A Humanidade Todorov
Por: sabrinalvesf • 24/6/2021 • Resenha • 441 Palavras (2 Páginas) • 94 Visualizações
Resenha do capítulo: Humanidade, por Tzvetan Todorov
Sabrina Alves Ferreira1
TODOROV, Tzvetan. O espírito das luzes. Ed. Barcarolla. São Paulo, 2008, 157 p. Cap 6.
(p.101-114)
Todorov inicia o capítulo dizendo que a autonomia sozinha não basta para orientar a
conduta humana. Aborda a dificuldade encontrada em se orientar pela própria vontade visto
que não se pode perguntar ao céu – nem a Deus – quais vontades e ações são boas e más.
Diante disso, ocorre a flexibilização da doutrina cristã onde é colocado em equivalência dois
amores, o amor de Deus e o amor ao próximo. Nesse aspecto, basta aos pensadores das Luzes
o amor cristão, pouco se importando ao que aconteça à religião cristã. Citando Franklin: “o
amor pelos seres humanos não tem necessidade de uma justificativa divina; não é por amor a
Cristo que ofereço-lhes minha casa, mas por amor a vocês.”
Nessa perspectiva, inicia-se a discussão do homem se tornar o horizonte, o centro da
obra. O homem se torna o centro da obra porque ele é o centro do mundo, onde a sua
existência não é o meio mas o fim. Kant, ao formular o princípio da moral humanista diz que:
“Age de tal maneira que uses a humanidade tanto na tua pessoa quanto na pessoa de qualquer
outro, sempre e simultaneamente como um fim e nunca simplesmente como um meio”.
Para Todorov, a felicidade é o que designa o bem-estar humano na Terra, a busca por
esta substitui a salvação. Nas obras europeias do período, o melhor homem é descrito como
aquele que se realiza na existência terrestre, ou seja, “contribui para a felicidade do
mundo”(p.105). Para se encontrar a felicidade, os filósofos encorajam as reformas sociais bem
como as experiências individuais. Ao final do século XVII, a felicidade deixa de ser apenas
uma finalidade individual para se tornar um modelo de Estado. Se torna a base de
independência de vários países como Estados Unidos e França. No século XX, os regimes totalitários mostraram o quanto era perigoso confiar ao Estado a felicidade dos homens. Nessa
perspectiva, o Estado não é portador de esperança mas apenas um portador de serviços.
A passagem do divino ao humano relaciona-se com a Teoria de Copérnico, que
colocou o Sol no lugar da Terra, onde o homem mais se aproxima do centro do que afasta. O
espírito das Luzes consiste em diminuir a distância entre a ação e a finalidade dessa ação. O
fato do trabalho científico ter finalidades humanas não significa
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