SALGUEIRO, T. B. DO COMÉRCIO À DISTRIBUIÇÃO, Roteiro De Uma Mudança. Celta. Oeiras 1996.

O texto apresenta um estudo sobre alguns aspectos da distribuição e comércio em Portugal. Comércio que significa a fase intermediária entre produção e compra, e distinguem-se, no geral, em dois tipos comércio grossista que reúne e distribui, e o comércio retalhista que oferece ao consumidor. Ultimamente, com o desenvolvimento de empresas que acumulam as funções de grossista e de retalhista, tende a falar-se de distribuição. Circuito de distribuição é o conjunto de agentes econômicos utilizados por um produtor para levar os seus produtos até aos consumidores. Caracteriza-se pela sua extensão e pela repartição de funções entre esses agentes. Em termos de funções, os circuitos de distribuição designam-se por integrados quando as funções intermediárias entre o produtor e o consumidor se encontram no seio duma empresa ou organização que agrupa as compras e os pontos de venda. Outro aspecto pelo qual a distribuição produz utilidade refere-se à informação e às funções de marketing. As formas ou estruturas de distribuição, por vezes também designadas como formas de organização do comércio, classificam-se entre comércio independente, associado e integrado.

O comércio independente, uma entidade autónoma cuja atividade implica relações não formalizadas a montante e a jusante. Aplica-se tanto a retalhista como a grossistas, o comércio associado compreende empresas juridicamente independentes que se associam para obter economias de escalas numa parte das suas atividades, mais frequentemente a das compras e armazenagem e o comércio integrado é uma forma de concentração obtida dentro da mesma empresa ou grupo que, devido ao crescimento tende a reunir as funções de grossista ás de retalhista. Aparece no geral associado a cadeias de sucursais, grandes armazéns, grandes superfícies generalistas ou especializadas, bem como as empresas de vendas por correspondência.

Os métodos ou técnicas de vendas acontece através da distribuição central, que pode ser processada por meio de um estabelecimento ou por meio de distribuição automática, a distribuição dispersa em que a deslocação do consumidor tende a ser reduzida, eventualmente até zero, a venda a domicilio que é um sistema em que o consumidor recebe a visita do vendedor em sua própria casa ou no local de trabalho, a venda por correspondência ou por catálogo onde o consumidor recebe pelo correio informações sobre determinados artigos que pode encomendar por correio ou telefone, a venda eletrônica à distância que corresponde ao teleshopping, onde os artigos são apresentados no televisor e a encomenda é feita por telefone e por fim a venda por distribuidor automático praticada em locais públicos de grande movimento e grandes empresas referente a um número limitado de produtos e serviços e que não obteve ainda grande expressão.

Por fim estudos analisam as áreas de mercado das funções ou dos estabelecimentos para depois se deter no comportamento espacial dos consumidores, na relação entre imagens, prática do espaço urbano e práticas comerciais. De fato entre nós apenas os mercados são de iniciativa e gestão pública, municipal. Sendo a distribuição uma atividade essencialmente privada, a intervenção do Estado tem uma função normalizadora e disciplinadora, não se empenhando diretamente na sua promoção e desenvolvimento. Os aspectos normativos e de licenciamento são muito