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A Religião na Roma Antiga

Por:   •  23/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.792 Palavras (8 Páginas)  •  181 Visualizações

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A religião na Roma Antiga

  • Introdução

Roma, com toda sua pompa e dimensões consideradas extensas, pelo menos para aquela época, ocupando tanto o Ocidente quanto o Oriente, tinha sua própria formação cultural, é claro, mas com toda essa dominação e conquista romana sob outros territórios, o que tornou o Império Romano vasto, fez com que outras culturas ou religiões se “infiltrassem” e fossem seguidas pelos romanos: o paganismo, influenciada pelo forte movimento helenista, pela dominação sob grega, pelos etruscos ou pelas guerras púnicas e o cristianismo que, apesar de perseguido, acabou difundido entre o Império e se tornou a religião oficial de Roma. O que nos chama atenção além dessas religiões serem incorporadas a todo o Império, são sua total influência e seu trabalho conjunto com a política romana. Embora a política e a religião juntas, nem sempre desse certo para ambos os lados ou fosse prejudicial para a conjuntura de outros Estados, em Roma vemos que tanto a política quanto a religião se alimentam uma da outra. Esta relação acaba sendo mutualística para ambos. Além de a religião não ter deixado de ser fundamental em nenhuma das mudanças políticas que foram realizadas em Roma: seja na República, no Principado ou no Império. A restauração de templos e construção de novos pelos reis deixava isso bem claro. Entre essas e outras coisas, vemos o porquê da religião ser tão importante para Roma e para a vida cotidiana de seus habitantes.

  • O Paganismo

O paganismo, essencialmente politeísta, difundido para diversas regiões pelo helenismo, com a influência grega a partir da dominação de Roma, etrusca e também a partir das guerras púnicas, onde os cultos estrangeiros acabaram sendo introduzidos e absorvidos pelos romanos. Podemos ver isso em alguns deuses, cultuados pelos romanos e por seus governantes, um pouco dos deuses gregos ou até mesmo, dos deuses egípcios. A similaridade entre deuses gregos e romanos é grande: Júpiter, principal deus romano, poderia ser facilmente comparado a Zeus, assim como Marte com Ares, Minerva com Atena, etc. Suas funções de proteger determinadas áreas enquanto deuses chegavam a ser as mesmas. Em algumas ocasiões, também podemos vê-los nos templos romanos e locais de culto, alguns construídos exatamente para esses deuses.

O culto e sacrifícios aos deuses eram a principal prática dos romanos para com sua religião, até porque, a ordem romana, seja pública, política ou as guerras, tudo dependia do “relacionamento” dos homens com os deuses. Os sacríficos, oferendas ou cultos eram uma espécie de troca de favores entre homens e deuses, os homens dão o sacrifício em troca da ordem, era um modo de alcançar a paz com os deuses. Essa relação entra também na questão do imperador, com os sacrifícios oferecidos para este, que apesar de receber o culto de seus súditos e ser tido como de origem divina, não era divinizado em vida, somente após sua morte. Sendo que isso não acontece com todos os imperadores: um exemplo disso é Nero, e um dos imperadores divinizados após a morte, é César. Apesar disso, eles não se tornam deuses, somente são divinizados. Essa é uma das razões de embate entre romanos e cristãos mais tarde, pois estes são perseguidos justamente por não prestar cultos ao imperador. O sacrifício ao imperador era uma espécie de prova de lealdade a Roma.

Os romanos eram extremamente conservadores, isso tinha total ligação com a vida cotidiana romana, chegando até mesmo a política, onde políticos usavam o conservadorismo, a religião e a lealdade a Roma, de modo que fossem beneficiados ao criticar seus adversários. Esse conservadorismo, essas virtudes que os romanos deveriam ter eram valorizadas e representadas pelos seus deuses.

Cada cidade estava ligada a um determinado deus, pois cada uma delas tinha seu rito fundador, o que nos mostra uma das principais características de Roma: a de que os ritos fazem parte do entendimento de mundo dos romanos, até porque, Roma começa a ser entendida como cidade a partir de seu rito de fundação.

O imperador era o responsável pela religião urbana em Roma, era ele que detinha o poder religioso por ser principal governante. O rei não era responsável pela religião sozinho, ele dividia-os com os sacerdotes e com mulheres, que também exerciam funções sacerdotais, estas eram as Vestais. As Vestais cultuavam a deusa romana, Vesta, sendo esta função exclusiva para as mulheres, estas eram virgens e obrigadas a preservar sua virgindade, pois este seria um sacrifício aos deuses, já que a virgindade era um símbolo de pureza. O rei que organizava os Jogos e o calendário, com os dias sendo determinados pelos sacerdotes e escolhidos por eles. O calendário romano tinha três tipos de dias: dias festivos, dias nefastos e dias normais. Nos dias nefastos não se faziam oferendas ou cultos, os dias festivos eram para as festas, como o próprio nome já diz e nos dias normais os cultos e oferendas eram permitidos. Nas festas, eram realizados cultos e cerimônias, além dos banquetes servidos aos deuses. Os espetáculos, no início, serviam para se comemorar as festas e cultos religiosos, mas acabaram perdendo esse valor ao longo do tempo, servindo mais como campanha para a política dos imperadores, para alcançar a simpatia do povo.

Assim, vemos o quanto o paganismo e sua ligação com a política romana foi importante, e a ligação dos romanos com o conservadorismo alimentou isso. Porém, o culto pagão, o discurso politeísta, acabou não sendo o suficiente para o povo romano: com as crises na política, a ameaça iminente dos bárbaros e o declínio se aproximando cada vez mais do Império, vemos que discurso de outra religião entra em jogo. O Cristianismo e seus pregações passaram a ser a esperança do povo romano através da crise, e o Império o usou como “corda para se segurar”, apesar disso não ser o suficiente. O Império Romano caiu mesmo assim.

  • O Cristianismo

O Cristianismo, religião que no começo não incomodou o Império Romano, surgiu do Judaísmo e se multiplicou rapidamente por Roma, alcançando seguidores a princípio que não se imaginava, como líderes políticos romanos e aristocratas com altos cargos no império. Contrariando o Paganismo, o Cristianismo era uma religião monoteísta, sendo assim, se baseava na existência de um único Deus, com vida eterna e criador de todas as coisas. O Cristianismo no Império Romano foi marcado por dois períodos: no primeiro, essa religião foi perseguida e seus seguidores, massacrados pelas autoridades de Roma. Enquanto no segundo período, os imperadores usaram a religião a seu favor, liberando-a através de espécies de decretos até o Cristianismo se tornar oficial, através do imperador Constantino. Constantino vê na oficialização da religião cristã uma forma de fortalecer seu poder, de reafirmá-lo, agradando assim boa parte da população.

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