Revolução Industrial
Monografias: Revolução Industrial. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 10/8/2013 • 1.949 Palavras (8 Páginas) • 756 Visualizações
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Introdução:
O surgimento das primeiras fábricas modernas, em meados do século XVII, gerou fortes transformações na sociedade europeia. A aceleração produtiva decorrente do processo tecnológico se efetivou na indústria têxtil e na siderurgia britânicas, mas logo de estendeu para os outros países da Europa, atingindo outros setores produtivos, como transportes e comunicações. Esse período da História ficou conhecido como Revolução Industrial.
As Fases:
A Definição ou Conceito do que foi a Revolução Industrial pode ser resumida na Substituição da energia Física (Humana) pela energia Mecânica (das Máquinas). Porém, trata-se de um processo Lento, Gradativo e Irreversível que gerou transformações Econômicas, Políticas e Sociais. A Revolução ocorreu no século XVIII em etapas:
* 1ª Revolução Industrial – pioneirismo da Inglaterra, a fonte de energia era o carvão e de matéria-prima o Ferro.
*– expansão da Maquinofatura para outros países como Bélgica, Alemanha, França, que usavam a energia do Petróleo e Elétrica e a matéria prima base era o aço.
* 3 ª Revolução – era da Microeletrônica, Biotecnologia, Robótica. Países dominantes da tecnologia se sobressaem como os Estados Unidos e Japão.
1ª Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, no século XVIII (1780-1830). A Inglaterra foi o primeiro país a passar por esta revolução. Por volta de 1830, a Primeira Revolução Industrial se completou na Inglaterra, e daí migrou para o continente europeu. Chegou à Bélgica e França, países próximos do arquipélago britânico. Por volta dos meados do século XIX, atravessou o Atlântico e rumou para os Estados Unidos. E, no final do século, retornou ao continente europeu para retomar seu fio tardio na Alemanha e na Itália, chegando, também, ao Japão.
O ramo característico da Primeira Revolução Industrial é o têxtil de algodão. Ao seu lado, aparece a siderurgia, dada a importância que o aço tem na instalação de um período técnico apoiado na mecanização do trabalho. O sistema de técnica e de trabalho desse período é o paradigma manchesteriano, nome dado por referência a Manchester, o centro têxtil por excelência representativo desse período. A tecnologia característica é a máquina de fiar, o tear mecânico. Todas são máquinas movidas a vapor originado da combustão do carvão, a forma de energia principal desse período técnico. O sistema de transporte característico é a ferrovia, além da navegação marítima, também movida à energia do vapor do carvão. A base do sistema manchesteriano é o trabalho assalariado, cujo cerne é o trabalhador por ofício. Um trabalhador qualificado é geralmente pago por peça.
2ª Revolução Industrial
A Segunda Revolução Industrial começou por volta de 1870. Mas a transparência de um novo ciclo só se deu nas primeiras décadas do século XX. Foi um fenômeno muito mais dos Estados Unidos que dos países europeus. E esta segunda revolução industrial que está por trás de todo desenvolvimento técnico, científico e de trabalho que ocorre nos anos da Primeira e, principalmente, da Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Revolução Industrial tem suas bases nos ramos metalúrgico e químico. Neste período, o aço torna-se um material tão básico que é nele que a siderurgia ganha sua grande expressão. A indústria automobilística assume grande importância nesse período. O trabalhador típico desse período é o metalúrgico. O sistema de técnica e de trabalho desse período é o fordista, termo que se refere ao empresário Ford, criador, na sua indústria de automóveis em Detroit, Estados Unidos, do sistema que se tornou o paradigma de regulação técnica e do trabalho conhecido em todo o mundo industrial.
A tecnologia característica desse período é o aço, a metalurgia, a eletricidade, a eletromecânica, o petróleo, o motor a explosão e a petroquímica. A eletricidade e o petróleo são as principais formas de energia. A forma mais característica de automação é a linha de montagem, criada por Ford (1920), com a qual introduz na indústria a produção padronizada, em série e em massa. Com o fordismo, surge um trabalhador desqualificado, que desenvolve uma função mecânica, extenuante e para a qual não precisa pensar. Pensar é a função de um especialista, o engenheiro, que planeja para o conjunto dos trabalhadores dentro do sistema da fábrica.
