Resenha crítica do filme: “How many people can live on planet Earth?”
Por: Thiago Vinícius ✠ • 27/8/2017 • Resenha • 527 Palavras (3 Páginas) • 542 Visualizações
Resenha crítica do filme: “How many people can live on planet Earth?”
“How many people can live on planet Earth?” é um documentário que com toda certeza faz com que as pessoas que assistam se choquem, parem pra pensar em suas vidas e o mundo em que vivem. Com forte argumento e de forma persuasiva, conta a história da relação do Homem com os recursos do planeta, procura despertar a racionalidade do ser humano, de maneira que o faça pensar que teremos de abdicar de algumas das nossas comodidades, para garantir o bem-estar, não só da nossa espécie, mas também de todas as outras espécies existentes no planeta.
Em português o título do filme é: “Quantas pessoas podem viver no planeta Terra?” e não por acaso, essa foi à grande questão lançada aos espectadores pelo naturalista britânico David Attenborough. Esse interessante documentário, realizado pela BBC, baseia-se principalmente na Teoria Malthusiana, desenvolvida por Thomas Malthus.
Malthus, preocupado com o crescimento populacional acelerado, dizia que a população cresceria em progressão geométrica, enquanto, a produção de recursos naturais essenciais para nossa vida aumentaria em progressão aritmética, e por esse motivo ele apresenta ideias e soluções para controlar a natalidade e evitar a escassez de recursos necessários a nossa vida.
Por conseguinte, uma das conclusões que David tira e demonstra no documentário, seguindo a teoria Malthusiana, é a de que só conseguiremos sobreviver com uma população mundial de 9 mil milhões, se modificarmos os nossos estilos de vida e a forma como utilizamos os recursos existentes.
Pensando nisso, é necessário afirmar que Malthus não levou em consideração a evolução tecnológica quando desenvolveu sua teoria, e, além disso, a macroescala utilizada não atende a um resultado preciso. É importante sinalizar ainda que após essa teoria, surgem outras duas, uma que seria complementar e a outra divergente, porém mais adequada aos processos de desenvolvimento que o mundo vem experimentando.
O documentário pode até ter certo teor de razão em abordar que é preciso reduzir a taxa de natalidade mundial, todavia, não pela forma proposta por Malthus e por David Attenborough. Atualmente, não restam dúvidas que a desigualdade social é o principal grande causador da miséria. Portanto, esse “controle” de natalidade que os mesmos sugerem, deve ser posto com cautela e de forma indireta (com políticas públicas, por exemplo) e não como imposições ditadoras, como por exemplo, a China fez com sua política do filho único.
Os governos investindo em aspectos que melhorem a qualidade de vida, como a educação e saúde, terão cidadãos mais conscientes e melhorar a consciência de cada indivíduo é permitir com que escolhas sejam feitas de acordo com seus planos e conhecimentos dos recursos disponíveis da Terra e com sua própria capacidade de formar uma família, o que de fato já se demonstra ser mais válido do que imposições brutas. Além do que, a melhora da qualidade de vida trará muitos outros inúmeros benefícios.
Deste modo, percebemos que David ao se apoiar no Malthus e ao trabalhar com Matemática e esquecendo-se das demais ciências capazes de auxiliá-lo nessa análise, acaba trazendo uma interpretação imprecisa e eu diria que até desatualizada do real quadro do planeta Terra frente à população que o habita.
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