A Filosofia da História
Por: Vanessa Kelvia • 29/6/2021 • Seminário • 2.238 Palavras (9 Páginas) • 111 Visualizações
Governo do Estado do Ceará[pic 1][pic 2]
Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior
Universidade Estadual do Ceará - UECE
Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos – FAFIDAM
Curso de História
Teoria da História I
Semestre: 2020.1
Professor: João Rameres Regis
ATIVIDADE 4
Valor total da atividade: 2,0 pontos
Data da entrega: 14/06/2021 até às 23h59
Aluno(a): VANESSA KÉLVIA DA SILVA
Questão 1 (1,0 ponto):
Tendo como referência a leitura do texto do historiador Collingwood defina:
- o que é filosofia da história e o que a diferencia da filosofia geral;
- a natureza, o objeto, o método e o valor da história.
Questão 2 (1,0 ponto):
Seignobos e Langlois afirmam que “a história se faz com documentos”. Com base nessa afirmação discorra sobre:
- a importâncias das instituições públicas (depósitos) de documentos para o trabalho do historiador;
- como se realiza o trabalho do historiador de produção do conhecimento histórico.
- A IDEIA DE HISTÓRIA.
- O que é filosofia da história e o que a diferencia da filosofia geral?
“Filosofia da história” foi uma designação proposta pelo filósofo francês, Voltaire, no início do século XVIII, na qual consistia em ser um pensamento histórico resolvido pelos historiadores, ao invés de repetir histórias das livrarias. Além de Voltaire, essa expressão também foi utilizada pelo filósofo germânico Hegel, já no final do século XVIII, a qual este atribuiu um sentido de “história universal”. Contudo, já no século XIX, essa designação é utilizada pelos positivistas e, para eles, a filosofia da história é descobrir as leis gerais que regem o curso dos eventos que a história deve mencionar. Para essa constatação, Collingwood afirmou o seguinte:
As tarefas atribuídas por Voltaire e Hegel à filosofia da história só podiam ser realizadas pela própria história, ao passo que os positivistas tentavam fazer da história não uma filosofia mas uma ciência empírica, como a meteorologia. Em cada um destes exemplos, há uma concepção filosófica que orienta a concepção de filosofia da história: Para Voltaire, filosofia significava um pensamento crítico e independente; para Hegel, significa um pensamento acerca do mundo na sua totalidade; para o positivismo do século XIX, significava a descoberta de leis uniformes. (COLLINGWOOD, 1946, p. 9-10)
Portanto, para o autor, o conceito de “filosofia da história" diverge de Voltaire, Hegel e dos positivistas do século XIX. Antes de entrar na definição desta, Collingwood começa exemplificando o que, para ele, seria a filosofia geral. Segundo ele, a “filosofia é reflexiva”, haja vista que o filósofo pensa sobre o objeto e sobre o seu pensamento a respeito desse objeto. Por conseguinte, ele cria escalas onde a filosofia é considerada um pensamento de segundo grau, que seria o pensamento sobre o pensamento. Sendo assim, para os filósofos, o acontecimento que necessita de atenção não é o próprio passado, nem o pensamento do historiador sobre o passado, mas o envolvimento de ambas as partes, uma vez que o pensamento ligado ao objeto passa a ser considerado conhecimento.
Ao que diz respeito à expressão “filosofia da história”, o autor caracteriza que, devido o objeto da filosofia, como o desenvolvimento organizado e científico da autoconsciência, depender das dificuldades específicas que as pessoas encontram em determinado período, o momento mais explícito da filosofia se encontra em observar determinada nação em um certo período histórico, para que possa encontrar vestígios de problemas específicos que requerem que os povos usem toda a sua energia espiritual.
Ademais, no século XIX, as teorias do conhecimento estavam direcionados às problemáticas específicas da ciência, sendo baseada no estudo da matemática e da teologia, uma vez que essa técnica histórica, que se expandia por todos os lados, permanecia inaplicável. Portanto, fez-se necessário um “inquérito especial” - com o objetivo de invocar a expressão “filosofia da história” -, que se dividia em dois estágios. O primeiro consistia em que esse título teria que ser tratado em “condições relativamente isoladas, considerada como um estudo específico dum problema específico”, ou seja, devido a filosofia tradicional considerar o conhecimento histórico como algo impossível, a filosofia da história teria que demonstrar que a História é possível. Já o segundo estágio consistia em “realizar as conexões entre este novo ramo da filosofia e as velhas doutrinas tradicionais”, ou seja, isso implica que, de acordo com os resultados alcançados pela filosofia da história, uma revisão geral de todas as questões filosóficas em um sentido limitado resultará em uma nova filosofia, que será a filosofia da história.
- a natureza, o objeto, o método e o valor da história?
Antes de qualquer coisa, para que se possa responder questões a respeito da natureza, do objeto, do método e do valor da história, o autor considera que elas só podem ser respondidas “por pessoas que tenham dois predicados”. Primeiramente, eles devem ser historiadores formados, haja vista que eles já possuem um pensamento histórico mais aprofundado. Já o segundo predicado consiste em uma pessoa não ter apenas “experiência de pensamento filosófico mas também ter reflectido sobre essa experiência”, ou seja, a pessoa precisa ser tanto historiadora quanto filósofo.
Para começar, Collingwood respondeu sobre a “natureza” da história. A história é considerada como um método de investigação, pertencente à ciência, ou seja, a maneira de pensar que faz o historiador fazer perguntas e tentar respondê-las. Envolve focar no que não se tem conhecimento e tentar descobri-la. Ao que diz respeito ao “objeto”, uma ciência vai se divergir de outra pela sua forma de descobrir as coisas de maneira diferente. Logo, a história é a ciência que tenta responder a perguntas sobre o comportamento humano executadas no passado. Já as questões levantadas pelos “métodos” vêem a história como atuante através da interpretação do historiador acerca dos documentos, sendo que um documento é algo que existe em um lugar específico e em um dado momento e seu tipo permite que os historiadores obtenham respostas a perguntas sobre eventos passados ao pensar sobre ele. E finalmente, Collingwood fala sobre o “valor” da história. A história serve para o autoconhecimento humano, ou o termo “conhecer-se a si mesmo”, que significa o que se pode fazer. Portanto, “o valor da história está então em ensinar-nos o que o homem tem feito e, deste modo, o que o homem é”. (COLLINGWOOD, 1946, p. 22)
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