Temos aqui a principal característica do período técnico da Segunda Revolução Industrial: a separação entre concepção e execução, separando quem pensa (o engenheiro) e quem executa (o trabalhador em massa). É, pois, o taylorismo que está na base do fordismo. É criação do taylorismo (Taylor, 1900) essa série de segmentações que quebra e dissocia o trabalho em aspectos até então organicamente integrados, a partir da separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual (operários). Taylor elabora um sistema que designa de organização científica do trabalho (OIT). O trabalho taylorizado é especializado, fragmentado, não-qualificado, intenso, rotineiro, insalubre e hierarquizado.
Outra coisa que foi introduzida possibilitando grandes avanços na área da comunicação foram o Rádio e o Telefone, levando mensagens instantâneas a longas distâncias.
3ª Revolução Industrial
A Terceira Revolução Industrial tem início em meados do século XX, tendo por base a alta tecnologia, a tecnologia de ponta (HIGH-TECH). As atividades tornam-se mais criativas, exigem elevada qualificação da mão-de-obra e têm horário flexível. É uma revolução técnico-científica, tendo a flexibilidade do toyotismo. As características do toyotismo foram desenvolvidas pelos engenheiros da Toyota, indústria automobilística japonesa, cujo método foi abolir a função de trabalhadores profissionais especializados para torná-los especialistas multifuncionais, lidando com as emergências locais anonimamente.
A tecnologia característica desse período técnico, que tem início no Japão, é a microeletrônica, a informática, a máquina CNC (Controle Numérico Computadorizado), o robô, o sistema integrado à telemática (telecomunicações informatizadas), a biotecnologia. Sua base mistura, à Física e à Química, a Engenharia Genética e a Biologia Molecular. O computador é a máquina da terceira revolução industrial. É uma máquina flexível, composto por duas partes: o hardware (a máquina propriamente dita) e o software (o programa). O circuito e o programa integram-se sob o comando do chip, o que faz do computador, ao contrário da máquina comum, uma máquina reprogramável e mesmo autoprogramável. Basta para isso que se troque o programa ou se monte uma programação adequadamente intercambiável. A organização do trabalho sofre uma profunda reestruturação. Resulta um sistema de trabalho polivalente, flexível, integrado em equipe, menos hierárquico. Computadorizada, a programação do conjunto é passada a cada setor da fábrica para discussão e adaptação em equipe (CCQ), na qual se converte num sistema de rodízio de tarefa que restabelece a possibilidade de uma ação criativa dos trabalhadores no setor.
Para efetivar esta flexibilização do trabalho de execução, distribui-se pelo espaço da fábrica um sistema de sinalização semelhante ao do tráfego. Elimina-se pela reengenharia grande parte da rede de chefias. Toda essa flexibilização técnica e do trabalho toma-se mais adaptável ao sistema econômico. Sobretudo a relação entre produção e consumo, por meio do Just-In-Time. A verticalização do tempo fordista cede lugar à horizontalização. Com a horizontalização terceirizada e subcontratada, o problema dos altíssimos investimentos que a nova tecnologia pede é contornado e o controle da economia agora transnacionalizada fica nas mãos de um punhado ainda menor de empresas. Sob a condução delas, a velha divisão imperial do planeta cede lugar à globalização.
O Pioneirismo Inglês (Fatores):
A Revolução Industrial começou na Inglaterra. Vários fatores contribuíram para o pioneirismo industrial inglês. Vejamos os principais:
• Acúmulo de capitais: a Inglaterra tinha a mais importante zona de livre comércio da Europa, sobretudo depois da Revolução Gloriosa. A burguesia inglesa possuía, portanto um papel importante na vida econômica do país. Além disso, a Inglaterra contava com um sistema de créditos financeiros bem desenvolvido desde a fundação do Banco da Inglaterra, em 1694. Tudo isso permitiu à burguesia expandir o comércio marítimo (a frota naval inglesa era a mais poderosa do mundo) e acumular capitais.
