiano uma escola norte-americana tradicionalista conservadora dos anos 50. A ideologia dessa escola era de formar mulheres a serem boas esposas, mães, donas de casa com nível elevado de conhecimento sobre postura, ética, princípios. Serem boas esposas em detrimento de buscar seus ideais, era regra maior.  A forma como estudavam historia e afins era por meio de decorar, reproduzindo apenas o conhecimento adquirido.

A trama alude uma época em que o papel fundamental da mulher era ser boa dona de casa, em detrimento de seus sonhos e anseios profissionais ou ideológicos. Época em que a sociedade era regida por princípios tradicionalistas, raras mulheres saiam do comum, rompiam o casulo da opressão ditada pela sociedade tradicionalista. Nesse contexto surge a professora, Katherine Watson, que na contra mão do sistema conservador e autoritario propõe essa transição, essa ampliação na visão incentivando as moças daquela escola a perceber que não era a sociedade capitalista com seus padrões obsoletos repressores e opressores que lhes traria felicidade, posto que a felicidade está nas conquistas pessoais e na liberdade de escolha e de pensamento, a professora propõe que o papel da escola está em propor a transformação para a formação de opinião e não a reprodução em serie.
O método educacional liberal e inovador trouxe desconfortos, mas a longo prazo cumpriu seu papel na formação de cidadãs criticas e transformadora.

A ideia central do filme não é bem a questão do papel da mulher na sociedade atual seja oriental ou ocidental, tampouco sobre as conquistas das mulheres ao longo dos séculos, na verdade o filme aborda promovendo reflexão, sobre o papel do professor na formação de cidadãos críticos que posteriormente poderão até mudar um sistema ou romper décadas de conservadorismo. Contextualizando para o Brasil onde enfrentamos graves problemas de ordem social e educacional, podemos perceber que a maioria de nossas conquistas, se não todas, foram frutos de luta, revolução e movimentos populares. Na época da Ditadura Militar, por exemplo, os estudantes foram às ruas, claro que eram seres pensantes, mas por trás deles tinham grandes professores dizendo que eles juntos e com novas idéias tinham poder de mudar pessoas que mudariam o mundo.

O filme é de suma importância na formação docente, pois inspira aspirantes a mestres a se posicionar como legítimos dignos do ônus que lhes será dado. A trama norteia o professor a transpor barreiras, inovar métodos, instigar a curiosidade e a perspicácia do aluno. Também confere ao professor a digna tarefa de ser responsável por aquilo que professa sabendo o peso que isso acarreta.

André (2001), argumenta que o Professor não é apenas aquele que ensina disciplinas ou conteúdos específicos em que foram treinados, antes professor é aquele que atua na escola, ou seja, na instituição social, política e cultural participando ativamente das lutas políticas  que se travam na escola e  pela escola.