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SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NO TERRITÓRIO MACAENSE: UM OLHAR GEOGRAFICO DOS FATOS

Por:   •  29/5/2017  •  Artigo  •  1.315 Palavras (6 Páginas)  •  314 Visualizações

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SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NO TERRITÓRIO MACAENSE:

 UM OLHAR GEOGRAFICO DOS FATOS

Bruna Daudt Guerra

Carla Rodrigues

Ulisses José Durso

Licenciando(s) em Geografia

 FAFIMA – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé

Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 200, Macaé – RJ

Ulissesdurso2@yahoo.com.br

Resumo:

        Este artigo apresenta algumas considerações sobre a segregação socioespacial, a partir da análise territorial urbana do município de Macaé, no qual a classe de renda mais alta produz, consome e controla o espaço urbano. Para tanto, faz-se necessário uma revisão teórica através de uma perspectiva geográfica do desenvolvimento do conceito. Desta forma, fica evidente que os aspectos econômicos sobrepõem-se a todos os outros tipos de segregação. A segregação, portanto, não é simplesmente e somente um fator de divisão de classes no espaço urbano, mas também um instrumento de controle desse espaço.

        

Palavras-chave: Segregação, Socioespacial, Urbano, classes sociais e Controle.

  1. Introdução

        A segregação dos diferentes grupos sociais na cidade contemporânea aparece na literatura como fenômeno característico das grandes e médias cidades no final do século XX e início do século XXI. Não muito diferente tais fatores são vistos claramente em Macaé, município localizado na região norte do estado do Rio de Janeiro, sendo alavancada nas últimas décadas como a região pólo do norte e noroeste fluminense, fato que se personifica com a chegada da indústria do petróleo, gerando mudanças na composição social e urbana da cidade.

[pic 1]

        

Mapa dos limites do município de Macaé.

Fonte: http://cecna.blogspot.com.br/2010/03/blog-post.html

No geral a cidade de Macaé possui uma dinâmica de produção do espaço urbano semelhante às metrópoles brasileiras, com uma concentração dos grupos mais abastados no centro e os mais pobres nas periferias, mas tendo essa última uma expressiva heterogeneidade social que também se mostra semelhante às grandes metrópoles. A ocupação do espaço geográfico urbano na região central de Macaé, não se deu de forma socialmente justa e includente.

O forte papel concentrador de oportunidades e riquezas motivado pelo desenvolvimento econômico ali localizado, não resultou em que o conjunto das pessoas residentes se beneficiasse igualitariamente. Pelo contrário, a desigualdade e a exclusão se manifestaram de forma contundente e sob variados aspectos.

  1. Desenvolvimento:

Para fim de esclarecimento, é importante entender que segregação é o ato de separar, isolar ou até mesmo diferenciar. E quando o assunto é segregação socioespacial, trata-se simplesmente da separação de grupos sociais em um espaço cujas características para tal diferenciação vão além dos aspectos econômicos. Como afirma Castells (1977 p. 203-4):

“Segregação é a tendência à organização do espaço urbano em zonas de forte homogeneidade social interna e de forte disparidade social entre elas, entendendo essa disparidade não somente em termos de diferença, mas de hierarquia”.

Conforme afirmado acima, a segregação transpassa as questões de homogeneidade social, como é o caso do município de Macaé, que com a chegada da Petrobrás fez acentuar ainda mais essa diferenciação entre a população, dividindo-a num grupo elitizado e outro periférico.

Antes da Petrobrás se instalar em Macaé nos anos de 1970, a população se concentrava em torno da área central da cidade, onde funcionava o centro nervoso/econômico/financeiro. Esses bairros, como Centro, Miramar e Imbetiba, por exemplo, foram planejados, com ruas e praças seguindo ângulos retos para facilitar a distribuição das casas e comércios. Também era uma característica forte da população dessas áreas serem comerciantes, a classe política e todos os seus descendentes.

No entanto, a partir da chegada da indústria do Petróleo, esse cenário mudou drasticamente. Com famílias chegando aos montes com a promessa de emprego e prosperidade, pessoas começaram a se instalar em áreas periféricas e bairros adjacentes. A população dos bairros Centro, Miramar e Imbetiba sofre um declínio populacional acentuado. Já os bairros Barra de Macaé, Nova Holanda, Aroeira, Cajueiros e outros, sofreram um crescimento significativo e desordenado; tornando mais evidentes as disparidades sociais desses grupos.

Ao longo das décadas com o desenvolvimento econômico acelerado, e o enorme fluxo de pessoas oriundas de todas as partes do território nacional, o centro urbano macaense passa por um processo de inchaço populacional, gerando desafios preponderantes para uma nova reorganização do espaço urbano.

Desta forma as regiões que antes eram consideradas periféricas, pois ficavam distantes do centro, ganham força como bairros urbanos planejados, gerando uma nova realidade de migração urbano- urbano dentro do próprio espaço macaense. Fato que obrigou uma nova política municipal no que diz respeito a urbanização, ficando visível a reestruturação urbanística que a cidade vem vivendo nos últimos dez anos, com o fomento de infraestrutura nos bairros considerados nobres e o afastamento da população operaria para áreas ainda mais periféricas.

Em contrapartida, observa-se que na região central de Macaé houve um esvaziamento da elite local; uma vez que estes já não encontravam subsídios que os mantivessem nessa determinada área. Outro ponto importante é o fato de que essa “elite” migrou para bairros como Bairro da Glória, Vivendas da Lagoa, Mirante da Lagoa, São Marcos, Cancela Preta e Riviera Fluminense; este último já não é considerado um bairro elitizado por conta da forte presença da classe média baixa, caracterizada pela classe operária que evoluiu de patamar sócio- econômico.

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