• Controle capitalista do campo: o acúmulo de capitais na Inglaterra levou ao controle capitalista do campo. Os donos de capitais passaram a ampliar e dirigir grandes propriedades rurais. Com a concentração da propriedade agropastoril nas mãos de capitalistas, houve melhoria dos métodos de produção e aumento da produtividade, mas também a liberação de grandes levas de camponeses de suas antigas funções. Esses camponeses foram obrigados a migrar para as cidades (êxodo rural), submetendo-se, por fim, ao duro trabalho nas indústrias em expansão.
• Crescimento populacional: o aumento da produção de alimentos e os progressos da medicina no combate às epidemias contribuíram para o crescimento populacional. Esse aumento populacional, associado ao êxodo rural, ampliou a oferta de mão de obra nas cidades. Eram trabalhadores sem outro meio de sobrevivência a não ser o trabalho na indústria em troca de um salário miserável.
• Posição geográfica: o fato de a Inglaterra ser uma ilha situada próxima à Europa ocidental favoreceu o comércio marítimo e o acesso aos grandes mercados ultramarinos.
• Fontes de energia: a Inglaterra possuía grandes jazidas de carvão, que possibilitaram desenvolver indústrias baseadas no carvão mineral. Os demais países europeus só contavam com o carvão de madeira.
Os “Cercamentos” na Inglaterra:
Os Cercamentos foram um fenômeno ocorrido na Inglaterra desde o século XVII, marcaram o início da Revolução Industrial considerada uma das maiores revoluções do mundo. No modo de produção feudal a terra era um bem comum para a produção camponesa. A partir do momento em que se processa a transição para o modo de produção capitalista, a terra passou a ser encarada como um bem de produção.
Desse modo, uma parte dos senhores feudais ingleses - a "gentry" (nobreza rural mais progressista, aburguesada) e os "yeomen" (camada mais rica dos pequenos e médios proprietários), passaram a cercar as suas terras, arrendando-as como pastagens para a criação de ovelhas, e delas expulsando os camponeses.
O processo intensificou-se no século XVIII. A lã das ovelhas abastecia as manufaturas de tecidos e os camponeses migravam para as cidades em busca de trabalho nas manufaturas, disponibilizando um grande contingente de mão-de-obra, o que mantinha os salários baixos. O capitalismo comercial evoluiu, para um crescente separação entre capital e trabalho.
Enquanto a burguesia acumulava patrimônio e moeda, capitalizando-se, os trabalhadores foram sendo limitados à condição de assalariados, donos unicamente de sua força de trabalho. A burguesia preparava-se, então, para o completo controle dos meios de produção, o que se consolidaria definitivamente com a Revolução Industrial. Para adequar o meio rural ao capitalismo comercial e reorganizar a produção, tornando-a mais eficiente nos moldes do capitalismo emergente, os proprietários lançaram mão de diversos recursos.
Um exemplo foram os "cercamentos" na Inglaterra, com o desvio do uso da terra para a criação de ovelhas - tarefa que requeria pouca mão de obra e destinava-se à produção de lã exportada para Flandres. Assim formou-se um enorme contingente servil desocupado no campo. Sem opções, essa massa de trabalhadores dirigiu-se para as cidades, onde se tornou disponível para, mais tarde, ser empregada na colonização da América britânica e, principalmente, nas unidades fabris durante a Revolução Industrial. Esses trabalhadores eram parte do chamado exército industrial de reserva e viviam em condições precárias nas cidades. Geralmente habitavam antigas casas senhoriais extremamente subdivididas, transformadas em cortiços, símbolos da péssima qualidade de vida, sem qualquer proteção, já que não havia regulamentação das relações trabalhistas.
Conclusão:
A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão de obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências nocivas para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos têm faltado empregos para a população.
...