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Vastos Céus e Eixos Inclinados

Por:   •  23/5/2016  •  Resenha  •  1.748 Palavras (7 Páginas)  •  325 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Geopolítica

Juliana Layra da Fonseca

Nathalia Cristina da Silva

Disciplina: Geopolítica

Professor: Alexandre

Livro: Armas, Germes e Aço

Capítulo 10: VASTOS CÉUS E EIXOS INCLINADOS

Itajubá, 18 de Abril de 2016

RESUMO DO CAPÍTULO

Neste capítulo o autor faz uma reflexão sobre a influência dos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste na história humana, como por exemplo, a relação entre tais eixos e a expansão da agricultura, pecuária e disseminação de invenções como a escrita e a roda.

“As principais expansões da produção de alimentos ocorreram do sudoeste da Ásia para a Europa, Egito e norte da África, Etiópia, Ásia Central e Vale do Indo; do Sael e do oeste da África para o leste e o sul da África; da China para o sudeste tropical da Ásia, Filipinas, Indonésia, Coreia e Japão; e da Mesoamérica para a América do Norte.”

Ao analisar a expansão dos alimentos, é possível notar que tal expansão se dá de forma bastante variada. Um exemplo é que, do sudoeste da Ásia para Europa, Egito e Vale do Indo, a expansão ocorreu a uma taxa de 1,13 km/ano, enquanto do México ao sudoeste dos Estados Unidos a uma taxa de 0,80 km/ano.

As culturas que se expandiram entre o Sudoeste da Ásia e a Europa tiveram grande facilidade se comparada aquelas que se expandiram no eixo contrário. Enquanto a maior parte das culturas originarias do sudoeste da Ásia expandiu-se em direção ao oeste a Lhama do Andes nunca chegou na Mesoamérica por mais que fosse necessário, uma vez que a Mesoamérica possuía vastas populações agrícolas e sociedades complexas onde tais animais seriam muito importantes para alimentação, transporte e produção.

A facilidade de expansão geográfica se manifesta através da domesticação preventiva, onde percebemos que muitas espécies de plantas das quais derivam nossos produtos variam geneticamente de região para região. Assim, podemos saber se o cultivo foi desenvolvido uma única vez em uma única região, ou de forma independente em mais de um região.

Através dessa análise genética, alguns botânicos concluíram que certos alimentos foram cultivados em duas ocasiões distintas, na Mesoamérica e na América do Sul, enquanto as culturas da Ásia tem, em sua maioria, o mesmo descendente.

“A evidencia de apenas uma única domesticação sugere, então, que, depois que uma planta silvestre foi domesticada, seu cultivo difundiu-se rapidamente para as outras regiões, evitando a necessidade de outras domesticações independentes da mesma planta. No entanto, quando encontramos indícios de que a mesma espécie nativa foi domesticada de modo independente em diferentes áreas, deduzimos que a disseminações do cultivo oi lenta demais para evitar sua domesticação em outro local.”

Concluiu-se então que a expansão de alimentos se espalhou mais prontamente no eixo Leste-Oeste do que nos eixos Norte-Sul, o que explica também o porquê de certos alimentos não chegarem em áreas ecologicamente adequadas.

O que aconteceu nas Américas e na África que tornou a expansão da produção de alimentos ali mais difícil que na Eurásia?

Para responder essa pergunta deve-se inicialmente examinar a produção a partir do sudoeste da Ásia (Crescente Fértil).

Após o surgimento de alimentos no Crescente Fértil, houve uma enorme expansão partindo dali. Grande parte da produção de alimentos em áreas periféricas dependiam do que foi domesticado no Crescente Fértil e tal disseminação foi seguida pela de outras inovações que nasciam ali, como a roda, a escrita, ordenha, técnicas de metalurgia, entre outras.

O vale do Nilo tem um ambiente semelhante ao dos vales do Tigre e do Eufrates e por isso, o mesmo pacote de culturas funcionou bem nesses dois lugares.

Para a maior parte das plantas primitivas do crescente fértil, todas as variedades cultivas no mundo hoje, compartilham uma só combinação de cromossomos, pela qual as variedades diferem de seu ancestral quanto as características desejáveis para o consumo. Isso mostra como a rápida expansão do pacote do Crescente Fértil evitou qualquer outra possível tentativa de domesticação dos mesmos ancestrais silvestres, fosse ali ou em outro lugar. Depois que a cultura ficou disponível, não havia necessidade de coletar a planta na selva e re-domesticala.

A expansão do Crescente fértil foi bem rápida devida a alguns fatores. Em partes, foi devida ao eixo Leste-Oeste da Eurásia, pois como estavam à mesma latitude apresentavam características semelhantes, como variações climáticas, mesma duração de horas por dia, regimes de temperaturas e chuvas, biomas, doenças (germes), entre outras. Como exemplo, podemos citar Portugal, norte do Irã e Japão, todos estão na mesma latitude e com cerca de 6.500 quilômetros de distância um do outro, mas estes são mais parecidos em clima do que um local ao sul, com apenas 1.600 quilômetros.

         As características climáticas determinam a germinação, o crescimento e a resistência às doenças das plantas. Cada espécie de planta é programada geneticamente por seleção natural para reagir de acordo com o clima em que se desenvolveu, pois duração do dia, temperatura e chuva são alguns dos fatores que estimulam as sementes a germinar, crescer e amadurecer para desenvolverem flores, frutos e sementes. Esses regimes variam de acordo com a latitude.

        Os animais também se adaptam de acordo com as características climáticas, portanto está relacionada à latitude. Como por exemplo, os próprios seres humanos. Se um animal está acostumado a viver em regiões tropicais, ele não suportará as baixas temperaturas do inverno do norte, com seus dias curtos e seus germes característicos. Assim como, outros não suportariam o clima tropical.

        Isso explica a rápida expansão das espécies domesticadas do Crescente Fértil para a faixa de latitudes temperadas da Irlanda até o Vale do Indo, elas já estavam bem adaptadas aos climas das regiões para as quais se estenderam. Por isso as culturas eurasianas que começaram a ser domesticadas longe do Crescente Fértil, mas na mesma latitude, puderam difundir-se outra vez no Crescente Fértil.

        Hoje é possível disseminar várias sementes pelo mundo, através dos meios de comunicação como navios e aviões. Um típico restaurante americano de refeições ligeiras serve frango (domesticado na China) com batata (dos Ande) ou milho (do México), temperado com especiarias da Índia. Fazendo das suas refeições uma verdadeira colcha de retalhos geográfica.

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